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A música conecta

B20 | 20 anos, 20 faixas. A trilha sonora da carreira de Boghosian.

Por Alan Medeiros em Notícias 22.06.2019

No mês passado, iniciamos aqui no Alataj a série especial B20, uma espécie de comemoração especial pelos 20 anos de carreira de Paulo Boghosian. Mas, não se trata apenas disso, B20 também é um resgante a cultura clubber musical dessas duas últimas décadas, que tanto representam o surgimento, crescimento e consolidação da dance music a nível global.

Boghosian, um seletor daqueles estilo faixa preta, tem as suas preferências fincadas em uma linha tênue e charmosa entre o house e o techno. Misturando referências e hinos de pista, ele selecionou 20 faixas que ajudaram a escrever essa trajetória até aqui. São produções com importância pessoal, mas também relevância unânime no meio qual estamos inseridos. Pegue seu fone, aumente o volume e chega mais para acompanhar de pertinho essa bela lista comentada pelo próprio Boghosian:

Aztec Mystic – Knights of the Jaguar | Esse é um daqueles clássicos atemporais da música eletrônica. Eu poderia encaixá-la em qualquer set em qualquer ano da minha carreira, pois além de ser um hino, tem uma sonoridade extremamente atual. Techno melódico raiz de um dos selos mais importantes de Detroit e do mundo.

Laurent Garnier – Man With the Red Face | Laurent Garnier pra mim é um dos maiores gênios da música eletrônica, tanto como DJ, quanto como produtor. A combinação improvável dessa música de uma linha de baixo obscura com um saxofone é o que faz dela tão incrível. Uma das tracks que mais toquei na vida.

Kings of Tomorrow – Finally | A primeira vez que ouvi essa track foi na Pacha Ibiza , me emocionei, e ela foi a trilha de vários momentos da minha vida. O vocal é lindo, a letra, a qualidade da produção, tudo faz sentido. É uma pérola do house. Gosto da versão original que está na playlist e a versão do Danny Tenaglia que é mais “pista”.

Oscar G – Dark Beat | Essa música foi com certeza a que mais marcou a minha época como residente da Anzu, mais do que isso ficou marcada como tema do club. Uma track que representa bem o que foi o tribal house de Miami e NY da década de 90. Tem uma versão atualizada dela pelo Danny Daze que é bem interessante também.

Trentemoller – Le Champagne | Trentemoller é outro produtor genial. A musicalidade das suas produções mesclada com timbres eletrônicos fez dele um artista bem avançado pro seu tempo. Essa é umas minhas preferidas e não é tão conhecida. Saiu pelo selo de deep house Naked Music NYC, e é uma das tracks mais classudas que já ouvi.

Carl Craig – Sandstorms | O Carl Craig é um dos produtores mais criativos da música eletrônica. Ele pensa completamente fora da caixa e faz produções muito interessantes. Essa é linda e é também hipnótica, música pra esquecer tudo e viajar. Mais um clássico do techno que se encaixa em qualquer set de house.

Ame – Rej | A dupla Ame (Frank e Kristian) ainda é muito ativa e lança bastante coisa boa. Ao lado do Dixon eles comandam a loja Muting the Noise e o selo Innervisions. A maioria das pessoas não conhece o primeiro material do Ame que era um deep house maravilhoso, no começo dos anos 2000. Essa faixa Rej marca a transição dessa fase inicial pro som atual deles. É uma track que até hoje tem o timbre e melodia copiados por produtores de Techno melódico, mas ninguém chegou aos pés.

Mandy & Booka Shade – Body Language | Body Language marcou uma época, uma track muito divertida e que me fez me aproximar mais dos produtores alemães que estavam fazendo sons mais interessantes do que os ingleses nos anos 00s. A cena estava em transição de Londres para Berlin, seu novo epicentro até hoje.

