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A música conecta

Minha Primeira Gig | Marko Nastic

Por Alan Medeiros em Minha primeira gig 19.03.2018

Cada vez mais a cena eletrônica do leste europeu está em foco no contexto global da dance music. Para entender as razões que levam esse movimento se fortalecer cada vez mais, é necessário um olhar para os pioneiros da dance music nesse território. Entre nomes já conhecidos do público brasileiro, como Petre Inspirescu e Rhadoo, é mais do que justo citar o desenvolvimento de Marko Nastic frente a esse cenário.

Marko é um dos pioneiros da música eletrônica na região conhecida como Bálcãs – um território que engloba Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, República da Macedónia, Montenegro, Sérvia, Croácia e outros países da região. O termo deriva de “montanhas” e está conectado a região da cordilheira que se estende do leste da Sérvia até o Mar Negro. Por lá, Nastic escreve uma linda história há mais de 20 anos – sua trajetória na música já conta com mais de 200 lançamentos e uma série de apresentações em alguns dos clubs mais importantes do mundo.

Atualmente, Marko segue sua rotina de intenso trabalho em diferentes frentes da cena e coordena o projeto Easy Tiger, uma série de festas que também tem excelente reputação como label. No próximo sábado, ele toca na tradicional Mothership do D-EDGE. Antes disso, ele comenta conosco sua primeira experiência como DJ profissional:

Com a palavra, Marko Nastic:

Meu primeiro show aconteceu quando eu tinha menos de 17 anos de idade no clube Sinagoga em Belgrado, toquei junto com o DJ Lale. A gig que realmente abriu as portas do cenário pra mim, foi pouco depois na lendária Industria quando eles me chamaram para entrar no lugar do famoso ator sérvio Srdjan Zika Todorovic, que naquela época era DJ. O fato de eu ser um menino de 17 anos que estava tocando vinis e usando toca-discos, era algo incomum e, a partir desse momento, tornei-me residente no club e comecei a tocar em outros lugares também.

Na Sérvia da década de 90, você não tinha nenhum lugar para comprar discos, então sabíamos que era necessário pegar um trem e viajar até Budapeste, cidade que abrigava nossa loja mais próxima. Eu comprava alguns discos e no mesmo dia já voltava para Belgrado. Pegava tudo que eu gostava e por isso no meu case tinha hard house, trance, techno, tech house… a classificação de música por gêneros não era relevante naquela época. Embora eu tenha me tornado famoso tocando techno, muitos não sabem que eu ainda era jovem quando me aprofundei no tech house, mas os caminhos se abriram pra mim muito melhor e com mais facilidade no techno, então eu continuei neste caminho.

É muito ingrato quando você ganha fama em um gênero, então as pessoas te conectam exclusivamente a esse estilo. Eu acho que a música é muito mais do que isso, e agora, aos 20 anos de carreira, acho que posso passar por diferentes estilos e dar algo a mais do que as pessoas estão acostumadas.

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