Já pensou no mar de possibilidades que existe na mistura da música eletrônica com world music? Ritmos regionais são capazes de importar uma cultura outside dance music para dentro das nossas pistas. Foi isso que Gabriel Evoke fez em Sapucaí, seu recente EP lançado pela Proper House Music dos Estados Unidos.
+++ Conheça o projeto all night long de Gabriel Evoke!
Logo no primeiro fim de semana após o seu lançamento, Sapucaí, faixa-título do release, foi tocada por Joseph Capriati no Junction 2, um dos mais conceituados festivais da cena britânica. No comando do Drumcode Stage, Capriati acionou os samples de escola de samba presentes na faixa para colocar toda multidão em movimento na batida de um ritmo bem brasileiro.
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Afreaka é uma espécie de side B e completa o EP em bom tom, demonstrando a habilidade de Evoke para criar faixas com alto potencial de inserção de pista. Convidamos o DJ e produtor brasileiro para comentar, faixa a faixa, seu novo release. Confira abaixo:
“Ambas as faixas têm características étnicas, que representam o nosso povo e suas raízes. O trabalho em estúdio para produzir a Sapucaí foi bem minucioso. Eu sampleei um hit de carnaval, acredito que conhecido por muitos, e usei como tema para esse projeto. Estudei bastante até encontrar um trecho que eu conseguisse extrair um mini loop para a composição do groove, fiz inúmeros cortes até chegar no resultado desejado.
Acrescentei elementos percussivos a bateria, como tambores, tamborim, chocalho e apito, para deixar a faixa mais densa. A música original tem um BPM bem alto, então busquei adaptar para um menor que encaixasse nos meus padrões, mas sem que perdesse a energia e potência. Desenvolvi uma bassline reta e corrida. No breakdown eu apresentei o tema principal e botei pressão nas batidas para dar mais intensidade a esse momento ápice.
A Afreaka é um tech house com uma linha de baixo grooveada. Desenvolvi uma bateria com variações para dar movimento a track. Usei um sample de vocal africano na composição do tema e busquei fazer um trabalho bem elaborado no break, usei um sintetizador com uma timbragem meio “freak” e fiz jogos de claps e snares para dar intensidade. O resultado final é uma faixa bem dançante e com apelo de pista.”
+++ Quero ler a entrevista com Joris Voorn.
A música conecta.