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A música conecta

Alataj entrevista Aitor Ronda

Por Manoel Cirilo em Entrevistas 12.06.2019

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A música é a principal estrela em uma festa de música eletrônica, mas o verdadeiro ponto alto de qualquer experiência na pista acontece quando o artista frente aos decks consegue criar uma conexão com o público e compartilhar emoções. Essa é justamente uma das principais características que define a carreira do DJ e produtor Aitor Ronda.

O espanhol já soma mais de 20 anos de atuação na indústria eletrônica e carrega em seu DNA artístico as heranças da cena clubber do anos 90. Apontado como um dos expoentes do techno em seu país, Ronda atingiu um alto nível de refinamento sonoro graças a todas as suas horas de dedicação em estúdio, que resultaram em mais de 300 lançamentos até hoje.

No histórico do artista, encontramos importantes labels do nicho techno a nível mundial, como as consagradas Toolroom, Riot, Terminal M e Elevate. Alguns desses trabalhos chegaram a atingir a primeira posição no top de techno do Beatport, reforçando sua maestria na arte da produção. Conheça mais sobre o artista na entrevista concedida à nossa equipe:

Alataj: Olá, Aitor! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Seu mais recente EP, The Message, chegou as plataformas com 4 faixas originais e inéditas. É possível dizer que o perfil sonoro deste trabalho retrata exatamente suas atuais preferências?

Aitor Ronda: Para ser sincero, sou muito eclético e estou em constante mudança e evolução. É difícil dizer que um EP de 4 faixas representa minhas atuais preferências, porque meu próximo lançamento vai ser bastante diferente.

Recentemente você lançou a marca WHACK, que além de uma gravadora, também assumirá a assinatura de alguns eventos. O que você pode nos contar a respeito deste projeto?

Estou muito animado para isso. Whack é a “marca”, meu ponto de vista particular e muito pessoal sobre o techno, o resultado de 20 anos de experiência e meu projeto de vida. Onde estou para desenvolver minhas questões na música. Desde minhas próprias festas, até a gravadora. Tentando focar todos o meu esforço em uma única direção. Bem-vindos ao meu mundo!

Em 2019 você completa 20 anos de carreira, uma marca em tanto. Do primeiro dia até aqui, como você avalia as transformações que a música proporcionou em sua vida?

Muito positivas. Música me trouxe muita coisa e me ajudou bastante. O techno literalmente salvou a minha vida.

No fim da década de 90 você morou em Dublin, estou certo? O que essa experiência na Irlanda trouxe de melhor para sua jornada na música?

Tantas coisas… conhecer Rosman e todo o crew que começou a fazer festas comigo no The Loft Barcelona 2 anos depois, as noites de terça-feira no The Kitchen eram incríveis. As sextas eram muito boas também e nós tínhamos a oportunidade de ouvir grandes DJs. Você tem que pensar que nessa época o techno nem existia em Barcelona ainda. Redbox estava no topo. Vi pela primeira vez Dave Clarke mixando ou Darren Emerson tocando o house com mais groove de todos os tempos. Temple Theater e os grandes shows de Claude Young eram surreais naquela época.

Toquei em tantas festas insanas nos clubes e também as melhores em casas privadas por toda a cidade. Tive a chance de tocar com artistas como Dave Angel, Gaetano Parisio, Jamie Anderson e meu bro Mark Williams, com quem eu fiz algumas collabs em vinil mais tarde como Kryptonite e Ben Sims fez alguns remixes, o que foi incrível para mim, um jovem de 20 anos de Barcelona. E o mais importante, comprei muitos discos de techno.

Como você se relaciona com o background que obteve em Barcelona? A própria cidade tem uma longa tradição de purveying boa música eletrônica. Isso tem sido um fardo ou um trunfo para você como artista?

Morar em Barcelona ajuda muito, sem dúvidas. Muitos festivais e clubes bons, line ups grandiosos, público maravilhoso e muito conectado também. De fato, atualmente há muitos artistas morando em Barcelona. Aeroporto bom, clima agradável e comida ainda melhor…

+++ Conheça o perfil singular de John Talabot!

Ao longo de sua carreira você teve algumas residências importantes, não é mesmo? Na sua opinião, o que não pode faltar para que essa relação seja positiva tanto para o club/festa, quanto para o artista?

Tem que ser um projeto em comum, com respeito.

Sabemos que a gastronomia possui um espaço especial no seu coração. Dito isso, você poderia apontar seus 3 pratos preferidos para cozinhar e o melhor restaurante que você já visitou durante uma gig?

  • “Pinchos” no País Basco, um dos melhores pratos em Getaria;
  • Mariscos na Galiza, Vilagarcía de Arousa pira a minha cabeça;
  • Arroz a banda de frutos do mar em Ibiza, feito por um amigo na sua própria praia, incrível;
  • Massa Fresca em Salerno, na Itália, em um lugar muito familiar onde você come o que “La Mamma” faz. Tudo delicioso;
  • Foie ou Duck Magret de Pau, no sul da França.

Desculpem me por não lembrar os nomes dos restaurantes, mas adicionei mais dois pratos.

+++ Wehbba compartilhou sua aventura gastronômica no País Basco.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

É basicamente o eixo da minha vida. Primeiro e último pensamento do dia. É o que me move e me mantém vivo, paixão pura e amor verdadeiro. A música me ajuda a passar por qualquer problema. Também é uma ótima ferramenta para expressar as coisas que eu não consigo expressar com palavras e me conectar com pessoas de todo o mundo. A vida sem a música não tem nenhum sentido para mim.

A música conecta.

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