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A música conecta

A Eli Iwasa relembrou momentos marcantes dos 3 anos do Club 88

Por Alan Medeiros em Notícias 13.05.2016

Manter um club de portas abertas no Brasil hoje em dia, definitivamente não é uma tarefa fácil. É preciso muito mais que planejamento e visão de negócio, sem plena dedicação e amor pelo o que se faz, o fechamento de portas é praticamente inevitável. Em meio as tamanhas dificuldades financeiras que o país enfrenta, optar por caminhos menos óbvios e proporcionar experiências culturais de qualidade aos seus clientes, é algo que merece ser reconhecido diariamente. É no perfil de superação citado a cima que se encaixa a história do Club 88, situado em Campinas e que completa 3 anos de história nesse fim de semana.

A magia começa a se fazer presente logo no significado do nome que o club carrega. O ano de 1988 marcou o início do segundo Summer of Love, movimento marcante da cultura eletrônica. Nesse período, ideais de liberdade e hedonismo foram amplamente difundidos e defendidos por figuras chaves na história da dance music. Esse espírito desafiador, inovador e criativo é algo que está presente no cotidiano do Club 88, assim como na alma de cada integrante da crew.

Esse fim de semana, o aniversário de 3 anos será comemorado da melhor maneira possível: com festa. Dois dos principais artistas do circuito house e techno mundial se apresentam na cabine do club. Estamos falando de produtores responsáveis por lançamentos em labels como Diynamic Music, Permanent Vacation, maeve e Stil Vor Talent. Artistas que desempenham papel de formadores de opinião. São eles, Mano Le Tough e Karmon.

No embalo dessa super comemoração, convidamos Eli Iwasa – mente por trás do Club 88 – para relembrar conosco momentos marcantes dessa caminhada. Ninguém poderia resgatar lembranças tão bonitas, com tamanha precisão e riqueza de detalhes. Prepara aí, que o texto abaixo tem altas doses de emoção!

Com a palavra, Eli Iwasa:

Inauguração do Club 88
O Club 88 fica no Jockey Club Campineiro – patrimônio histórico da cidade em um prédio tombado. Foi um grande desafio viabilizar um club dentro de um espaço cheio de limitações e regras, mas que se tornou uma das principais qualidades do Club 88 e que o fez tão especial. Vê-lo inaugurado mereceu uma celebração daquelas! Até os últimos minutos, lá estávamos nós dando os últimos retoques, limpando o que precisava, numa força tarefa para conseguir abrir a tempo.

Noites inesquecíveis
É muito difícil escolher apenas uma que defina toda nossa trajetória, mas consigo apontar algumas apresentações que são muito significativas para o club. Temos uma capacidade limitada, clubinho mesmo, e cada confirmação de artista é comemorada por nós. Tenho uma wishlist de artistas que sonhamos ter em nossa cabine, e pouco a pouco, vamos riscando nomes desta lista que no começo, parecia ser algo muito distante de nossa realidade.

Quando tivemos o Aeroplane e o Joakim juntos aqui, ainda no primeiro ano do 88, foi o primeiro momento “me belisca” [risos]. Eu sempre amei as produções do Aeroplane e do Joakim, e ver dois artistas deste porte, juntos, no nosso club, foi muito especial.

Uma das coisas mais legais de ter um club é poder bookar seus artistas favoritos. Nós somos meio malucos quando tomamos nossas decisões artísticas, somos sempre levados pela emoção. As apresentações do Mind Against foram especiais, porque nos mostraram que podemos seguir fiéis ao que acreditamos musicalmente, com um público que nos apoia e motiva a seguir por este caminho – verdadeiros momentos de reafirmação de nossos valores artísticos.

Outro momento emocionante foi quando o Vitalic tocou no club. Ele tem muito a ver com minha história e dos meus sócios, e de alguma maneira com a história do techno em Campinas desde os tempos do Clube Kraft. Foram anos de tentativas para confirmá-lo aqui, e quando finalmente, ele se apresentou no 88, amigos da velha guarda, pessoas que não saíam há anos se misturando com o público mais jovem do clubinho, em uma das noites mais emocionantes de nossos 3 anos. Quando ele tocou “La Rock”, a galera subiu nas caixas, nas laterais do palco, a pista inteira gritando, e teve gente que não se aguentou e caiu no choro.

Um club é feito de pessoas e memórias. Por isso que o 88 segue caminhando com passos firmes. A música conecta as pessoas!

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