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A música conecta

Aluna Francis fez chover no Rock in Rio

Por Redação Alataj em Festivais 09.10.2015

Boas recordações marcam. Conclusão definida pelo que vivenciei há poucos dias navegando – como de costume – a esmo por sites de notícias genéricos, avistando assim a arrebatadora notícia: “Sai Robyn, entra AlunaGeorge: Rock In Rio anuncia alteração de shows”. Instantaneamente tornei-me vítima dessa informação, a memória veio à tona, corri para o buscador mais próximo e digitei com precisão: “Best be believing”, por AlunaGeorge (união da vocalista Aluna Francis e do produtor George Reid), música do primeiro e único disco do duo, remixada por Shadow Child. Apertei o play; ação que desencadeou um sentimento nostálgico em mim ao mesmo tempo em que surgia progressivamente uma alta expectativa para a performance que estaria por vir.

Escalada em cima da hora para um palco do tamanho do Mundo, precedendo o show da estrela pop Katy Perry, Aluna representou. Praticamente sozinha, sob uma tempestade torrencial aliada à escassez de hits que não foram o suficiente para abalá-la, a londrina não hesitou em ser fiel à sua identidade diante do grande público. Caracterizada pela organização do evento como um “Pop Eletrônico, além de um R&B desconstruído e ritmos típicos da Inglaterra como 2-Step e o British Garage”. Visivelmente aprovada por todos presente na Cidade do Rock, não demorou para seguirmos fielmente os sons que ecoavam das caixas unido a cantora que emanava energia e carisma. Tudo isso resultando em um groove contagiante, envolvendo todos em um belíssimo espetáculo.

Contudo, admito que preferiria assistir a ela em um lugar mais intimista. Devo essa sensação talvez pelo seu timbre de voz mais agudo, ou pelo próprio estilo que o duo se propõe a fazer, já que ambos deslizam livremente entre os gêneros na contramão de alguma definição, construindo irreverência em tudo que os contorna seja por influências musicais, tendências de composições, voz e parcerias. A enorme aceitação da cantora para a multidão que não a conhecia, apenas comprova o quão carente o público mainstream está de novidades. Cansados de artistas que insistem em fazer mais do mesmo, Aluna e cia tendem a posicionar-se no mercado, conquistando por seus devidos méritos, um lugar ao sol.

Texto por Luan Aragão

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