Mantendo nossa tradição de fim de ano, convidamos alguns dos principais nomes do mercado para responder a seguinte pergunta: Qual foi a melhor pista de 2017? O ano ficou marcada pela transformação de algumas cenas e a afirmação de festivais gringos no país – algo tão complexo que até mesmo a gigante Tomorrowland não conseguiu fazer. Além disso, vale ressaltar a conquista de espaço dos brasileiros no cenário internacional, surgimento de novos núcleos e clubs como Warung, D-EDGE e Vibe com programação de ponta o ano inteiro. Confira abaixo as respostas:
Alex Justino | D-EDGE 18th tour – Beehive. Passo Fundo
A melhor pista do ano foi o início da comemoração de 18 anos do D-EDGE, na Beehive. O club é realmente o que falam por aí, tem um publico fiel muito forte e um staff exemplar. Foi meu primeiro live lá, com a pista respondendo o tempo inteiro e vibrando durante as faixas. Dois núcleos fortes da musica eletrônica no brasil organizando um evento, não poderia ser diferente.
Andre Salata | Sisyphos 29.10. Berlim
Fiz um set de 4h (inclusive faz parte da coluna Troally) que pareceu que estava tocando por 1h somente, tamanha foi a conexão que tive com a pista e como cada faixa foi fluindo durante a apresentação.
Arjana Vrhovac Jonsson | Mothership com Barac. São Paulo
2017 foi um ano excelente para cena em SP por vários motivos e aqui no D-EDGE foi excepcional. A programação não deixou a desejar, cada parte do quebra-cabeça foi encaixado no lugar certo para cumprir desejos de diferentes clubbers e atender as demandas tanto do publico quanto do mercado.
Para mim pessoalmente –a noite preferida do ano foi artista Barac na festa Mothership. Som bem diferenciado e energia positiva subindo até o teto, com ar muito performático. Foi importante também porque foi a primeira vez que tivemos oportunidade de ter artista romeno no line up.
Alem do Barac, todos os artistas do Dystopian fizeram apresentações incríveis:
Alex Do, Monoloc, Distant Echoes, Jon Hester e VRil (live). Valeu muito a pena, porque proporcionaram experiências sonoras vivas, inovadoras e ousadas. O publico, e eu mesma voltamos para casa com outras cabeças
BLANCAh | AHM. Beirut
DBeat | Levels Minifestival. Porto Alegre
Foi uma combinação de fatores. Tudo contribuiu para que essa noite fosse perfeita.
Exequiel | EKO com Lake People. São Paulo
Foi o conjunto que fez dessa festa algo tão especial. Estreamos nosso projeto nela e tivemos performances, ambientação, luz e som totalmente alinhados. Isso sem falar do novo live do Lake People que surpreendeu a todos que estavam na pista.
Fran Bortolossi | La Fabrica. Cordoba
Gabriela Loschi | Awakenings. Amsterdam
Gromma | [a:rpia:r] showcase. Barcelona
Sol, uma venue open air absurda e uma das semanas mais badaladas do verão europeu foram o cenário perfeito para os romenos deitar e rolar. Praslea + 8 horas de RPR Soundsystem. Inesquecível!
PS: felizmente teremos o Pedro e o Rhadoo no verão do Warung. Imperdível!
Gustavo Conti | Guy J no Warunng. Itajaí
O melhor progressive que ouvi nos últimos tempos. Moderno e com uma roupagem nova inclusive. Fiquei mais de uma hora dançando sem parar embaixo do lustre verde.
Jefferson Miranda | Dekmantel Festival. São Paulo
A chegada do Dekmantel esse ano ao Brasil foi algo realmente que marcou pra mim. Pra ser bem sincero eu não conhecia o festival até anunciarem sua edição no Brasil. Logo depois, alguns amigos me convidaram pra ir, gostei da proposta que o festival tinha a oferecer e fui. Cheguei por lá bem ansioso e ainda sem saber o que tinha pra acontecer la dentro, me deparei com uma perfeita organização e baita produção. A record shop, a loja de merchandising e a distribuição de protetores solares me impressionaram bastante. A curadoria também estava impecável e pra mim os destaques foram Moodymann, Fatima Yamaha, Nina Kraviz e o meu preferido: Jeff Mills.
Kleber | Urban Soul showcase no Club Vibe. Curitiba
Club incrível, com uma vibe excelente e com todos correspondendo a proposta da noite.
Leo Janeiro | Watergate. Berlim
O ano foi muito bacana, repleto de gigs especiais aqui no Brasil. Entretanto, a que mais me chamou a atenção foi o Watergate em Berlim.
Liquefied | El Fortin com Julian Jeweil e Leftwig & Kode. Porto Belo
Foi uma noite especial por termos tido a honra de entrega a pista para Leftwing & Kody, que sem dúvida alguma são uma das maiores referencias mundiais atualmente (no estilo que tocamos e seguimos). Obviamente que lá sempre foi e sempre será um lugar especial, pois recebemos todo o suporte e carinho de todos no club e também do público.
Marcelo Madueño | Tantsa com Etapp Kyle, Sterac e Vermelho
O retorno do Etapp Kyle à Tantsa em um set de 8 horas marca o aprofundamento do vínculo do artista com o público em um set que navegou por diversas nuances da musica eletrônica. Como warm-up a lenda Steve Rachmad aka Sterac deu uma aula de clássicos dos anos 90 de seus diversos projetos autorais.
