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A música conecta

Papo de Estúdio | Vini Pistori fala sobre processo criativo

Por Vini Pistori

Fala pessoal, tudo bem? Eu sou Vini Pistori e vim aqui compartilhar um pouco mais sobre como funciona o meu processo criativo na hora de produzir uma track. Resolvi separar o conteúdo em alguns tópicos para ficar mais claro de entender cada ponto que achei válido dividir com vocês.

Quando começar uma track?

Produzir faz parte do meu trabalho e hoje em dia é fundamental para quem busca mais espaço e visibilidade nesse mercado tão grande e competitivo, mas o que me faz ir ao estúdio é a necessidade de me expressar através da música. No meu caso, eu não tenho uma rotina dedicada a produção porque, como muitos, ainda não vivo apenas da música, tenho um trabalho formal durante o dia. 

O tempo livre que tenho, por exemplo, quando chego do trabalho à noite, aos finais de semana ou em alguns feriados, eu aproveito pra me dedicar o máximo e produzir o quanto eu conseguir. Isso acaba sendo um processo natural, as ideias vêm surgindo… às vezes eu já tenho alguma inspiração em mente e tento coloca-lá no projeto, mas o resultado final é sempre melhor quando a ideia vem de forma natural.

Produção musical: criatividade ou técnica?

Vejo isso como um mix das duas coisas, porque você precisa de criatividade para iniciar um projeto e, ao mesmo tempo, precisa dominar o programa para criar algo realmente bom, ou seja, a criatividade sem a técnica não adianta nada e vice versa. Falando de “técnica” avançada como mixagem de uma música, ou seja, dar volume e qualidade para cada elemento soar melhor e mais “potente”, é necessário conhecimento, porque não é uma técnica e sim estudo.

Claro que você também pode terceirizar esse trabalho, então você pode ser criativo falando desse assunto mais avançado e contratar o serviço de um engenheiro de áudio, onde ele fará a mixagem pra você. Mas eu acho que é fundamental o produtor acompanhar esse processo, pois você sabe quais elementos que você quer que tenham mais destaque na música e etc.

Por onde começar? Como fugir de rótulos e criar algo com sua própria identidade?

Confesso que não tenho um padrão único de construção. Muitas vezes começo criando uma melodia, em outras começo criando uma bateria e assim vou desenvolvendo e acrescentando o que eu acho que falta, o que eu tenho em mente. Para fugir de rótulos eu diria que é fundamental em primeiro lugar, não usar os “presets” dos instrumentos como eles vêem, seja analógico ou digital. 

A sua identidade começa aparecer quando você molda aquele som com a sua cara e não simplesmente se apropria de algo já criado. Para realmente produzir com identidade coloque tudo o que está dentro da sua cabeça e sentimento para fora, na mais pura expressão do que é você, porque apesar de parentescos ou semelhanças, somos únicos e temos nosso próprio DNA, ninguém é igual a você.

Devo me basear em referências na hora de criar uma track?

Elas podem até trazer inspiração, mas na minha opinião, prefiro usar somente na hora da mixagem, somente para fazer a minha música soar com a qualidade de uma música de algum produtor que é referência pra mim. Ao meu ver, quando você se baseia em uma música pra produzir algo, eu acho que o resultado final tem grandes chances de ser uma variação daquilo. É muito difícil distanciar-se da referência, alguma coisa você vai querer fazer parecido e é onde você poderia se expressar — e acaba não fazendo isso.  Vejo que e muito mais produtivo você usar a própria criatividade.

Preciso conhecer a fundo sobre síntese sonora?

Eu confesso que não tenho um bom background, meu conhecimento é básico das funcionalidades que existem nos sintetizadores. O que eu adquiri e continuo aprendendo é estudando e mexendo na prática mesmo. Nas minhas produções eu procuro “rosquear” o máximo que eu puder para extrair o som que eu desejo, procuro nunca usar timbres prontos. Para deixá-los mais complexos, eu tento caracterizar o mais próximo possível com a minha identidade e “descontrair” de alguma forma.

Eu raramente faço o uso de samples, a não ser quando quero um vocal. No meu caso eu procuro samplear de alguma fonte, seja filmes, músicas e etc. Mas se for utilizar uma base de samples já criada, eu prefiro fazer do zero. 

Mixagem e masterização: devo terceirizar?

Estou aprimorando bastante minha mix, as últimas músicas que lancei eu mesmo fiz a mixagem, mas a master quem sempre faz são os labels, principalmente para manter o padrão de sonoridade que eles possuem. Se você tem condições de terceirizar para um excelente engenheiro, ótimo, pois muitos vivem apenas disso e a bagagem é gigantesca, mas é sempre bom ter conhecimento e fazer suas próprias mix, nem que for apenas para testar na pista de dança.

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