Michel Foucault escreveu que uma das funções da assinatura de autor é dar certa identidade àquilo que é produzido. É como se o nome, a marca, já antecipasse valor à “coisa”, antes mesmo de ela ser testada. Mas o que acontece quando um produtor abre mão do seu nome e opta pelo anonimato (mesmo provisório) de um pseudônimo?
Bem, quando isso acontece, é como se surgisse um recomeço. O codinome permite a aventura de um novo olhar, de uma nova concepção. O autor que abre mão de sua assinatura deseja um renascimento, pois se despe da roupagem que escolheu durante certo tempo.
É anular, “Null A”.
Sob esta proposta, este EP, “Reborn Sounds of Childhood Dreams”, abre espaço para uma espécie de estudo dos sonhos: aqui não há instrumentos, mas uma cadência formada por sons abjetos, reproduções de memórias sonoras de infância – que, na sua estranheza, desejam fazer você se movimentar.
Tua, é, portanto, um oferecimento: coloque-se neste espaço sonoro novo, sem referências, e teste o resultado.
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Por Eduard Marquardt/Troop.