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A música conecta

O DNA de pista da Not For Us – CASE

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Por Alan Medeiros em Case 28.09.2015

As gravadoras seguem desempenhando um papel fundamental no mercado da música eletrônica. Elas revelam artistas e colaboram para um crescimento mais justo e sustentável da cena. No Brasil, existem boas equipes trabalhando por trás de selos de sucesso. Um deles é o Not For Us, responsável por lançar artistas como Victor Ruiz, Junior C, Volkoder e Leo Janeiro.

Para a estreia da coluna CASE aqui no Alataj, convidamos Rods Novaes para trocar uma ideia sobre os desafios e curiosidades da Not For Us. Essa nova coluna do Alataj será um espaço exclusivo dedicado as gravadoras, convidamos você para acompanhar esse conteúdo a partir de agora 🙂

1 – Olá, Rods! É um prazer poder conversar com você sobre a gravadora. Vamos começar falando um pouquinho sobre o inicio da história de vocês. Como e em qual momento surgiu a ideia de ter um selo? Quem entrou com você nessa caminhada?

Eu e Wender nos conhecemos em 2009 quando ele tocou numa festa no Club Garage. Depois disso começamos a trocar ideias no MSN e dai nasceu a ideia de fazermos 2 faixas juntos e nisso começou uma amizade e parceria que já dura 6 anos. Em 2011 a gente tinha um EP com remixes bem legais e que estava combinado de lançar num selo brasileiro, só que o selo de repente não nos respondia mais e também parou de fazer lançamentos, até que um dia eu e Wender conversamos e tomamos a decisão de não desperdiçar este EP e bolamos a ideia de montar um selo. Mandei umas ideias de logo pra ele e o nome foi uma sátira, pois “Not For Us” é uma forma de responder quando o selo não quer o seu demo. E estamos ai indo pro nosso quinto ano.

2 – Atualmente nós vivemos um período de expansão do mercado de gravadoras digitas, cada vez há mais selos trabalhando e se isso por um lado é positivo, por outro acaba gerando uma saturação do segmento, que exige diferenciais para que você possa se destacar. De que maneiras a diretoria do selo busca essas inovações e diferenciais? Na sua opinião, o que destaca o trabalho de vocês dos demais?

Acho que nosso diferencial é sempre buscar a qualidade em nossos lançamentos.

3 – A Not For Us possui um DNA bastante ligado a sons de pista. A curadoria de vocês privilegia algum gênero em específico ou há uma mentalidade não limitar os lançamentos a um gênero só?

Por causa do estilo das faixas que eu e Wender lançamos, acaba que nós recebemos muitas demos de tech house. Mas a gente não gosta de ficar em uma vertente ou sub vertente, preferimos trabalhar com todos os sub generos do house e techno que são os estilos que nós mais gostamos.

4 – Em uma época que se fala tanto na criação de “hypes”, como vocês enxergam essa questão? A curadoria deve privilegiar o conteúdo ou o nome e a força de mídia do artista realmente importam?

Infelizmente esse mundo musical é um grande comércio, então nem tudo que a gente gosta ou acredita dá dinheiro, não por ser ruim mas por não ter apoio da mídia e tal. Recebemos muitas demos de galera que está começando e até de artistas mais renomados, mas a gente sempre priorizou a qualidade da faixa. Lógico que temos que encontrar um pouco de tudo nesses pontos que você citou, se pudermos ter um artista mais renomado, com uma faixa muito legal e com apoio da mídia, isso seria perfeito!

5 – Com a alta massiva do dólar, um EP com 5 faixas no Beatport chega a custar 60 reais, para aquisição apenas do digital. Você acredita no futuro do mercado de vendas exclusivamente digitais? Quais as saídas para encarar a alta do dólar que afeta diretamente esse trabalho?

Isso é um assunto bem delicado, pois ainda temos a pirataria e com a alta do dólar isso cresce mais no mercado brasileiro. Eu acredito que o streaming é o futuro do mercado musical, problema é como dividir os lucros pois a pessoa não terá mais propriedade na musica como é no caso de quando a gente vende uma mp3. Acredito também no aumento da produção do Vinil mas isso é um caso a parte pois a produção tem um custo muito elevado para nós brasileiros.

6 – Grandes gravadoras, do Brasil e do mundo, conseguem tirar a marca da web e levar elas paras pistas – através de showcases e outras ações – há planos para a Not For Us em relação a isso?

Nós já fizemos 3 showcases aqui no Club Nuun em Cuiabá-MT e já trouxemos vários artistas que lançaram no selo como por exemplo Victor Ruiz, DJ Glen, Junior C., Volkoder, Lucas Arr, Gabriel Boni, Alex Justino entre outros. Em novembro estaremos com o primeiro showcase no 5uinto em Brasília e estamos sempre abertos a fazer showcases Brasil afora, só entrar em contato.

7 – Para encerrar, fale um pouco de como tem sido o ano até aqui e se possível aponte algumas novidades para o verão que já está batendo em nossa porta. Muito obrigado!

O ano de 2015 acredito que está sendo o ano da nossa confirmação, tivemos grandes suportes de grandes artistas como Richie Hawtin, Loco Dice, Marco Carola, Paco Osuna, Popof, The Mekanism, Maceo Plex e por ai vai. Também lançamos nosso primeiro Vinil “Love and Lost” do Davis que conta com remixes do L_cio, meu e do Wender. Para 2016 estamos com 3 lançamentos já confirmados, Rods Novaes & Wender A. com remix do Wilian Kraupp, outro do Ariel Merisio e finalizando o EP do Millidiu os dois com grandes remixes.

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