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A música conecta

Fatos da Cena #1 – A segurança dos clubs noturnos

Por Redação Alataj em Fatos da cena 15.01.2014

A partir de hoje você começa a conferir uma coluna dedicada à música eletrônica no Alataj. Vou abordar assuntos pertinentes ao meio em que trabalhamos e nos divertimos, procurando aguçar a imaginação e incentivar o debate entre os profissionais da área e os apaixonados por música eletrônica.

Cristian-Exploited-Underground-Club-Rithms-April-Chart-2012E para iniciar os trabalhos, quero trazer a tona um assunto importante e de utilidade a todo mundo que interage com a EDM na atualidade: a segurança dos clubs de música eletrônica. Mas para abordar esse assunto é interessante frisar um ponto inicial que faz toda a diferença. De alguns anos para cá, tivemos uma popularização em grande escala da música eletrônica, que se tornou mais abrangente e ampla. Esse fato pôde se dar por inúmeros motivos, e dentro os tantos posso citar alguns: a divulgação da música eletrônica nos meios de comunicação (rádio, televisão, cinema) com muito mais intensidade; a cultura dos nightclubs, discotecas e pool partys como forma de “diversão na certa” durante a década de 2000 e o surgimento de grandes eventos a nível mundial, como o Sensation e o Tomorrowland, que impactaram o mundo com apresentações e shows de nomes internacionais, levando multidões e sendo transmitidos mundo afora.

E por que faz toda a diferença? Pois atualmente muitos grupos de pessoas freqüentam festas de música eletrônica. Antigamente víamos festas mais seletas a determinados grupos ou classes sociais. Atualmente, dentro de uma balada você encontra todo tipo de pessoa, independente de classe social, cor e até mesmo de gosto musical. As festas, em geral, não têm mais preconceitos sociais e não rotulam mais os clientes. Os freqüentadores em geral, não vão apenas pela música que estão ouvindo, mas pela companhia dos amigos, pela azaração, pela bebida e em alguns casos, infelizmente, pelas drogas ilícitas.

Nesta generalização dos freqüentadores e com o surgimento dos superclubs, que comportam mais de 5 mil espectadores e clientes, a segurança e a prevenção de delitos não tem acompanhado a demanda necessária. Recentes e constantes casos de furtos e roubos vêm ocorrendo dentro de clubs de renome do litoral catarinense. Em um último caso, na apresentação de um famoso DJ internacional em Camboriú/SC, mais de 100 pessoas prestaram queixa de furto na delegacia da cidade. Apenas 5 suspeitos foram presos e 30 celulares foram recuperados. Porém este não é um caso isolado. Um club com sede na Praia Brava, Itajaí/SC sofre do mesmo problema há tempos e não vemos muita mudança neste sentido. Sabemos que os clubs direcionam seguranças e muitas vezes fazem parceria com as polícias civil e militar, a fim de fiscalizar a segurança contra furtos e roubos e combater o tráfico de drogas dentro do estabelecimento, mas ao vermos mais de 100 pessoas prestarem queixa durante uma única festa, a reação é de espanto.

Com muitos colegas de profissão e freqüentadores com os quais converso, obtenho geralmente esta frase: “é preciso tomar cuidado quando saímos em festas”. Conheço casos de DJs que tiveram equipamentos de trabalho furtados dentro de alguns clubs. Nada mais desanimador que isso para um profissional da música, que faz o que ama.

51720_600Infelizmente estamos freqüentando certos locais que possuem o intuito de nos divertir, mas que estão fazendo com que nos preocupemos mais com nossos pertences e nossa segurança do que com a alegria e a descontração. Eu mesmo, deixo de freqüentar algumas festas pois sei que não apresentam segurança para mim e meus amigos. Quem perde isto é a casa, que deixa de receber talvez, centenas de pessoas que tem o receio de sofrer pela primeira vez, ou novamente, um furto ou roubo.

Cabe então aos empresários da vida noturna e aos órgãos de segurança, como as polícias e as secretarias, estudar e desenvolver fórmulas para coibir e punir os delinqüentes que vão a festas para cometer delitos e assim, estragar com a noite de muitas pessoas. Quem sabe possa funcionar o sistema de cadastro de transgressor, como ocorre nos estádios de futebol, onde a pessoa que já se envolveu em problemas dentro do estádio anteriormente deve, no horário da jogo, se apresentar na delegacia da cidade e lá permanecer até o fim do evento. Espero que tenhamos progresso neste sentido, a fim de que o medo e a insegurança não façam mais parte das festas. Que reine a alegria e a música de qualidade (e cuidem dos seus celulares).

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