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A música conecta

Minha Primeira Gig | Nuno Deconto

Por Laura Marcon em Minha primeira gig 03.12.2019

Com uma respeitável carreira como DJ, produtor musical e de eventos e ainda uma estadia valiosa pelo velho continente por mais de dez anos, Nuno Deconto possui um background riquíssimo e também adquiriu grandes aprendizados que foram determinantes para obter o prestígio vivenciado hoje, melhor fase de sua carreira.

+++ “Música é uma forma de conexão entre almas.” Leia a entrevista que fizemos com Nuno, em abril deste ano

Mas é claro que 15 anos de trajetória também renderam muitas histórias e uma conversa breve com Nuno já é suficiente para saber que ele viveu e muito a música eletrônica em sua vida. A lembrança da sua primeira apresentação é uma daquelas que vale a pena ser contada e vem cheia de detalhes tão legais que deu até vontade de estar com ele naquele momento. Aproveite para ouvir o último EP de Nuno enquanto você se aventura pelas lembranças do artista: 

Nuno Deconto

Comecei a tocar por volta de 2004, levava como hobby aquela época, foi uma fase muito importante, pois foi onde desenvolvi a paixão por discotecar e pesquisar música eletrônica. Lembro de ter tocado minhas primeiras gigs em festas e outdoors em Porto Alegre e região, mas ainda assim não considerava como profissão. Isso só virou a chave quando mudei pra Londres e me conectei com a cena underground, onde logo de cara já estava tocando nas famosas squat parties.

Nuno tocando na primeira festa oficial da Diskonnekt, em Londres

A primeiro gig em Londres considero como um marco da minha carreira. Fui chamado para tocar num festival em País de Gales, festival underground numa fazenda no meio da floresta por volta de 2006. Lembro da trip de carro de Londres e chegando no local seguindo direções de um “info-line” (uma mensagem voz gravada num número de telefone qualquer com as direções para chegar no local). A fazenda era surreal, riachos, montanhas, florestas e animais como as vacas escocesas. O que mais me chamou atenção foi o dancefloor, posicionado no meio na floresta de pinos e 500 pessoas conectadas pela natureza e pela música, dançando entre as árvores.

Por dentro da floresta, as árvores eram todas secas e o verde e folhas se via apenas no topo. Quando fui tocar, já era madrugada e o strobe light deixava o lugar a noite ainda mais sombrio. Era lua cheia e pelo caminho até o dancefloor tinha cogumelos brotando por todo lado. Toquei até o amanhecer, o set foi bem hipnótico e trippy e o cenário é algo que guardo pra vida toda… uma galera conectada, dançando e sorrindo pela música que eu estava tocando, sensação de dever cumprido, inspiração pro resto da vida”.

A música conecta.

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