Skip to content
A música conecta

Papo de Estúdio | Samplers: sintetizando sonoridades orgânicas 

por Tha_guts

O processo criativo da arte é tão particular quanto a própria experiência do artista. De fato não é possível encontrar uma fórmula mágica na produção (mesmo que algum cursos, e-books e produtores façam tais promessas). Do contrário, todo meio técnico é possível se aprimorar com estudo e prática. Levando tudo isso em consideração e lembrando que o processo criativo é apenas de propriedade do usuário que o executa, vamos falar hoje sobre o equipamento que sintetizou as sonoridades orgânicas no mundo da música: o sampler.

Primeiro, se trata de um processo único a utilização de trilhas ou amostras posteriormente manipuladas em instrumentos analógicos ou digitais. Segundo, não se trata de construir uma narrativa que simule um instrumento orgânico como uma percussão ou mesmo um violão. Então por qual motivo samplear sonoridades orgânicas em instrumentos digitais? Simples, porque o resultado é absurdamente diferente.

+++ Andre Salata dá dicas para mixar kick e bass

Ao gravar um violão ou percussão utilizando a gravação como sample, ou mesmo captar um som ambiente e trabalhar diferentes modulações em sua sonoridade, adentramos uma nova perspectiva na criatividade, que antes não seria possível com a utilização de um instrumento analógico como um sintetizador minimoog nem mesmo com a captação de um instrumento orgânico como um violoncelo.

E-mu SP1200 — lançado em 1987

De um modo mais simples, um sampler nada mais é que um equipamento que consegue armazenar eletronicamente amostras de sons numa memória e reproduzi-los posteriormente, um a um ou de uma forma conjunta.

Akai MPC2000 XL — lançado em 1997

Na atualidade, existem no momento inúmeros instrumentos analógicos ou plugins que abrem esse leque de possibilidades para os samples, utilizando as amostras gravadas em um modo sequencer, drum machine ou arpeggiator.

Pocket Operator PO – 33 K.O. | Teenage Engineering

Outro fato histórico que precisa ser levado em conta e que sua utilização basicamente transformou a história da música no inicio dos anos 80. A sampler e o MPC com a capacidade de gravar amostras direto dos discos de vinil acessou uma gama infinita de possibilidades, popularizando o Hip-hop e a House Music em todo mundo.

Hip-Hop Samples: 1990s

https://www.youtube.com/watch?v=ZpHO4xebuaQ

Esse processo de transformar qualquer som em música, de sequenciar gravações não melódicas, de criar um micro universo com a adição de efeitos dentro de uma simples amostra expõe o verdadeiro propósito de sua utilização.

Por fim, os samplers abrem de fato um horizonte infinito na produção e mesmo que ainda existam algumas propagandas no mercado focadas em como produzir um Techno? Ou como produzir um House? Não existe receita para esse bolo, além da própria alquimia sonora do processo.

A música conecta.

+++ Leia também: tarter fala sobre hybrid set

A MÚSICA CONECTA 2012 2024