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A música conecta

Qual foi a melhor pista de 2016?

Por Alan Medeiros em Notícias 22.12.2016

Mais um ano de evolução e conquistas para a cena nacional está chegando ao fim. Em 2016, os clubs brasileiros reafirmaram sua importância como formadores de opinião e os núcleos independentes cresceram, a ponto de realizarem festas com grandes artistas do cenário nacional e internacional. O Brasil viveu uma temporada de boas festas e muita pista boa paras os clubbers dançarem até o dia amanhecer. Por isso, assim como no ano passado, nós resolvemos levar a pergunta do título para alguns amigos. Confira quais foram as melhores pistas de 2016 abaixo:

Paulo Pires | Ficou na dúvida

A missão é difícil, citar apenas uma pista em todo o ano é uma tarefa um tanto quanto ingrata. Me preparo para cada data com o mesmo empenho e carinho sem nenhuma dúvida. Burlando um pouco as regras pois não consigo citar qual a melhor, pois cada uma foi especial de sua forma, as duas melhores do ano para mim foram no Rio Grande do Sul. A Levels, festa que vem tomando uma imensa dimensão em Porto Alegre, onde tive o prazer de tocar ao lado dos amigos Doctor Dru, Lookalike e Mau Maioli, um público fiel, uma festa de mais de mil pessoas onde o ambiente de amizade predomina. Uma pista intensa e animada por todo o tempo. Outra festa que não poderei deixar de citar é o B Club em Carazinho. A pista intimista e cheia de energia comandada há anos pelo Marcelo de Carli, me proporcionou uma noite incrível. Feita por pessoas apaixonadas de verdade pela música. Que venha 2017!

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Rods Novaes | hoss club

Pra mim a melhor pista de 2016 foi minha gig em junho no Hoss Club em Passo Fundo/RS. Foi uma noite onde me surpreendi muito pela receptividade da galera, onde no dia fez -2 graus mas no Club a pista tava bem quente. A cada virada você ouvia os gritos do publico. Realmente estão de parabéns e espero voltar em breve!

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Bruna Calegari | Selvagem na Ópera de Arame

Pra mim, ninguém no Brasil personifica melhor esta miscelânea tão fantástica que é a música brasileira, do que a dupla Selvagem. Eles representam o passado e o futuro da discotecagem e encabeçam um movimento digno de redescobrimento das nossas raízes. Não à toa, foram os primeiros artistas que senti total segurança e feeling para contratar na primeira festa que fiz depois de 7 anos trabalhando com música eletrônica. Na data em questão o Augusto Olivani tocou sozinho, já que sua dupla (Millos Kaiser) não conseguiu embarcar para Curitiba. A festa rolou no palco da Ópera de Arame e o Kaká Franco fez um warm-up delicioso. Depois entrou o Augusto com um áudio engraçadíssimo extraído do WhatsApp, mostrando ali que a história na pista, daquele momento em diante, seria outra. Ele foi de Pepé Bradock a Fleetwood Mac, passando por Radiohead e Emílio Santiago, tocou música turca, house e disco clássicas, ponto de macumba e finalizou com uma versão em português de Bette Davis’ Eyes, desinibindo a pista completamente e retirando todos os rótulos de “música séria” da música eletrônica – já não era sem tempo. Esta data me fez ter a certeza de que a música eletrônica como conhecemos atingiu um ponto de esgotamento, assim o futuro da cena pode estar muito mais ligado ao seu passado. Por isso, acredito piamente que, ao invés de produzir mais do mesmo, os DJs deveriam estar focados em pesquisar (muito!) e imprimir um estilo completamente novo nas suas apresentações.

Fran Bortolossi | Kerri Chandler no Sónar by Night

Sempre quis ver ele ao vivo e foi a primeira vez que tive oportunidade. O set dele foi ótimo, fez um live piano em algumas partes (sobre Your Love do Frank Knuckles e In Your System de autoria dele), e o set inteiro foi inspirado no lançamentos antigos dele, ou seja, house music pura e de verdade.

Alex Justino | Techno Perfect no Club Vibe

Gosto de dizer que Curitiba nunca decepciona, e desta vez teve um gostinho especial. Voltei a tocar no Club Vibe depois de um tempo, na primeira noite da Techno Perfect no club. O set foi de 3 horas de duração e deu pra tocar muita coisa autoral e experimentar bastante. A pista estava querendo ouvir coisas novas e a cada virada só se escutava gritos, assobios e mãos pra cima. Foi incrível.

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Bruna Guedes | dOP e Michael Mayer no Club 88

dOP com o seu bom humor, com a sua postura apaixonante. Michael Mayer sendo um mestre e dando uma aula. Não é a toa sua jornada frente a Kompat ser algo de muito sucesso, ele tem uma classe como poucos. De quebra, ainda teve Caio T abrindo e Boghosian mantendo a linha e fechando na mesma altura. Noite que me fez encharcar o cabelo de tanto dançar, do começo ao fim dela.

