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A música conecta

MINHA PRIMEIRA GIG | Soundman Pako

Por Alan Medeiros em Minha primeira gig 28.07.2016

Impossível usar as palavras história, música eletrônica e Curitiba na mesma frase sem lembrar da figura única de Soundman Pako. O DJ e produtor curitibano é parte viva da rica história da cena na cidade e isso se deve ao seu trabalho de grande relevância desde a época dos porões undergrounds da capital paranaense, até a era dos clubs modernos e bem estruturados que marcam o período atual. Hoje, ele segue sua carreira solo, toca e produz ao lado de Fabo no projeto Rolldabeetz e dirige a Playperview, uma das principais labels do país. Convidamos Pako para contar a história de como foi sua primeira gig como DJ profissional. Confira abaixo:

Com a palavra, Soundman Pako:

Bom, é dificil lembrar exatamente qual foi a minha primeira gig como DJ profissional. Me vem a cabeça o ano de 1989 e um porão sujo no qual chamávamos de Ponto G. O que era pra ser apenas um dia de festa, virou 3 meses de insanidades que até hoje, nos meus 27 anos de carreira nunca vi igual em lugar nenhum. Esse lugar era situado numa das ruas mas podres de Curitiba. Essa rua na época era a mais cheia de travas, traficas e putas que existia. O porão tinha no máximo 1m80cm de altura, as cadeiras que tinham eram de palha, banheiro um só e sempre interditado.

Agora vamos falar do sistema de som e iluminação. A iluminação era uma lâmpada azul que com o auxilio de uma pastilha piscava a noite todo no mesmo ritmo. “Pastilha” naquela época era uma coisinha do tamanho de uma moeda que era colocada dentro do bocal onde a lampada era rosqueada. O som, 2 caixas que ate eram grandes mas eram de algum 3×1 – 3×1 era um mesmo aparelho que continha um gravador, radio e um toca-discos. As musicas eu gravava na minha casa mesmo em cassetes. As vezes eu tentava mixar mas a maioria das vezes eu fazia “cuts”. Acabei me especializando nessa técnica. O público além dos citados acima era composto por fashionistas, punks, skaters, alguns rappers, playboys and girls e pessoas normais também.

Eu amava esse lugar, tinha o maior prazer em pensar no que eu iria botar pra rolar na noite. Aliás, lá rolava de tudo, de Dee-Lite a Nitzer Ebb, de Public Enemy a Soul To Soul, de Prince a Pop Will Eat Itself. Essa faixa que escolhi tocava no minimo duas vezes na noite. O Front 242 é da Bélgica e o som que eles faziam era chamado de EBM (Electronic Body Music), aliás esse termo foi criado pelos alemães do Kraftwerk. Enjoy It <3

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