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A música conecta

Opinião | Minimal? House? Tech House? Fury’s Laughter desafia a definição de um gênero

Por Marllon Eduardo Gauche em Notícias 13.12.2019

Confesso que a primeira vez que ouvi esse som nos fones de ouvido não fiquei impressionado, nem mesmo me chamou a atenção, mas foi só sentir suas batidas na pista que minha percepção se transformou totalmente. Foi quando eu entendi melhor como Fury’s Laughter conseguiu sair do cenário underground para conquistar o mundo e cair nas graças de tanta gente.

Em maio deste ano a track foi lançada em vinil pelo dinamarquês Samuel André Madsen, ou apenas S.A.M., e assinada por sua própria gravadora, Delaphine. Além da faixa-título ocupando o lado A, há ainda Alright no lado B, um pouco mais “estranha” que a principal, mas ainda assim também uma boa produção. 

Ambas foram relançadas digitalmente algumas semanas depois, Fury’s Laughter pela SPINNIN’ DEEP e, a Alright, pela PIV. A música protagonista deste texto já soma mais de 500 mil plays apenas no link oficial do YouTube e outros 2,5 milhões no Spotify (contando a versão normal e extended mix), isso em menos de 5 meses — lembre-se que estamos falando de um artista relativamente novo na indústria, sem outros grandes hits na conta.

Impulsionado por uma carga rítmica potente, Fury’s Laughter reúne o groove forte das produções de S.A.M. com melodias delicadas que, de alguma forma, conseguem ser extremamente certeiras; num set mais houseiro, dá para encaixá-la em diferentes momentos. Ela me lembra uma vibe estilo Kerri Chandler, mas com uma pincelada atual. 

https://www.facebook.com/samofdelaphine/videos/599459473885724/

 

A track alcançou a 1ª posição do Beatport no chart de Deep House com apenas três dias e, na sequência, figurou no topo entre todos os gêneros, ficando na frente até mesmo de You Little Beauty, do FISHER — podemos considerá-la um dos hinos de 2019 da cena House/Minimal?! 

Mais recentemente ela ganhou um EP de remixes abraçando diferentes estilos — uma prova do caráter dinâmico que ela carrega. Calvin Logue a deixou com um jeitão para superclubs, já Tube & Berger criaram uma bomba de Tech House. Lauren Lo Sung caiu mais para o lado minimalista sem abrir mão do groove e, ainda está para sair um remix de Norman Doray, dia 16 de dezembro.

Ah, claro, apesar do sucesso monstruoso da faixa, S.A.M. não se resume apenas à ela. Ele já fez tour por todos os continentes do mundo incluindo passagens por clubs conceituados como Fabric, Robert Johnson, Sankeys, e Rex. Fora das cabines, ele ainda é headlabel de outras duas labels além da Delaphine, a Dahlia e Oscillat Music, que já lançaram tracks de Ricardo Villalobos, Butch e outros.

No final de novembro, S.A.M. fugiu do frio europeu e embarcou rumo ao Brasil para estrear em nossas pistas realizando uma mini tour. A primeira festa aconteceu no último dia 30, em Camboriú, nos três anos do coletivo catarinense SeasNesta sexta-feira 13, ele sobe até Curitiba para tocar no Clube Inbox, ao lado dos pratas da casa Bessegato e Traffic Jam [confira todas as infos aqui].

Apesar das poucas gigs pelo país, não há dúvidas que o veremos com mais frequência nos próximos anos, ouvindo muitas “risadas furiosas” na pista.

A música conecta.

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