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Arjana Jonsson | Vera no D-EDGE

Som tecnicamente impecável, assim como a técnica da Vera também. A resposta da pista de dança foi incrível. Ela conseguiu levar as pessoas  para uma jornada especial, preenchida com faixas e sons inovadores.

Jefferson Miranda | Sven Väth, Nos Trilhos

Pra mim, a festa mais marcante de 2016 foi uma noite inédita. Inédita porque foi a primeira vez que assisti a apresentação do papa Sven Väth, de quebra, em um lugar encantador, Nos Trilhos. O set superou todas as minhas expectativas. Foram 5 horas de mixagens incríveis nos toca discos, apresentadas junto ao sound system Pure Groove, em meio a vagões de trens, sob um viaduto e ao lado de uma ferrovia em funcionamento, sem duvidas nenhuma, essa combinação foi insana e me trouxe a melhor experiência do ano.

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Wesley Razzy | Ficou na dúvida

Esse foi um grande ano no Brasil para música eletrônica. O inicio de novas festas em que a música está acima de políticas, bolhas e outros fatores que são ruins para cena. Eu ouvi muitos artistas excelentes tocar pela primeira vez aqui e participei de grandes eventos feito com bastante carinho e sinceros em seus conceitos. Isso me deixa muito animado para 2017!

Dentro das melhores, duas ficaram bem marcadas: foi minha gig na Subdivisions ao lado de Lamache, Dee e Oliver – uma festa incrível em São Paulo que durou até as 6pm do dia seguinte, com as ultimas 5 horas de b3b entre eu, Oliver e Dee. Outro evento que não poderia deixar de mencionar foi a primeira Patterns ao lado do pessoal da MusicNerds. Acredito que foi a primeira festa com uma proposta e um lineup inteiramente minimalista em Curitiba – e deu muito certo! A energia da noite estava ótima, a casa cheia a construção de cada set foi perfeita.
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Castelan | Vorlat em Porto Alegre

Foi a melhor festa porque reuniu um sem fim de pessoas na rótula das cuias, ponto chave de Porto Alegre, durante toda madrugada até quase 10h da manhã, embalado a muito techno e outras doideiras mais que só se escuta em uma Vorlat.

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Gabriela Loschi | Subdivisions com Lowris

Atração principal: o francês Lowris. Por coincidência, tinha visto ele tocar semanas antes em uma viradinha Hoppetosse/Club der Visionaere da festa da Concrete em Berlim e foi incrível. Quando vi que ele seria a atração da Subdivisions em SP, dei cambalhotas de alegria. A Sub reuniu todos os elementos que pra mim são importantes: Música e soundsystem de qualidade, em primeiro lugar; local agradável – nesse caso um prédio abandonado, cheio de janelas e salões a se explorar, demais – e muitos, mas muitos amigos na pista. Depois do set fodástico do Lowris, a Tati Pimont encerrou com uma das melhores apresentações que já vi dela. A cereja do bolo é que essa foi minha festa de despedida – escolhida a dedo -, antes de eu me mudar para a Alemanha, o que trouxe uma dose de emoção extra. Não me recordo de estar mais feliz em qualquer outra festa esse ano com uma estrutura e um som desse tipo. Lavou minha alma.

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Georgia Kirilov | Mamba Negra com Andrea Ferlin

Foi nesse final de semana que confirmei de fato minha crença na economia criativa do nosso país. Não é coincidência que foi também nesse final de semana que conheci um dos projetos mais relevantes da música eletrônica nacional e tive a oportunidade de experienciar o que eles criam em prédios abandonados São Paulo a fora. Mamba Negra é um culto de expressão que reúne dos seres humanos mais diversos compartilhando de um som dark e intenso; Mamba Negra é uma das cobras mais perigosas do mundo; Mamba Negra convida você a se aventurar com o desconhecido e se entregar sem olhar para ver nas mãos de quem caiu. Festei por 24 horas seguidas nesse final de semana com maratona de festival e fui embora arrastada e quase chorando as 10h da manhã da festa. Já viajei muito para viver momentos de música eletrônica dos mais diversos, mas nunca vi nada tão puramente underground e delicioso assim, sem dúvidas a melhor pista de 2016 o ano inteiro e não só nesse final de semana específico. Que venham mais anos de Mamba, de Teto Preto, de duas minas maravilhosas com um trabalho incrível e de uma adição sem tamanho para a cena nacional.

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Que 2017 venha recheado de pistas maravilhosas, muita inovação e revelação em nossas pistas. A música conecta as pessoas! 

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