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A música conecta

Alataj entrevista Cesar Merveille

Por Laura Marcon em Entrevistas 17.12.2019

Se a música representa diversão, Cesar Merveille aproveita cada momento que ela pode proporcionar. Nascido em Paris, ele teve uma engrandecedora passagem por Londres e hoje é radicado em Berlim, cidades que influenciaram fortemente sua música, sendo um artista conhecido por experimentações dentro do house, techno, funk latino e sonoridades cheias de percussão, além criar uma banda de jazz modular, a Midiminuit

Suas faixas criativas chamaram a atenção de grandes players do mercado e já foram lançadas por selos de renome desde Cadenza Records, Wolf + Lamb e também a Visionquest, por onde lançou colaborações com o cofundador da gravadora Ryan Crosson.

Falando em criatividade, sua própria gravadora Roche Madame fez uma bela estréia no cenário da música eletrônica, concentrando-se principalmente na versatilidade musical e já lançou artistas como Herck, Arapu e Kamran Sadeghi. Como DJ, você encontrará facilmente uma experiência sonora nova, bastante intrigante e vanguardista.

Nós batemos um papo com esse artista que respira música que conta um pouco mais sobre sua história, lançamentos, projetos futuros e muito mais:

Alataj: Olá, Cesar! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Há alguns meses você tocou em Curitiba no novíssimo Clube Inbox. Como foi a experiência por lá? O que te chamou mais atenção no público brasileiro?

Cesar Merveille: Eu me diverti muito, o clube é ótimo, o público foi muito receptivo, foi uma super experiência.

Cesar Merveille no Inbox, em setembro deste ano

Paris, Berlim e Londres parecem exercer um papel fundamental em sua formação, não é mesmo? O que cada uma dessas cidades trouxe de mais valioso para o seu background musical?

Descobri música eletrônica em Paris e comecei a produzir lá no início dos anos 2000, mas muito rapidamente me mudei para Londres, então a maior parte da minha educação em música eletrônica era lá em lugares como Fabric, T bar, festas como a Lo-kee, para citar apenas alguns.

Londres é onde tudo se junta, desde conhecer pessoas até começar a tocar, me faz quem eu sou hoje. Berlim tratou de refinar tudo isso, desenvolver a produção musical e marcou o momento em que comecei minha própria gravadora. Cada cidade teve um papel diferente no meu desenvolvimento e cada uma delas é igualmente importante

Roche Madame tem se firmado como um proeminente selo dentro da indústria do vinil. Como tem sido conduzir essa jornada frente a gravadora? Quais foram os principais aprendizados até aqui?

Esta foi uma jornada realmente emocionante. Comecei a gravadora com três de minhas próprias produções para dar o tom e lentamente convidei amigos e novos artistas. Estou lançando devagar, estou mais focado em qualidade do que em quantidade mas, ao mesmo tempo, não busco grandes sucessos. Eu prefiro uma vibe do que efetividade direta.

Eu desenhei cada capa (gráficos e fotos) e isso me permite combinar minhas duas paixões, artes visuais e música (estudei design gráfico e de mídia quando me mudei para Londres).

Além de sua própria gravadora, vale destacar o relacionamento conquistado com a Cadenza ao longo de sua carreira. O que você aprendeu de mais valioso trabalhando junto de Luciano e seu time?

Essa foi e continua sendo uma jornada incrível, e eu aprendi muito, humanamente, profissionalmente e musicalmente. Eu tive que aprender a ser versátil, poder abrir um clube e fechá-lo depois do Luciano, por exemplo. Isso me ensinou a estar pronto para qualquer situação.

Ao longo dos anos, sua música tem sido amplamente apoiada por grandes DJs ao redor do globo. Qual é o sentimento por trás desse tipo de suporte? É uma espécie de aprovação saber que grandes lendas tocam suas faixas?

É sempre gratificante ter o apoio de ótimos DJs que você admira, isso alimenta a energia para continuar, mas você não precisa correr depois disso, é importante criar sua própria jornada, não para agradar, mas para o pessoal desenvolvimento e gratificação, se as pessoas entenderem, então ótimo, mas no momento em que você tenta fazer música para agradar a outras pessoas, perde um pouco da magia, eu acho.

Você lançou recentemente o primeiro álbum da sua banda de jazz modular, Midiminuit, intitulado Round The Clock, quão importante é para você adotar sons diferentes? De onde veio a ideia / conceito?

Este é um projeto que eu comecei há alguns anos atrás, eu estava trabalhando com o nosso pianista Julien Quentin, o baixista Yonathan Levi e Adrian do Masomenos separadamente e na época eu estava experimentando meu sistema modular.

Eu havia desenvolvido uma maneira especial de criar ritmos e sons interessantes e só queria que os caras improvisassem. Julien vem do clássico, Yonathan do Jazz e da música eletrônica, gostei da ideia de misturar esses estilos para criar algo mais pessoal. Eu sempre explorei diferentes sons e gêneros, fizemos dois álbuns com Ryan Crosson nessa direção. Para mim, é muito importante, eu aprendo muito com isso e mantenho as coisas emocionantes.

Planos, novidades e lançamentos. O que podemos esperar de seus projetos para o restante de 2019?

Para o final de 2019, há um novo lançamento da Roche Madame lançado por Felipe Valenzuela, então os meus próximos lançamentos serão em 2020. Outro álbum do Midiminuit, que é já foi gravado, alguns remixes para Denis Kaznacheev, Fantastic friends Records, Roche Madame e alguns Various para amigos íntimos.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

É meu tudo, meu entretenimento, meu trabalho, é onipresente na minha vida.

A música conecta.

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