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A música conecta

Talentosa, brincalhona e divertida: conheça o trabalho de Bebetta

Por Alan Medeiros em Entrevistas 12.09.2017

Original de Bremen na Alemanha, Bebetta é uma artista com personalidade brincalhona, colorida e encantadora. Em diversas ocasiões ela já deixou claro que seu grande objetivo com a música é tornar o dia-a-dia das pessoas mais felizes e fazer com que elas esqueçam de seus problemas na medida do possível. Um desafio nobre que está sendo executado com louvor por essa artista talentosa.

A experiência necessária para desenvolver sua música, Bebetta adquiriu com seus sets por clubs disputados de toda Alemanha e Europa, produções entregues a selos como Monaberry e seu radioshow Bebetta In Bed, aonde artistas consagrados como Super Flu e CIOZ já marcaram presença. Duas de suas recentes novidades são a entrada pro casting da Cohenshi em toda América e o lançamento de Elephant On eBay em parceria com CIOZ, EP que ajudou a posicionar ainda melhor a identidade dessa produtora alemã na cena internacional.

No fim do ano, Bebetta vem à América do Sul realizar sua primeira turnê. Antes disso, ela bate um papo de forma exclusiva com o Alataj e fala sobre sua personalidade extrovertida, caráter melódico de suas produções, relacionamento com as gravadoras e muito mais. Vem com a gente:

1 – Olá, Bebetta! É um grande prazer falar com você. Em meio a uma cena eletrônica tão séria e sempre vestida de preto, você surge com uma personalidade brincalhona e divertida. Na sua visão, estamos levando a dance music a sério demais?

Obrigada, é um prazer falar com vocês! Pra mim, a dance music não é tanto sobre moda. Acho que todos devem se vestir como querem e como se sentem confortáveis. E porque o colorido não deve ser sério?

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2 – Em sua bio, você cita que seu objetivo é deixar o cotidiano das pessoas mais felizes. Como exatamente isso reflete na forma como você produz sua música?

Às vezes os sons te fazem criar ideias que influenciam diretamente no trabalho da faixa. No meu último lançamento há um mês, onde fiz uma collab com Cioz, vocês podem encontrar exemplos. Enquanto estávamos produzindo a faixa Elephant On Ebay, percebemos alguns sons de elefante. Pensando neles, nós elaboramos outro efeito acústico, que foi o mosquito picando o elefante. Nosso vídeo para a faixa é baseado nessa cena. Quando buscamos um nome, veio também a ideia de vender um elefante no Ebay. No dia do lançamento do disco, haverá um leilão com o primeiro esboço do elefante, que desempenha o papel principal no vídeo. O lucro será doado para uma organização que ajuda nossos grandes amigos cinzentos com o nariz longo. Em geral, gosto de contar histórias com o meu trabalho e expandir as ideias da faixa com vídeos, merchandise, press, adesivos e outras coisas loucas. Essa é a razão pela qual eu chamo minha música de “techno de conto de fadas” (em alemão “Märchentechno”).  Na minha opinião, isso leva o entretenimento para outro nível. Assistam ao vídeo para a faixa “Jello”. Lá vocês encontrarão outro exemplo.

3 – Uma de suas marcas registradas é o Bebetta In Bed. Conta pra gente como você chegou a esse formato de radioshow.

Tudo acontece na minha cama de estúdio. Meu estúdio é tão longe de casa, que faz sentido ficar lá por mais dias. Com o tempo, o estúdio cresceu e eu consegui mais e mais equipamentos. Por razões de espaço, o leitor de CD teve que sair do caminho e pousou na frente da cama. Quando recebi pedido de podcasts, comecei a gravar fora da minha cama, me acostumei e realmente gostei. Assim que surgiu o Facebook Live, eu liguei os dois, adicionei pijamas coloridos e convide alguns amigos DJs para algumas sessões de bed2bed. “Bebetta In Bed” assim nasceu.

4 – O caráter melódico está constantemente presente nos seus releases, não é mesmo? Fale um pouco sobre a forma como você produz musica atualmente e a repercussão que seus últimos lançamentos tiveram,

Para mim, a melodia é uma parte da música e uma peça importante para contar uma história. Estou trabalhando muito com material de hardware. Por exemplo, os sons da faixa “Elephant On eBay” são baseadas no Korg Minilogue. Depois de gravar tudo em Ableton, começamos com o processo de arranjo lá.

5 – Como você avalia o processo evolutivo das suas produções nos últimos anos? Você se sente plenamente representada pelo seu atual perfil sonoro?

Vejo uma constante evolução no meu trabalho, mas eu não diria que estou totalmente satisfeita com o meu som. Tornou-se mais maduro com os anos, mas acho que ainda há muito para descobrir e estou ansiosa para isso.

6 – Com as novas formas de distribuição de música transformando o mercado constantemente, você ainda considera importante ser representado por uma gravadora?

Talvez no passado fosse mais necessário fazer parte de uma gravadora do que agora, mas acho que estar em uma gravadora não é apenas sobre representações. A parte mais importante é a comunicação e a troca. E isso é importante, principalmente hoje em dia.

7 – Na sua opinião, qual a melhor maneira para se estar constantemente conectada com a sua base de fãs? As redes sociais são realmente essenciais nesse processo?

As redes sociais são a melhor forma para eu entrar em contato com a base de fãs, mas infelizmente, trabalhar em algumas plataformas de rede sociais não é muito fácil. Quanto mais fãs você tiver, mais você terá que pagar se quiser alcançar seus seguidores. É uma pena, porque, desta forma, as redes sociais estão ficando cada vez mais parecidas com uma revista publicitária do que uma plataforma de comunicação.

8 – Como é ser uma mulher dentro do atual cenário da música eletrônica? Você já sofreu algum tipo de preconceito ou discriminação por isso?

Não devemos pensar com esses limites. Não faz diferença se sou mulher ou homem, negro ou branco, se tenho nariz de elefante ou não. Infelizmente nem todo mundo pensa dessa maneira, mas com essas pessoas não tenho que trabalhar.

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9 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Pra mim, música é entretenimento para desligar da vida cotidiana e fazê-la mais colorida. Como eu disse, gosto de música que conta histórias e faz você sonhar.

A música conecta as pessoas! 

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