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A música conecta

Alataj Invites | Ryan James Ford está energizando a cena techno

Por Alan Medeiros em Entrevistas 06.11.2017

Alataj Invites é a série de playlists do Alataj no Spotify. Veja todas aqui!

Something Different. Essa é única frase presente na descrição da fan page de Ryan James Ford, DJ e produtor canadense, atualmente baseado em Berlim, que tem se destacado no cenário techno por conta de uma sequência de releases em selos como MDR, Afterlife, SHUT, From Another Mind, Answer Code Request e Paranoid Dancer – gravadoras de altíssima credibilidade.

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Seu estilo realmente original, carrega um equilíbrio entre o peso necessário para o dance floor e a suavidade que o techno precisa para não se tornar massante em alguns casos: “Acho que o humor e as coisas pelas quais estou interessado no momento criam as faixas.” comenta Ryan sobre o seu processo criativo. O relacionamento próximo a Hardwax, famosa loja de discos/distribuidora de Berlim tem o ajudado a se tornar um artista mais presente em um contexto internacional e isso é uma conquista que tem catapultado sua carreira e RJF valoriza bastante.

“É uma loja muito boa, com muita história e que me dá a oportunidade de aprender e ser humilde constantemente.”

Nessa entrevista exclusiva, ele também fala sobre social media, relacionamento com as gravadoras, conexão Calgary-Berlim e o desafio de montar, pela primeira vez, uma playlist para o Spotify – exclusiva para o Alataj. Confira abaixo:

1 – Olá, Ryan! Tudo bem? Conheci o seu trabalho através do EP Discipline 78-96, especialmente pela faixa Salmo. Como foi o processo criativo desse EP?

Mantenho as coisas bastante abertas quando produzo. Não tenho uma forma de trabalho definida, pode começar com qualquer coisa – um sample, synth, um efeito, etc. Acho que o humor e as coisas pelas quais estou interessado no momento criam as faixas.

2 – Seu remix para SHDW e Obscure Shape certamente é um dos highlights de sua carreira. Como surgiu essa oportunidade? Você se sente confortável na posição de remixer?

Marco e Lui são meus amigos e eles queriam que eu fizesse parte do pacote de remixes e eu fiquei feliz que eles gostaram. Não faço muitos remixes, mas se eu fizer tem que ser com alguém que eu energize. Basicamente crio uma nova música na maioria das vezes que faço um remix, então o relacionamento tem que existir.

3 – A real essência de um DJ pode ser representada por aquele cara preparado para encarar uma pista em qualquer horário e sob qualquer circunstância, mas hoje em dia parece que isso tem se perdido um pouco e os artistas em geral estão apenas tocando em clubs, festas e horários que coincidem com seu estilo de produção – ou seja, as pessoas parecem estar mais interessadas na produção do que na discotecagem. Como você enxerga esse momento?

Fui DJ, colecionador e ouvinte por muito tempo antes de fazer música. Eu não estava necessariamente tocando muito, mas eu colecionava e mixava discos há algum tempo (comecei em 1995). Acho muito legal que exista a oportunidade de as pessoas só tocarem, é uma habilidade maravilhosa e incrível ouvir um ótimo DJ que se move sonicamente. Uma vez que você começa a produzir, as coisas mudam – você passa muito tempo trabalhando na música e com aquelas pessoas que esperam que você toque músicas que são exatamente como as que você faz, o que não é algo que me interessa. Tocar as faixas que são inspiradoras ou especiais e feitas por outra pessoa é o que é empolgante para mim quando estou tocando.

4 – Afterlife, MDR, Answer Code Request, Paranoid Dancer… a lista de grandes selos que você tem colaborado é bastante representativa. O que você tem tirado de melhor do aspecto humano dessas relações?

Ter um bom relacionamento com as pessoas que eu trabalho é muito importante. Se tiver uma conexão, eu trabalho, mas se não tiver, então não. Me conectei com todos os labels acima de uma maneira genuína e que me fez querer trabalhar com eles.

5 – Quais sentimentos o guiaram na construção dessa playlist para o Alataj? 

Eu escolhi uma variedade de faixas que são especiais para mim de alguma forma. Algumas para clube, outras para o carro e outras para casa. Na verdade, nunca montei uma playlist no Spotify, então foi uma experiência legal.

6 – Qual a sua opinião sobre o poder e a importância que as redes sociais possuem na carreira de um artista? Você acha que Facebook, Instagram, Soundcloud e outros, mais atrapalham ou ajudam?

É definitivamente importante. Em cada caso de artista, é bom encontrar um método para usá-las que funcione de forma útil, mas também honesta. Eu acho que ser honesto é importante, mas não se levar tão a sério também é. Então, talvez eu não faça ideia.

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7 – Hardwax: qual tem sido exatamente seu relacionamento com a loja e de que forma ela tem contribuído para o seu crescimento?

A maioria dos meus lançamentos saíram pela Hardwax. SHUT, MDR e ACR estão todos distribuídos por lá e estou muito feliz com isso. É uma loja muito boa, com muita história e que me dá a oportunidade de aprender e ser humilde constantemente.

8 – De Calgary para Berlim: como cada uma dessas cidades ajudou a formar sua personalidade enquanto DJ?

Bom, acho que todo lugar que você vai tem um efeito sobre você artisticamente. Calgary foi o lugar que descobri techno, jungle, hip hop e também comecei a tocar e ir para raves em armazéns que obviamente tiveram um efeito enorme em mim. Berlim está cheia de artistas criativos que me empurram e motivam a descobrir e explorar artisticamente.

9 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Tudo.

A música conecta as pessoas! 

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