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A música conecta

A invasão da Bass Music toma forma no Brasil: Conheça o trabalho da INVDRS

Por Redação Alataj em Notícias 08.08.2016

Por José Augusto Castelan

Se há 5 anos atrás você não ouvia falar do termo Bass Music, hoje você não só o conhece, como provavelmente pode citar artistas do gênero. Isso vem se dando através de uma movimentação orgânica aqui no Brasil que envolve artistas, produtores de eventos, selos/gravadoras, entre outros.

Mas antes de me aprofundar nesse tópico, o que podemos compreender como Bass Music?

Em suma, esse termo abarca uma série de estilos como o Dubstep, o UK Garage, o Drum n Bass, o Techno, e outras variações encontradas mundo afora. A partir dos anos 2000 estilos base como os citados acima foram apresentando novas timbragens e misturas, tornando impossível, assim como no Rock e no Metal, de rotular novos sons apenas com essas tags. De lá pra cá surgiram muitos sub gêneros, e frente a uma infinidade de sons diluídos em um cenário abstrato, artistas e ouvintes se reuniram em torno do termo Bass Music, que por sua vez engloba muitas variáveis de público e sonoridade, formando um segmento mais comunitário e abrangente dentro da música eletrônica.

E no nosso Brasil varonil, terra de infinitas misturas vindas do mundo inteiro, essa comunidade cresce a cada dia com artistas, festas, selos/gravadoras, sites especializados, e um público cada vez mais sedento por novidade.

Em meio a toda essa movimentação de um cenário crescente a sigla INVDRS aparece como referencia no país junto a outras iniciativas. E hoje você vai conhecer a trajetória dessa “invasão”.

Tudo começa com o duo Sweet Grooves de Curitiba, formado pelos DJ’s Swinga e Fefa, que já passou por algumas cidades do Brasil, e ao enxergar um número expressivo de festas em diferentes lugares e também a qualidade dos DJ’s tocando, pensaram “Porque não trazer isso pra Curitiba?” E desde então a festa acontece todo mês, com algumas edições especiais na rua, sempre trazendo um “invasor”, um convidado que traga pra cidade novas sonoridades.

A INVDRS assim como outras festas começou de maneira acanhada e com um esforço grande por partes dos idealizadores para que cada edição não fosse só mais uma festa na cidade, e o amadurecimento do projeto a cada mês é o que gera destaque no país. Desde o começo já rolaram edições na Purple Hills, algumas no 351, outras na rua, e atualmente a casa é o Paradis Club, clube localizado em uma área boêmia de Curitiba.

A continuidade e crescimento da INVDRS também diz respeito ao alcance que a Bass Music tem no Brasil hoje, como cita o próprio Swinga: A cena de Bass Music cresceu muito nos últimos anos, principalmente pelo fato de festas novas estarem surgindo pra mostrar essa sonoridade. Com isso, a gente percebe uma reação em cadeia, onde hoje há uma leva grande de novos artistas (DJs e produtores) focados em dar o melhor nesse estilo. Nos parece ser uma constante evolução que está ocorrendo.”

Também existe o grupo INVDRS Ship no Facebook, que atualmente conta com mais de 250 membros, onde muita informação é trocada e circulam produtores musicais, produtores de evento, o público da festa que acompanha tudo de perto, fomentando a existência de todo um circuito e trazendo protagonismo pra Curitiba. Acho que vale a pena lembrar aqui a paixão que os frequentadores da festa tem não só pelo estilo, mas pela festa mesmo. No grupo você percebe claramente como toda essa movimentação é genuína, e não só o público reconhece, mas também os artistas que passaram por lá. Tive duas oportunidades de tocar na festa e presenciar o que antes eu acompanhava pela internet. Atualmente a festa conta com uma média de público de 400 pessoas e maior parte do público tem entre 18 e 25 anos.

E a cada mês a marca vem se consolidando. De uns tempos pra cá vem rolando alguns podcasts que trazem uma mix do invasor da vez e também uma mini entrevista com o mesmo. Já passaram por lá os melhores representantes nacionais no segmento, destaque aqui para Neguim. (Darker Than Wax), Cybass (Beatwise Recordings), Sants (Beatwise Recordings / TrapDoor / Man Recordings), Dorly (Heavy Baile), Flying Buff (Buuum Trax), Carlos do Complexo (Beatwise Recordings), Bad$ista (Beatwise Recordings) MC Carol, e muitos outros. Ao longo da caminhada também houveram nomes internacionais expressivos nos line up como Mr. Carmack (Soulection), Sango e Joe Kay (Soulection) e Plastician (Terrorythm).


INVDRS + Destruidora convida MC Carol

Como se não bastasse todo o esforço feito até agora pra incentivar artistas independentes e fazer girar um novo circuito, colocando Curitiba no mapa da Bass Music nacional, surge a INVDRS Agency.

De acordo com o Luis (Swinga), o trabalho vem sendo desenvolvido desde janeiro, e o primeiro agenciado foi o Ruxell (RJ), mas agora esse número já é maior, totalizando 10 artistas no roster atual. Sente a lista: Bad$ista, DKVPZ, Carlos, Pesadão Tropical, Marginal Men, Cybass, Atman, MENZ, Mari Mats, e o próprio Swinga. O trabalho ainda é recente, mas possui um time de peso com artistas que produzem Bass Music de qualidade, cada um com seu diferencial, porém com claras semelhanças entre si.

Acho de extrema importância que haja no Brasil essa movimentação voltada para um nicho de som que hoje não pode nem mais ser considerado específico, pois ao analisarmos todo esse cenário e seus agentes percebemos que não se trata mais de um pequeno grupo na internet trocando figurinhas. Este mercado existe e mais do que nunca vem abrindo espaço pra que todos possam usufruir ao máximo, seja indo a festivais e festas com artistas do gênero, seja com novos artistas tendo espaço e respaldo.

A INVDRS Agency, então, chega pra ajudar a consolidar todos esses aspectos e construir um cenário que muitos imaginam há anos por aqui.

Tá bom pra você que curte Bass Music? Porque não para por aí; a partir do segundo semestre de 2016 será dada a largada na INVDRS Records, um selo onde o Luis (Swinga) conta com o trabalho do Ruxell, Atman, e MENZ, todos do Rio de Janeiro. Segundo ele, a essência do selo é a liberdade.

“Queremos ter liberdade DE artistas, onde qualquer artista poderá lançar sons pela plataforma e liberdade PARA os artistas, já que não vamos exigir exclusividade do artista com a label, ou seja, ele poderá lançar suas outras músicas onde quiser. O projeto está tomando forma e corpo, mas quando sair acreditamos que será um grande passo para a cena nacional.”

Com mais essa empreitada, a marca se consolida de maneira crescente no cenário e pretende aquecer esse Mercado. Fiquem de olho pois logo a INVDRS vai “invadir” a sua cidade e você não vai conseguir escapar. Se estiver em Curitiba, procure frequentar uma festa dos caras, só assim você sentirá na pele o que toda essa movimentação gera e significa. A Bass Music ainda pode ser um gênero que causa estranhamento, mas aqui no Brasil significa incluir a maior gama de gêneros e públicos possíveis em torno das frequências graves, independente de tags ou de preconceitos que existam. A música conecta as pessoas! 

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