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A música conecta

Um bate papo gostoso com Bruna Calegari da Hot Content

Por Alan Medeiros em Troally 14.08.2014

Para a segunda entrevista da Troally, fomos buscar em Curitiba um dos trabalhos que mais admiramos. Acompanhamos a Hot Content desde que descobrimos a Revista Warung e somos verdadeiros fãs do material fornecido no facebook da marca, destaque para a Hot Selection. Por isso, escolhemos procuramos Bruna Calegari para um bate papo de alto nível, onde ela falou um pouco mais sobre a cena, projetos e obviamente, sobre música.

1. Bruna, primeiramente gostaríamos que você falasse um pouco mais sobre a Hot Content, os serviços que a marca presta, algumas áreas de atuação.

A Hot Content é uma agência de comunicação que presta serviços de planejamento, criação, posicionamento e assessoria. Como desde o início nos voltamos ao mercado do entretenimento, atendemos clientes como Creamfields, Rio Music Conference, Tribe, Warung Festival entre outros, e artistas também. A empresa surgiu em 2011 da ideia de unir publicidade e jornalismo através de uma ferramenta de marketing chamada “branded content”, que busca inserir o consumidor no universo da marca através do conteúdo. Daí surgiu a Revista Warung, nosso primeiro “case”.

2. Recentemente a Hot Content fez uma pesquisa monitorando a relação do jovem brasileiro com a música eletrônica. Os resultados obtidos te surpreenderam ou ficaram dentro do que era previamente esperado?

Confesso que os resultados me deixaram muito mais tranquila! Por estarmos baseados no eixo Florianópolis-Curitiba, tínhamos receio que nossa percepção de que a música eletrônica é muito mais forte aqui do que em diversas cidades fosse um equívoco. Portanto, resolvemos ir mais a fundo e coletar dados sobre a popularidade de artistas e marcas, de norte a sul do Brasil. Eventualmente o levantamento serviu para nos comprovar que, de fato, praças como Floripa, Curitiba e a região do Vale do Itajaí são muito mais envolvidas com a música eletrônica, o que não era apenas uma simples suposição. Também foi muito interessante descobrir mercados emergentes em cidades como Cuiabá, Rio e Manaus, por exemplo.

3. A região sul tem uma cena de clubs muito forte, especialmente o litoral de Santa Catarina e Curitiba possuem casas que estão frequentemente na rota dos grandes artistas internacionais, você acredita que essa cena possa se fortificar cada vez mais pelo interior dos estados ou que esses eventos devem continuar concentrados nesses polos atuais?

Acho que o mercado no interior tem bastante espaço para se expandir, mas isto deve ser conduzido com uma combinação de investimento e paixão. Vejo muitos clubs em cidades do interior levando nomes internacionais e fazendo noites de música eletrônica semanalmente, o que é muito bom, mas não é o suficiente. Quando um club ou promotor de eventos começa a fazer festas voltadas a um estilo que é pouco popular, ele precisa focar na construção de um hype em torno do seu evento, em uma identidade musical, envolver a comunidade em torno da ideia da festa e da música. Se a ideia for apenas “aproveitar” o sucesso dos artistas que estão em alta, acontece o chamado “vampirismo” de um mercado que não se sustenta, apenas suga o que acontece nos grandes centros. O que ocorre hoje em Chapecó com o Dining, na serra gaúcha com a Colors e ocorreu em Passo Fundo com a Beehive são ótimos exemplos de investimento focando no desenvolvimento do mercado! É preciso plantar a semente, não apenas colher frutos.

4. As redes sociais têm um poder gigantesco nos negócios de DJs, núcleos e casas, porém com as novas políticas do Facebook e uma mudança de comportamento do usuário, você enxerga de forma positiva o trabalho que tem sido feito junto a grandes marcas?

O Facebook tem exigido dinheiro em troca de visibilidade, e isso não é de hoje. Atualmente não falamos mais em ‘gerenciar’ redes sociais, mas em ‘monetizar’ redes sociais, porque o conteúdo deve ser acompanhado de um investimento básico para que seja de fato aproveitado pela base das comunidades. Com isto quero dizer que não adianta mais ter uma página se você não estiver disposto a investir nela. O trabalho ficou muito mais difícil, pois não basta uma galeria de fotos ou um vídeo legal para alavancar centenas de compartilhamentos, o que fez com que muita gente desistisse das Fan Pages. Mas quando os esforços são constantes e criativos, podem dar ótimos resultados. Deve-se, porém, ficar atento aos “fakes” que hoje não se restringem a seguidores: likes, compartilhamentos falsos, tanto no Facebook quanto no Instagram são muito mais comuns!

4. Fugindo um pouco do seu trabalho. O que você costuma ouvir em casa?

Sou viciada em música, preciso sempre ouvir algo novo, e pra quem sofre deste mal não existe fonte melhor para beber que a da música eletrônica. Adoro ouvir sets, que são uma fonte eterna de música nova: John Talabot, Max Graef, Davis e o coletivo Gop Tun estão entre os meus últimos favoritos. Também curto bandas como Friendly Fires, Arcade Fire e Cut Copy, e não consigo passar uma semana sem ouvir algo do Bonobo.

5. Para encerrar, gostaríamos que falasse sobre os planos sobre o futuro, quando vem a próxima Revista Warung e o que podemos esperar para o segundo semestre.

A Revista Warung depende muito da programação do clube pra sair, então queremos muito lançar uma no verão, que é a hot zone – de preferência voltando a seu tamanho original, grandona! Estamos firmes na nossa parceria com o Rio Music Conference que começa a rodada de edições regionais em Setembro, e produzindo um trabalho inédito para a Tribaltech que será lançado ainda em agosto! Estou muito ansiosa por este último, pois será algo realmente original!

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