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A música conecta

Akin fala sobre a primeira edição do Red Bull Music Academy Festival em São Paulo

Por Redação Alataj em Entrevistas 05.05.2017

Akin Bicudo é curador, produtor e músico experimental, idealizador do coletivo audiovisual e rádio online Metanol FM. Insider da cena alternativa de São Paulo, atua há 18 anos como conector cultural, fazendo curadoria e consultoria de conteúdo para festivais e eventos públicos e privados, com atuação no SP na Rua, na Virada Cultural de São Paulo e no Mês da Cultura Independente, além de espaços culturais da cidade, como Mirante 9 de Julho e SESC. Em entrevista exclusiva para o Alataj, Akin fala sobre o conceito do evento em São Paulo, RBMA, curadoria e decisões importantes para o festival que chega ao Brasil pela primeira vez. Confira abaixo:

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1 – Qual o conceito do festival em São Paulo?

O evento compreende diversos tipos de artistas, de diferentes estilos e movimentos, e pretende não ser apenas uma celebração daquilo que é inovador, mas também ser um festival que cria um paralelo entre a cena local e o cenário global. O contexto do cenário musical de São Paulo é muito efervescente e o RBMA Festival vem ser um reflexo do diálogo entre as cenas que o compõe, reunindo artistas já consagrados e novos nomes. O formato compreenderá, além de shows, palestras, workshops e exposições.

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2 – Para quem ainda não sabe, qual é a diferença entre a Red Bull Music Academy e o festival?

A Academia é um projeto de residência com duração de um mês que ocorre a cada ano e seleciona cerca de 60 artistas para ciclos de palestras, troca de ideias e aprendizado imersivo em alguma cidade do mundo. Durante esse tempo, também ocorrem eventos abertos ao público, entre shows e demais atividades envolvendo os artistas em residência. Já o festival, que acontece há cinco anos em Nova Iorque e há dois em Paris, reúne shows e eventos culturais diversos espalhados pela cidade. É a primeira vez que ele chega a São Paulo, com duração de 10 dias. A Academia, por exemplo, já foi realizada por aqui em 2002.

3 – Qual será a grande diferença da edição brasileira diante das edições de Nova York e Paris?

O grande diferencial é o olhar voltado para os artistas locais, colocando-os no centro do festival. Queremos impulsionar os talentos daqui e posicionar a cena criativa de São Paulo (e do Brasil) em relação ao mundo inteiro.

4 – Como foi o processo de curadoria? Quem está envolvido nele?

Esse longo processo, orientado diretamente pelos criadores da RBMA (Many Ameri e Torsten Schmidt), é feito por várias pessoas de diferentes áreas, não apenas relacionadas à música, mas também gente envolvida com audiovisual, por exemplo, além de criativos em geral. Foram semanas de reuniões, conversas, análise e pesquisa até chegarmos a uma lista final de artistas e lugares. Em alguns eventos, como no Ruído em Progresso, nós também contamos com curadores parceiros, como o Chico Dub (organizador do festival carioca Novas Frequências).

5 – Quais dificuldades surgiram nesse processo?

As principais dificuldades são aquelas já bastante comuns quando se organiza um festival: alinhar um conceito curatorial, conciliar datas e disponibilidade de artistas, administrar custos e logística, definir calendário e locações etc.

6 – Quais são os principais critérios levados em conta ao se escalar uma banda/artista para o festival? O que liga nomes como Arthur Verocai, Mykki Blanco e Racionais MC’s, entre outros? 

O principal critério que utilizamos foi a relevância que o artista ou banda tem no cenário local e na cena em que está inserido, independente do estilo que o define, seja música eletrônica, rap, MPB, rock e outros. O principal elo entre os nomes do line-up são sua importância histórica e a relevância que eles têm no contexto musical atual do Brasil, seja numa cena já estabelecida ou num cenário criativo em crescimento e expansão.

7 – Como foi feita a escalação de cada dia de evento e por qual motivo os artistas foram agrupados dessa forma?

Nós quisemos propor uma divisão de eventos que valorize a diversidade musical para incentivar o diálogo e a troca entre artistas que, mesmo tendo surgido em diferentes épocas e contextos, carregam influências muito parecidas entre si. Para o público é um jeito peculiar de conhecer algo novo, olhando diretamente para as raízes de inspiração dos artistas que representam o seu gosto musical, ampliando a percepção do universo musical onde estes atuam.

8 – Por que os artistas brasileiros que foram escalados para se apresentar em Nova York não estão no line-up do festival brasileiro?

É muito difícil conciliar agenda e disponibilidade de todos os artistas que queremos convidar, sejam nacionais ou internacionais. Cada edição do RBMA Festival é de certa forma única e, para esta primeira edição em São Paulo, procuramos reunir nomes de representatividade local, muitos que nunca se apresentaram juntos, a maioria inéditos em nossas iniciativas. Nossa vontade era também poder ter aqui os brasileiros que se apresentam em Nova York, mas isso não foi possível.

9 – Vocês se inspiraram em algum outro evento de música mundial?

Não. A única inspiração do festival brasileiro são as edições que ocorrem anualmente em Nova Iorque (desde 2013) e em Paris (desde 2015).

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10 – Qual deve ser a expectativa de público do RBMA Festival aqui no Brasil

Estamos esperando a presença de 10 a 15 mil pessoas.

A música conecta as pessoas! 

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