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A música conecta

Minha Primeira Gig | DJ Mau Mau

Por Alan Medeiros em Minha primeira gig 26.02.2018

É admirável que alguns dos pioneiros da música eletrônica no Brasil, consigam manter uma carreira estável e frutífera até hoje. Um destes nomes é o do paulista Maurici Bischain ou se você preferir, o DJ Mau Mau. Reconhecido como um dos nomes mais importantes da história da dance music no país, Mau Mau já passou por inúmeras pistas do Brasil e do mundo, mas certamente sua primeira gig é uma das mais importantes. Com exclusividade ao Alataj, Maurício nos contou em detalhes essa experiência:

“Recebi um cachê simbólico, mal conseguia pagar o táxi para voltar para casa, mas a felicidade era tão grande que nem me importei.”

Com a palavra, DJ Mau Mau:

Em meados dos anos 80 frequentei o Madame Satã, casarão no bairro do Bexiga em São Paulo, onde punks e góticos circulavam pelo porão da casa, ouvindo e curtindo músicas estranhas que não tocavam nas rádios. Através de alguns amigos, conheci os DJs residentes Marquinhos MS e DJ Magal, que foram total inspiração , despertando em mim o interesse pela profissão DJ.

Foi o Marquinhos MS quem me apresentou as lojas de discos importados no centro de São Paulo, onde comecei minha coleção de vinis raros, basicamente com músicas que tocavam no Madame Satã. Nessa época não havia internet nem curso de DJ, aliás poucas pessoas sabiam o significado da sigla DJ, era algo marginalizado, bem diferente do glamour que envolve a profissão nos dia de hoje.

A minha primeira gig foi bem fora do esperado. Eu não era DJ e nem pretendia ser, mas um dia o Madame ficou sem os DJs residentes, que abandonaram a casa depois de algumas propostas de trabalho. Então surgiu uma oportunidade e fui convocado para “quebrar um galho”, simplesmente por eu ter o repertório da casa. Depois de negar algumas vezes o convite, em dezembro de 1987, entrei pela primeira vez em uma cabine de som para comandar a noite, sem nenhuma experiência e totalmente despreparado!

Tive auxílio de alguns amigos para pilotar o equipamento e conduzir o set. Fiquei muito nervoso, mas deu tudo certo, principalmente porque naquela época não haviam grandes mixagens, apenas se passava de uma música a outra. Recebi um cachê simbólico, mal conseguia pagar o táxi para voltar para casa, mas a felicidade era tão grande que nem me importei. O tempo foi passando, continuei me arriscando na cabine do Madame e com o tempo fui me apaixonando pelo hobby que mais tarde se tornaria minha profissão!

A música conecta as pessoas! 

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