Skip to content
A música conecta

Alex Justino segue fazendo música com alma. Falamos com ele:

Por Alan Medeiros em Entrevistas 06.03.2018

Um do principais representantes brasileiros do techno não pertence ao eixo Sul-SP. Alex Justino tem catapultado a cena de Goiânia trabalhando tanto frente a novos artistas, quanto com eventos que prezam pela qualidade sonora e alto nível de produção. No estúdio, seu ótimo desempenho reflete lançamentos em labels do calibre de Steyoyoke Black, Warung Recordings e Armada – além claro da sua própria Nin92wo.

Embora 2017 tenha sido um ano de poucos releases, isso não significa, nem de longe, uma estagnada nos trabalhos de estúdio. Alex encarou com seriedade e foco um dos principais projetos de sua carreira até aqui e ao longo do ano passado construiu um live act poderoso que já passou por pistas do calibre de D-EDGE, Club Vibe, Club 88 e Beehive – essas são apenas alguns dos clubs que receberam o Justino para o seu novo formato de apresentação. Em 2018, Alex promete ainda mais.

As duas próximas semanas reservam compromissos especiais entre duas das marcas mais importantes na sua caminhada. No próximo sábado a Lost and Found, festa da Nin92wo, apresenta a tour do showcase de 18 anos do D-EDGE. Na sequência, quinta-feira dia 15, tem Nin92wo showcase na Moving D-EDGE, noite que tradicionalmente Alex sempre cultivou uma relação muito especial. Aproveitamos esse momento de grande efervescência e convidamos Justino para um novo bate-papo. Confira abaixo:

Alataj: Olá, Alex! Tudo bem? Obrigado por nos atender novamente. Ano passado você promoveu um next level em sua carreira com o lançamento do live act. De alguma maneira, você sente que o público tem absorvido diferente suas apresentações?

Alex Justino: Primeiramente é um prazer voltar a falar com o Alataj. O público absorve o live de uma forma diferente sim. É muito mais intenso para mim apresenta-lo. O tempo de apresentação é mais curto e as tracks vão se organizando de forma única a cada gig. Cada detalhe causa uma reação diferente. Estou gostando bastante.

Percebo que nos últimos meses você e a Nin92wo tem intensificado os eventos em Goiânia. Isso representa um bom momento da cena na cidade? De uma forma geral, você sente os jovens interessados em consumir algo mais profundo?

Estou tentando montar um calendário e produzir eventos com mais frequência em 2018. Vejo que o interesse existe, porém faltam opções. Criando mais festas e apoiando outras pessoas a fazerem o mesmo, consigo movimentar um calendário maior e colocar novamente a cena em uma crescente.

No último ano a Nin92wo diminuiu um pouco o fluxo de lançamentos, mas manteve um ótimo padrão de qualidade em tudo o que foi lançado. Para 2018, quais são seus planos com o selo?

A príncipios vamos manter lançamentos mensais, com foco em música de qualidade, nunca em volume de lançamentos. Pretendo também organizar algumas compilações buscando novos talentos e consequentemente trabalhar com alguns artistas internacionais que tenham uma conexão boa com nossa música.

Você é parte da D AGENCY já há algum tempo e junto a outros artistas da agência, tem tocado regularmente no D-EDGE. O que essa relação com o club tem te ensinado de mais valioso ao longo dos últimos anos?

O D-EDGE é uma família. Estou lá desde o início da agencia e tenho total liberdade para criar e tocar meu som. Acho que poder manter a música que acreditamos e poder arriscar sem pensar apenas no mercado é algo valioso que devemos praticar ainda mais.

Após um 2017 de concentração no estúdio para o lançamento do live, quais são seus principais planos para 2018?

Estou no estúdio diariamente criando texturas e fazendo experimentos. Após o inicio do live produzi poucas musicas e lancei menos ainda. Mas tenho pra 2018 um album em mente. Estou desenvolvendo a ideía e executando alguns experimentos. Será algo totalmente diferente do que ja fiz, contando uma história entre as tracks, mantendo minha identidade e musicalidade. Espero colocar tudo em ordem nos próximos meses.

Além da Nin92wo, você também possui um relacionamento especial com a Steyoyoke, gravadora que lançou um de seus EPs mais importantes até aqui e esteve em tour pelo Brasil em Janeiro. Como foi estar ao lado do selo durante a tour nacional?

Foi uma gig incrível ao lado do Soul Button e BLANCAh. Além de ser meu retorno ao Chakra, levar o live com a turma da Steyoyoke teve seu valor. O selo além de lançar meu EP Antilophia também abriu algumas portas na minha carreira e este EP foi um dos motivos para a criação do meu live. Além disso ainda no começo do ano iremos re-lançar lá uma outra faixa que foi lançada na Nin92wo, a Eva do Dub Recycle sairá em uma compilação. Definitivamente temos uma conexão boa.

Qual caminho devemos seguir para que a cena eletrônica brasileira continue crescendo nos próximos anos? [pergunta para uso exclusivo via newsletter]

Resposta exclusiva para conteúdo via newsletter. Inscreva-se.

Sobre distribuição digital: me parece que está cada vez mais complicado atuar no Beatport, já que as vendas estão caindo gradativamente. É possível dizer que o futuro da dance music underground também pertence ao streaming?

O presente já pertence ao streaming. Apenas DJs compram musicas atualmente e arrisco dizer que é uma fatia muito pequena. Gravadoras e artistas tem que se reinventar pois o formato atual de venda já está muito defasado. Acredito que a mudança é necessária, logo acontecerá, porém o caminho ainda é meio nebuloso, mas logo teremos a direção, acredito.

Como você enxerga sua identidade musical trabalhada a 2 anos atrás? Muita coisa mudou desde então? Para onde seu perfil artístico está apontando esse ano?

A reciclagem acontece a todo momento. A cada momento que passa aprendo coisas novas, vou me moldando a novas experiencias e isso é refletido diretamente na musica. Dois anos atrás minha cabeça funcionava com alguns pensamentos que já não fazem mais parte dela. Musicalmente falando, vou deixar me guiar pelo momento. Não estou seguindo estilos, estou criando de acordo com a vontade no momento.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. Nós enxergamos a música como uma forma de conexão entre as pessoas. Na sua opinião, qual o grande significado dela em nossas vidas?

A música é a sua conexão consigo mesmo e isso é fascinante.

A música conecta as pessoas! 

// Relembre a passagem de Alex pelo nosso podcast, ainda com DJ set, e sua entrevista para nossa extinta video coluna Stories.

 

A MÚSICA CONECTA 2012 2024