Mau Maioli | Beat on Me 2 anos. Farroupilha
Esse é um dos projetos que eu iniciei junto com o Cris D e o Muinho Club aqui em Farroupilha. Foi visível a evolução que a festa teve desde o seu começo. Essa edição de 2 anos mostrou bastante do que aprendemos e crescemos musicalmente. Além de todas atrações terem uma ótima apresentação pude encerrar a noite junto com o Cris D. Uma das principais noites de 2017 para mim.
Mezomo | Som & Sol Festival. Santa Maria
Mais de três mil pessoas reunidas para um festival de techno e house com quatro atrações internacionais e o melhor da cena nacional numa cidade do interior do Rio Grande do Sul! Seria sonho algum tempo atrás, hoje é realidade em Santa Maria graças ao trabalho árduo da Sunset Sessions. O SOM & SOL Festival do último dia 02.12 aconteceu em um parque abandonado, com duas pistas surreais e teve como ponto alto a estréia do misterioso Hyenah no Brasil!
MOOV | Green Valley, 15 de Janeiro. Camboriú
Escolhi essa pista não apenas por ser a minha estréia em um dos clubs que já foi eleito o melhor do mundo algumas vezes, mas sim pela vibe que foi tocar neste local e especialmente por aquelas mãozinhas para cima ali na esquerda. Tocar com amigos na pista é algo indescritível e neste dia em especial haviam muitos no front.
Nezello | Amazon com Davis, BLANCAh e Boghosian. Chapecó
A Amazon no começo do ano em Chapecó foi minha preferida. Mesmo depois de um ano com diversas datas, essa ainda é a que ficou na lembrança como uma das melhores em termo de recepção, desde a descida do aeroporto até o fim da gig, aquela que nos sentimos em casa. Nesse dia toquei ao lado de BLANCAh, Davis, Boghosian, Zac, entre outros grandes artistas. Uma pista quente e com muita essência, me fez sentir o verdadeiro sentimento do que a música é capaz de fazer em uma atmosfera única.
Paulo Pires | Don’t Tell Mama. Cuiabá
O ano de 2017 me reservou grandes momentos, não posso deixar de destacar principalmente pistas no sul como o Hoss Club e Quintub que são em Passo Fundo e a Wave em Ijuí. Porém o meu grande destaque fica para o novo club Don’t Tell Mama em Cuiabá/MT. A casa foi inaugurada em Agosto, tem uma arquitetura super bacana, com ambiente intimista que aproxima muito o público do DJ. Outro destaque é a curadoria voltada a house music e suas vertentes que neste pouco tempo já trouxe nacionais como Káká Franco e Allen Rosa e internacionais como Thomas Von Party e Dicky Trisco. Sei que 2018 promete e muito para o clubinho. Vida longa!
Renato Cohen | Carlos Capslock Ré? Volta Para o Futuro Brasil
Foi uma dessas festas que quando você toca o publico, o espaço e o som ficam numa sintonia perfeita. Um momento mágico.
Rodrigo Ferrari | Deeplomatic, The BPM Festival. Playa del Carmen
A festa do label espanhol, o qual tenho feito bons lançamentos, rolou durante o super festival BPM, no roof top de um dos hotéis mais incríveis de Playa Del Carmen, o Reina Roja. Clima intimista, descolado, com a melhor vibe de um público de todos cantos do mundo totalmente entregue a música. O ano não poderia ter começado de melhor maneira!
Stekke | Timetech Stage, Tribaltech. Curitiba
TIMETECH marcou história na Tribaltech e na cena nacional. Há muito tempo não se tinha uma pista com artistas de vanguarda com identidade musical tão forte. Mais de 4000 pessoas lotaram a pista do começo ao fim do festival, demonstrando o tamanho respeito que o minimal/techno vem reconquistando.
Foi um marco e uma conquista. Para artistas nacionais que defendem essa sonoridade há muitos anos, a Timetech foi um stage pontual, dentro do melhor festival
nacional, com repercussão internacional. Levando novamente o nome do país para todo o mundo, e fortalecendo a cena da música eletrônica de vanguarda dentro
do Brasil.
Tahira | Projeto Sound Rua.
Organizado pelo Marcio Mouse e Robson Lopes. Gratuito, mensal e com base na Estação Cultura em Campias. Sou defensor dos eventos gratuitos, cultura livre pra molecada. Na pista, cerca de 5 mil pessoas. Toquei house, hip hop, música afro brasileira e reggae. A casa caiu! Todos estavam cantando e dançando, foi insano. Fazia tempo que não sentia uma vibração dessas num set assim.
VAntônio | Mothership, 11 de Novembro. São Paulo
Wehbba | Eastern Electrics Launch Party, Egg London. Londres
Fui o último da noite, na pista principal, entrando no som por volta das 5:30 da manhã. A vibe foi tão incrível que acabei fazendo um long set até as 9, tendo que parar o som com a pista cheia e com gente gritando pedindo a última, uma das minhas apresentações mais intensas de um ano repleto de gigs ótimas. Definitivamente uma das mais legais que já tive em Londres.
A música conecta as pessoas!