Dubfire – Ribcage | Primeiro release do selo Desolat, do Locodice. Produzido por nada menos que o talentosíssimo Dubfire, ex Deep Dish. Uma track hipnótica que vai crescendo em energia de maneira genial. Essa música marcou minha aproximação com o minimal techno, que eu passei a incoporar nos meus sets. Junto com a Roadkill foram as tracks que consolidaram a transição do Dubfire pra carreira solo.

Solomun – Jungle River Cruise | Uma das primeiras produções do Solomun por um selo alemão que só lançava deep house e techno finíssimo, o Liebe Detail. Pouca gente conhece esse som e pouca gente conhecia o Solomun quando tocamos juntos pela primeira vez no Houseship. Ele se tornou no maior DJ da música eletrônica atual tocando o som que gosta e se mantendo fiel ao seu estilo.

Nicolas Jaar – El Bandido | Nicolas Jaar é aquele músico nato (com influência bem presente do jazz) que você vê se apresentando e pensa, “como ele faz isso”’. El Bandido é única, uma track eletrônica, musical, que mescla batidas deep, vocais espanhóis e um arranjo genial. Pra ser ouvida dentro e fora dos clubs, qualquer hora.

Gel Abril – Spells of Yoruba | As melhores produções são as mais simples. Essa track ouvida em um club com um bom soundsystem faz você se mexer sem parar. Tem influências afro e um baixo sub violento. A primeira vez que ouvi foi em um b2b do Villalobos com Luciano na Amnesia, e procurei ela sem parar por uns bons meses.

Osunlade – Envision | Tive a honra de lançar ao lado do Torquato pelo Yoruba, selo do Osunlade, que lançou essa música e muitos outros clássicos do deep house e afro house. Essa música é um hino que não canso de ouvir, house music feita com alma. Mais pra frente Ame e Dixon assinaram ela pro selo Innervision e fizeram remixes bombásticos, mas pra mim a original não precisa de mais nada.

Mathew Dekay, Lee Burridge – Lost in a Moment (Dixon Edit) | Essa track marcou o início do movimento All Day I Dream do Lee Burridge. Música pra viajar, pra se deliciar, de dia ou de noite. Melodias épicas e relaxantes ao mesmo tempo. Quem escuta meus sets The Day After já ouviu muito esse lado do meu som.

Mano Le Tough – Primitive People (Tale of Us Remix) | Essa track me lembra muito do Warung. Já encerrei alguns sets por lá com ela. Tem uma vibe misteriosa e um vocal que foge do convencional. Ela foi a responsável por trazer a tona a tona dois novos talentos da música eletrônica, Tale of Us que fez o remix e Mano Le Tough autor da original.

Gus Gus – Crossfade (Maceo Plex remix) | Mais uma track me lembra muito do Warung. Lembro de um momento histórico fechando o Garden de manhã e tocando ela, com a galera cantando junto. Pra mim o Maceo Plex é o melhor produtor do momento e esse remix é um dos melhores que ele já fez.

Fatima Yamaha – What’s a Girl Got to Do | A história dessa música é curiosa, ela foi feita em 2015 e só foi virar hit em 2017. Muitos tocam ela desde o início, é uma melodia linda e aconchegante, parece que te abraça quando você escuta.

Lapsley – Operator (Dj Koze) | Como diz o ditado, jamais confie em alguém que fala que gosta de house e não gosta de disco. Disco foi o que deu origem ao house. Essa faixa é atemporal, recriada pelo DJ Koze em 2016 representa o lado mais disco do meu som, que aflorou lá atrás na minha residência no club Disco em SP.

Rampa, &Me, Adam Port – Muye | Track do trio mais hypado do momento, os integrantes da Keinemusik, selo de Berlin. Uma linha de piano linda, realçada por pads etéreos. Se tornou um clássico com a ajuda do Black Coffee.

Krystal Klear – Neutron Dance | Além de ser um hit dos tempos modernos, inclui na lista essa bomba pelo clima 80s que ela tem. Uma track que funciona muito bem para diferentes públicos e que remete as origens da música eletrônica com uma base que lembra New Order.

A música conecta.

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