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A música conecta

Alataj entrevista Art in Motion

Por Alan Medeiros em Entrevistas 15.10.2019

Nascido no Rio de Janeiro e atualmente morando em Berlim, Vicente Amadeo aka Art in Motion carrega na bagagem uma longa história na música – mesmo com a pouca idade. Dos tempos de entusiasta, cruzando o país para dançar nas areias do Universo Paralello, ao interesse e estudo profundo por modulares em sua nova casa em Berlim. A trajetória de Vicente é marcada por um grande caso de amor com as batidas eletrônicas, apesar do clichê. 

Recentemente, tivemos a chance de encontrá-lo em Berlim e o que observamos foi um artista maduro de seu momento, com objetivos mais definidos e uma grande determinação em busca de um novo patamar na carreira. Paralelamente a isso, mais profissionalismo junto ao trabalho com sua gravadora, Plano B Records, e uma rede de contato que começa a se fortalecer nesta que é a principal cidade para dance music no globo. 

+++ Leia uma entrevista inspiradora com John Talabot!

A nosso convite, Vicente retorna ao Alataj após um longo hiato, da mesma forma que estreou por aqui, com entrevista e mix para nossa série principal de podcasts Alaplay. Abaixo, falaremos sobre vida e carreira através da perspectiva atual deste que é um talento brasileiro em momento de afirmação e ascensão: 

Alataj: Olá, Vicente! Tudo bem? Obrigado por nos atender. Sua carreira parece ter encontrado um novo momento com a mudança para Berlim, não é mesmo? O que essa nova fase da sua vida trouxe de melhor para música?  

Art in Motion: Fala pessoal, sempre um prazer falar com vocês! Já vinha namorando há um tempo essa ideia de me mudar para Berlim e realmente estou muito feliz. Berlim respira música e arte todos os dias do ano, a cidade não para! Fora a motivação e inspiração de estar vivendo tantas coisas novas continuo buscando evoluir fazendo cursos, workshops, sessões de mixagem…é muito bom sair pra dançar e escutar tanta coisa ”fresh” e diferente! Tantos DJs que eu nunca tinha escutado… O meu som mudou muito desde a primeira vez que vim pra cá em 2013 e acredito que agora esteja em um momento de transição, mas mantendo várias das minhas características.

Atualmente, quais são os objetivos que você coloca na prateleira de prioridades?

No momento é me estabilizar em Berlim, os primeiros anos quando se muda para outro país nunca são fáceis. Em 2020 quero alugar um estúdio e estou produzindo muito para programar meus releases. Minha maior prioridade no momento é evoluir o meu som e conseguir fechar bons lançamentos em labels que gosto. E claro, continuar focado na Plano B.

Percebo que a Plano B tem evoluído e ganhado corpo ao longo das últimas temporadas. Como tem sido encara esse difícil desafio de comandar uma gravadora? O que exatamente o futuro reserva para o label nos seus planos?

Testamos muitas coisas na label esses últimos anos, umas deram certo outras não. A nossa vontade é de investir e elevar o nível em todos os sentidos, mas infelizmente o retorno é muito pouco!

Estou bem feliz com o trabalho que estamos fazendo, eu e meu sócio, Thiago Freitas. Agora, estamos compartilhando ideias com nossos artistas principais e isso tem sido muito bom. Queremos fazer uma curadoria mais sofisticada e com isso devemos lançar menos coisas ano que vem. Também tenho planos de investir mais nos showcases e na marca aqui na Europa e no Brasil.

Apesar de estar distante do Brasil, certamente manter uma regularidade de visitas ao país é algo importante para você, até por conta da família. No seu plano de carreira, onde se encontra o Brasil neste momento?

No Brasil eu fiquei 3 anos praticamente parado, sem tocar. Vim pra cá sabendo que precisaria ficar alguns anos para dar tempo dos meus planos acontecerem. Pretendo ir ao Brasil pelo menos uma vez por ano, como estou indo agora em dezembro por dois meses. De fato, não quero perder esse contato com o meu país e a nossa cena.

Art in Motion – Russia 2018

Estive com você em Julho e pude notar um interesse maior pela produção com synths modulares. De que forma esse tipo de synth tem impactado o seu processo criativo?

Uns 2 anos antes de vir para Berlim eu já estava pesquisando sobre os módulos e como eles poderiam dar um toque diferente no meu som. Nesse período tive 2 synths semi modulares e fiquei impressionado com a sonoridade e resultados que eu estava conseguindo tirar. Além de ser um instrumento muito intuitivo com o som pra lá de quente, você é capaz de montar uma paleta de cores que ninguém vai ter. 

As possibilidades de jogar o sinal de lá pra cá são infinitas, o som está sempre em movimento, é como tocar um instrumento que está vivo. A liberdade para experimentar é absurda e você pode criar sons que dificilmente você iria conseguir clicando com um mouse. Acho que o modular é a melhor groove machine que um produtor pode ter [risos]. Há muito tempo não me sentia tão motivado para produzir.

Qual a linha de pensamento guiou você para escolha das faixas para o seu retorno ao Alaplay?

O podcast ficou bem progressivo, começando mais lento e com alguns pico. Como na vida, possui altos e baixos, momentos mais alegres outros mais escuros. Adoro brincar com diferentes moods e estilos, isso dá bastante movimento e traz surpresas interessantes para o ouvinte. Incluí uma das minhas novas faixas preferidas e também 2 novas que irão sair pela Plano B em breve. Espero que gostem dessa jornada!

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música representa o meu o dia a dia, minha paixão, como eu me movimento os passos que eu dou… escolhas! Acho que desde que embarquei nessa, a música é a minha vida!

A música conecta.

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