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A música conecta

O Hardwell tocou “Baile de Favela” mas ninguém se importa, ou ninguém deveria se importar

Por Alan Medeiros em Polêmica 02.02.2016

Pra ser sincero, eu nem sabia que o Hardwell estava em tour pelo Brasil. Fiquei sabendo através de algumas imagens nada a ver no Instagram durante o fim de semana e logo lembrei que ele havia tocado “Rap das Armas” em sua última passagem pelo Green Valley. Pensei, de cara, que dessa vez alguma outra polêmica seria levantada em torno de sua apresentação, afinal DJs de EDM costumam viver disso – desculpa, eu não resisti.

E adivinhem? Como um profeta, eu acertei. O “alvo” da vez foi o grande hit do momento, o funk do MC João que a molecada tem cantado em todo rolé bebendo vodka barata, “Baile da Favela”. Não demorou pro chorume começar na internet, na contramão da resposta da pista em Brasília. Pois bem, sem muita teoria vamos a minha opinião, que pouco importa assim como toda essa questão.

O Hardwell tocou baile de favela não com o objetivo de “valorizar a cultura eletrônica brasileira”. Essa discussão sobre funk ser a música eletrônica ou não é muito mais profunda e não tem nada a ver com músicas como essa – vide trabalho de gente como Carlos do Complexo. O DJ holandês resolveu fazer um mashup meio tosco da faixa com o hit “Ping Pong” do Armin van Buuren simplesmente por que ele e sua equipe tinham certeza de que funcionaria – e funcionou.

O funk faz parte da nossa cultura sim, mas isso é muito mais profundo do que pensamos e nada tem a ver com o hit juvenil do momento. A parte boa desse rolé todo é que o Hardwell nos lembrou que ninguém se importa com o que ele toca, ou ao menos ninguém deveria se importar.  O Facebook está cheio dos juizinhos de pistas que ficam dizendo o que um DJ deve ou não fazer – isso vai desde os fãs do Villalobos até a galera do Hardwell.

O pop star que ainda se apresenta em outras sete datas por aqui até o dia 9 de Fevereiro, não é um DJ com perfil de educar o público e portanto, não há espaço para lições de moral nesse episódio. Podemos todos voltar a ouvir o que nos agrada e rir – pra não chorar – dessa cena que perde tanto tempo falando sobre assuntos inúteis. A música conecta as pessoas!

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