Alessandro Magani, mais conhecido como Flashmob, pode resumir seu sucesso com apenas um resumo de seus grandes feitos através de suas produções ao longo de apenas 8 anos de trajetória. Defected Records, Hot Creations, Snatch! Records, Elrow Music e Kompakt estão entre as gravadoras por onde já lançou suas músicas, além também de vários remixes para alguns dos nomes mais famosos do cenário como M.A.N.D.Y., DJ Hell e Romanthony.
Não bastasse seu talento para produção, Flashmob também comanda duas gravadoras, Flashmob Records e Flashmob LTD., sendo que a primeira busca transmitir um estilo mais moderno do house e tech house, enquanto a segunda representa o lado mais underground da marca. Os selos, por sua vez, possuem lançamentos de artistas como; Terranova, DJ. T. Phil Weeks, Marco Resmann, Laura Jones, Paolo Martini, DJ SELVAGEM, DJ Le Roi e Alex Neri, entre outros. Por aqui, Flashmob é um dos nossos convidados a contar um pouco do começo da sua carreira e especificamente como aconteceu sua primeira gig.
Flashmob:
“Meu primeiro show foi no Turnmills, em Londres, para uma festa de domingo chamada Trauma. Foi uma festa que durou toda a tarde e terminou assim que o DTPM no Fabric começou, onde todos acabamos indo depois. Naquele momento da minha vida, eu estava em Londres querendo ser DJ sem ter ideia de como o cenário funcionava ou como eu poderia fazê-lo; tudo que eu sabia é que me sentia atraído por isso massivamente. Então, eu fiz um set de duas horas e coloquei em um CD e literalmente deixei uma com todas as pessoas relacionadas à música que eu conhecia em Londres… Se você soubesse que eu costumava pegar panfletos e ligar para os promotores para pedir uma vaga pra tocar, você pode entender o quão pouco eu sabia, mas o quanto eu queria isso.
Um desses CDs foi escolhido por Michael Slade, um ex promoter conhecido em Londres. Ele me ligou em uma tarde de domingo e apenas disse: “você gostaria de tocar no próximo domingo para nós?” Essas palavras me iluminaram e eu passei a semana inteira entre o Black Market e Phonica (que acabara de abrir) me preparando para o show. Eu assumi que eles me colocariam no começo, então eu pensei que se eles me pedissem para fechar, acabei preparando um set de 4 horas que cobria qualquer eventualidade. O show correu muito bem, eu toquei no meio, logo depois do LucianovS., residente da Fabric, que me tornei amigo. Foi uma experiência memorável para mim e muito engrandecedora, porque é claro que tocar em um clube, especialmente um como Turnmills, que era o anti-Fabric naqueles anos, era muito diferente do que tocando no meu quarto, em 2002. Eu tinha acabado de me formar na faculdade de Direito, depois de 8 anos de estudos intensos.
Sinto que aprendi muito com essa experiência — que se você realmente quer algo, deve confiar em si mesmo e, de um jeito ou de outro, isso acontecerá. A chave é nunca deixar de ser humilde o suficiente para aprender com os erros que você faz na jornada e o que fazemos de errado. Eu raramente penso em quão longe fui honestamente, além de momentos como este—- acabei de descer de um avião em Buenos Aires para fazer uma turnê na Argentina e tenho algum tempo no aeroporto – esses são os momentos em que Estou cansado e sozinho e no silêncio do aeroporto vazio tenho a calma de pensar em todas as coisas que fiz para chegar a esse ponto. Ficar com fome e motivado é uma coisa que aprendi e sinto que é a chave… desejar melhorar o que faz de você uma pessoa melhor, esse é o meu objetivo final; um dia tudo isso terminará e o que me restará será tudo o que pude transmitir aos meus filhos para tornar este lugar um mundo melhor. Sinto-me extremamente sortudo. Obrigado.
A música conecta.