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A música conecta

House e techno de primeira são as marcas do Audiojack

Por Alan Medeiros em Entrevistas 28.06.2016

A história do duo Audiojack começou com o que podemos chamar de uma obra do destino. Jamie e Rich se encontraram em Ibiza, há mais de 10 anos e após um certo tempo de contato, decidiram formar o Audiojack. O projeto conseguiu somar as influências músicas de Leeds e Ibiza, locais de origem e atual residência do duo atualmente.

Donos de uma discografica que inclui lançamentos em labels como Hot Creations, BPitch Control, Crosstown Rebels, Tsuba, 2020 Vision e Gruuv, Jamie e Rich podem se orgulhar do fato de não terem se desgrudado de seus ideais com o passar dos anos. O resultado disso é uma evolução genuína que pode ser compreendida e identificada em trabalhos que possuem um bom espaçamento de tempo.

Na semana passada, conversamos com eles às vésperas de mais uma tour no Brasil – a sexta powered by moove. Falamos sobre a relação do duo com Ibiza, momento atual do mercado fonográfico, gerenciamento da Gruuv e tours no Brasil. Confira o resultado desse bate papo abaixo. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, meninos! Prazer falar com vocês. Na última década, vocês conseguiram desenvolver um trabalho consistente, flutuando entre o house e o techno. Como é possível construir uma identidade tão marcante, trabalhando com estes dois estilos simultaneamente?

House e techno sempre existiram lado a lado desde o começo e todos os DJs tocam os dois estilos unido com outros estilos de música simultaneamente. Nós sempre produzimos o que estávamos afim no momento. Às vezes house, outras vezes techno. Atualmente, cada vez mais novos artistas estão se prendendo em micro-gêneros, pois é o que o mercado espera deles: que eles produzam e toquem esses estilos para satisfazer marcas poderosas e manter a visibilidade no mercado. Isso é muito triste visto que sufoca a criatividade das pessoas.

2 – A discografia do Audiojack é formada por releases importantes em labels como Hot Creations, Get Physical, Moon Harbour, B-Pitch Control e Diynamic. Na visão de vocês, quão importante é liberar suas produções por selos que possuem uma sistemática de trabalho 100% profissional?

A Gruuv atinge um bom número de pessoas que estão regularmente interessadas nos nossos lançamentos, porém apenas lançar pela Gruuv seria como somente vender nosso novo álbum em uma única loja; muitas pessoas talvez nunca ouviriam falar sobre nós. Lançar por outras labels entrega nossa música para novas pessoas que talvez nunca ouviram falar sobre o projeto Audiojack. Somado a isso, está o fato de podermos lançar por labels respeitadas, onde as pessoas confiam no trabalho apresentado pelos selos, priorizam o nosso material em meio à montanha de músicas, artistas e selos que existem mundo a fora.

3 – Além de trabalhar com selos importantes na cena mundial, vocês também possuem uma própria gravadora, a Gruuv. Como ela surgiu e como funciona o processo de curadoria artística do selo atualmente?

Nós iniciamos a label por que amamos ser curadores e apresentar música, sendo uma linha adicional ao lado de discotecar e produzir. O processo de curadoria artística é bastante orgânico e reflete a música que estamos curtindo no momento e outras coisas que gostamos de tocar também.

4 – A forma como as pessoas escutam música atualmente é completamente diferente se compararmos há 10 anos. Como vocês lidam com isso em um olhar sob perspectiva de trabalho junto a Gruuv?

É uma vergonha alguns modos como a música é consumida digitalmente agora. As pessoas estão menos interessadas em escutar álbum como uma obra completa e preferem montar playlists sobre os seus artistas favoritos. De algum jeito todo mundo vira DJ, o que é legal mas ao mesmo tempo triste pois a cultura de parar para ouvir uma obra completa está sendo deixada de lado. Para a Gruuv apenas significa que ainda existe muita música por aí, já que é muito mais fácil fazer uma label hoje em dia por que são lançadas 10 ou 20 vezes mais músicas que antigamente toda a semana. Temos que trabalhar duro e sermos espertos para ter certeza que as pessoas saibam da Gruuv e ouçam nossas músicas.

5 – Vocês são originais de Leeds mas atualmente vivem em Ibiza, certo? Como os aspectos culturais de cada uma dessas cidades contribuíram para suas formações artísticas?

Leeds é uma fábrica de música eletrônica que cultiva e produz incríveis artistas inovadores constantemente. Com certeza isso influenciou a nossa música. Ibiza é uma das capitais da cena eletrônica no mundo, isso gira em torno de nós, porém também quer dizer que estamos um pouco mais velhos e consequentemente não estamos em todos os clubes todas as horas, então Ibiza é um pouco diferente para o Audiojack. Não estamos aqui para festas e sim para apreciar a beleza e a alma da ilha.

6 – Na bio de vocês, há uma citação ao D-EDGE como um dos lugares preferidos para tocar no mundo e essa última tour de vocês passou pelo club. Se possível, compartilhe conosco um pouco das impressões a respeito da casa e da cidade de São Paulo

Nós sempre amamos vir e tocar no Brasil, sentimos como as pessoas são calorosas e amigáveis, além das festas serem ótimas. Vocês possuem uma cena eletrônica muito saudável e alguns dos melhores clubes do mundo.

7 – Vocês possuem uma base de fãs respeitável e diversas tours no Brasil. Muito disso se deve ao trabalho da moove, que gerencia as turnês por aqui já há alguns anos. Quão importante é ter uma agência cuidando dessa parte em um país de proporções continentais como o Brasil?

No Brasil é essencial ter um agente local que organize tudo, principalmente por causa da diferença de línguas existente, além das questões do conhecimento do local. É essencial possuir um tour manager, principalmente fora da Europa.

8 – O verão europeu começou a pouco mas certamente há muitos planos do Audiojack para ele. Compartilhe alguns conosco!

Nós realizaremos o nosso “Sunday Social Party” em Ibiza, ao lado de muitos outras gigs na Europa e também na América do Sul. Trabalharemos em nosso live show durante o verão e temos esperança de lançá-lo ano que vem.

9 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música eletrônica representa na vida de cada um de vocês?

Nós amamos ouvir tudo, desde música clássica até hip-hop, punk, samba e bossa nova. Representa tudo e muito mais!

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