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A música conecta

CASE – A relação da dupla Brame & Hamo com a Dirt Crew

Por Alan Medeiros em Case 07.12.2015

A história da música eletrônica é marcada por grandes parcerias entre produtores e labels. Essa relação em muitas ocasiões, estimula a criatividade, impulsiona carreiras e propõe colaborações que não seriam possíveis de uma outra maneira. Observamos alguns lançamentos incríveis da dupla irlandesa Brame & Hamo pela label alemã Dirt Crew. Então, decidimos propor um novo formato de entrevistas, focado para a coluna CASE, onde pudéssemos conversar sobre essa relação. Nesse primeiro momento, exploramos perguntas focadas nos detalhes desse trabalho, construído em parceria e que vai muito além de EPs ou singles. É perceptível uma relação fraternal entre as partes e isso é muito bacana de se observar. Esperamos que você se divirta. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, amigos. É um prazer falar com vocês. Bem, vamos começar falando a respeito do começo do relacionamento com a Dirt Crew Recordings. Em que momento isso tudo se iniciou?

Oi cara! É um prazer também. Bom, nosso primeiro lançamento juntos foi na Dirt Crew e depois disso nós enviamos algumas coisas para a Heist que os meninos gostaram. Depois nós tivemos alguns outros projetos que nós não tínhamos certeza para quem mandar, então decidimos começar a Splendor & Squalour. Nós tivemos dois releases agora e teremos muitos mais no futuro.

2 – A Dirt Crew é conhecida por uma linha de som bem própria. Como tem sido planejar esses lançamentos por lá?

Bem, o processo pode ser difícil antes de você construir um nome pra você mesmo. Por sorte, a Dirt Crew é bem aberta para novos artistas e gostou das nossas coisas. Nós nos tornamos bastante seletivos para onde mandamos nosso material. Achamos melhor nos mantermos em apenas algumas labels.

3 – A base da Dirt Crew é localizada em Berlim, um dos principais polos culturais do mundo. Como a cultura e as influências da capital alemã contribuíram para o amadurecimento de vocês?

Bastante, existem tantos artistas ótimos aqui e o nível é bem alto. Todo tempo passado nessa vida de clubs acrescenta muito na hora de produzir. Nós conhecemos algumas pessoas muito legais ao longo do ano, que nos ajudaram bastante, pessoal e profissionalmente.

4 – Vamos falar um pouco dos artistas? No catálogo da Dirt Crew há lançamentos de nomes como Detroit Swindle, Catz’n Dogz, Kerri Chandler, Mano Le Tough e outros nomes incríveis. Como é o relacionamento de vocês enquanto “equipe”? Há uma troca de material entre os artistas? Como funciona?

Muito bom. É uma label que existe há anos, então nós não conhecemos muitos dos artistas num nível pessoal, mas conhecemos alguns como Nachtbraker, Detroit Swindle e claro Peter, o dono da label. Com tantas showcases nós estamos conhecendo eles bem mais.

5 – Acredito que ainda hoje nós estamos vivendo um momento de transição na questão de vendas de música. A década de 90 e o começo dos anos 2000 popularizaram o CD, com o avanço da tecnologia mp3 muito disso morreu e então o digital floresceu. Como é pra vocês trabalhar tanto com vendas em digitais, quanto com vendas de vinyl?

Digital e vinil são perfeitos para nós. Ter vinil para as coisas raras e clássicas e USBs para materiais novos e exclusivos que queremos testar. USBs se tornaram muito mais práticos que CDs. Hmmm, bom, eu não tenho certeza. Eu sei que ainda existem pessoas que gostam de ter CDs para o som do carro ou de casa, mas as pessoas também podem apenas fazer o download e gravar num CD elas mesmas. Por isso é difícil ver o mercado do CD voltar como o vinil, porque o vinil tem um processo muito mais especial e específico que os CDs.

6 – Essa é uma pergunta muito especial que eu gosto de fazer aos meus entrevistados. Olhando aí da Europa, qual é a impressão que vocês tem sobre a cena e os artistas do Brasil?

Alguns dos nossos jazz favoritos são do Brasil. É onde a bossa nova se originou com artistas como João Donato, Marcos Valle e Francis Hime. Muitos músicos muito talentosos do Brasil nos inspiraram.

7 – Para encerrar, falem um pouco de como tem sido o ano até aqui e se possível aponte algumas novidades para o futuro. Muito obrigado!

Nós temos outro release da Splendor & Squalour planejado para o início do próximo ano. Também temos um remix para sair na Dirt Crew. Esperamos fazer mais gigs no próximo ano e talvez chegar até esse lado do Atlântico um dia.

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