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A música conecta

O sucesso da Colours pelas palavras de Fran Bortolossi. Confira entrevista exclusiva!

Por Alan Medeiros em Entrevistas 13.11.2017

On Air é a série de entrevistas do Alataj. Leia todas aqui! 

Que ano espetacular para Colours em 2017! A festa idealizada por Fran Bortolossi e com berço em Caxias do Sul (apesar das inúmeras edições por todo estado do RS) segue como um dos projetos de música eletrônica mais bem sucedidos do Brasil. Nos últimos anos, a marca conquistou um next level importante com a chegada de atrações desejadas pelos grandes clubs e festivais do mundo todo e manteve-se forte mesmo em um período de recessão na economia nacional.

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A lista de artistas é grande e pode ser brevemente resumida em nomes como Octave One, Danny Daze, Frankey & Sandrino, Thomas Von Party, Thomas Schumacher, Sabb e Ruede Hagelstein, apenas para citar alguns. A curadoria certeira de Fran também abrange uma leva interessante de artistas nacionais, peças fundamentais desse momento que a Colours está vivendo.

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A próxima edição apresenta a intensidade de um dos maiores nomes do techno contemporâneo: Chris Liebing. O DJ e produtor alemão é uma referência mundial do estilo e mantém um perfil artístico ativo e envolvente desde a década de 90. Frente a CLR, sua gravadora, Liebing lançou alguns dos releases mais poderosos do techno para o dance floor – é justamente essa energia que ele deve carregar para Caxias do Sul no próximo dia 14.

Nesse bate-papo exclusivo, Fran Bortolossi fala um pouco mais sobre a história e momento atual da Colours. Confira:

1 – Olá, Fran! Tudo bem? Antes de mais nada, parabéns pelo grande ano da Colours. Essa expansão significativa da marca já era esperada em 2017 ou os resultados surpreenderam você e a equipe?

Oi, Alan. Fico feliz com o espaço e com a entrevista. Obrigado pelo espaço e prestígio. Por aqui tudo ótimo! Que bom essa impressão de que a Colours evoluiu e se expandiu. Sempre planejamos os inícios de anos, basicamente com os mesmos pilares. Que são trazer festas divertidas e agradáveis, com bons DJs tocando. Até certo ponto, acredito que trabalhamos sempre da mesma forma. Nossa equipe é muito unida e tentamos entregar o melhor em todos eventos.

Os resultados estão sendo legais, porém é inegável que estar fora de grandes centros, com um calendário bastante frequente e no meio de uma crise cultural/política e financeira, afeta nosso trabalho também.

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2 – Como uma festa itinerante, você tem a possibilidade de apresentar diferentes propostas para a Colours. Qual cidade e qual formato de evento mais te agrada?

Acho que em Caxias do Sul, no Jockey Clube, é onde conseguimos impor melhor nossas idéias de evento, investir mais em line ups e onde temos nosso público mais fiel que nos acompanha desde o início. É um lugar grande e bastante versátil, que nos possibilita mudar bastante o lay-out (apesar de já termos encontrado o melhor deles há bastante tempo).

3 – Danny Daze, Octave One, German Brigante, Frankey & Sandrino, Solee, Thyladomid e agora Chris Liebing. Como tem sido a aceitação do público da Colours frente a esses artistas que são referências absolutas dentro do cenário eletrônico internacional?

A Colours sempre teve esse viés onde investiu em artistas undergrounds e diferentes, alguns inclusive se tornaram enormes tempos depois de tocaram com a gente. Também entendemos esse mercado noturno como algo cíclico e assim nos posicionamos como uma porta de entrada pra muita gente que está começando a ouvir música eletrônica. Queremos esse público jovem com a gente. Trazer nomes undergrounds faz parte da nossa história, nosso público é bastante educado e sempre recebe artistas de diferentes estilos e contextos muito bem. Então dificilmente temos medo de investir.

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4 – Quais são as principais dificuldades que você tem enfrentado na construção da Colours enquanto uma marca que se posiciona como fomentadora cultural? Trabalhar dentro do mercado gaúcho tem ajudado ou atrasado um pouco esse processo? A visão que temos de fora é muito positiva.

As principais dificuldades que temos é que estamos longe de grandes centros urbanos e turísticos. Temos uma capacidade limitada de público, pois atuamos no interior (por mais que sejamos o segundo polo urbano no RS). Porém de outro lado, temos um público bastante educado e culto, que quer DJs consagrados e de peso na cabine.

Ao meu ver, Chris Liebing e Octave One em 2017, são duas atrações que vamos lembrar por vários anos e que deveriam ser assistidos por todos que prezam música eletrônica de verdade e a sua história.

5 – Toda festa ou club possui aqueles residentes extra-oficiais, atrações que são adoradas pelo público ano após ano. Quais artistas ocupam esse espaço na Colours?

Festa que todos falam sempre das edições que fizemos, foi uma com Dubfire (que por sinal é muito próximo do Chris Liebing), onde ele tocou 6 horas. Kolombo é uma atração que desde 2013, sempre funcionou muito bem com a gente. Chegou como um DJ desconhecido e que arrebentou do início ao fim em 7h de set. Dos nacionais, quem me surpreendeu ano passado foi o Ney Faustini. Esse ano ele também tocou, mas não consegui escutar o set. Sabb foi outro DJ internacional que foi muito bem e que deve voltar em breve.

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6 – Após essa edição, quais são os planos e o posicionamento estratégico da Colours para o restante de 2017 e toda temporada de 2018?

Esse ano de 2018, devemos realizar menos edições, porém eventos grandes e com grandes DJs. Além do evento com o Chris Liebing, que pra nossa equipe é a atração do ano da Colours, também teremos uma festa em dezembro com um line up ótimo para encerrar o ano de 2017.

7 – Qual a sua visão sobre o atual cenário da música eletrônica do Rio Grande do Sul? O que o estado de melhor no momento e o que precisa ser melhorado?

Falando do que temos de melhor, a resposta é fácil [risos]: um público bonito, educado e que preza a cultura. É inegável a evolução do RS nos últimos anos. Hoje em dia vivemos uma fase muito boa, com eventos bem produzidos e ótimos artistas vindo frequentemente para cá. Porém, acho que ainda falta um pouco mais de união entre produtores daqui, talvez mais pra frente a gente possa ver um grande festival envolvendo várias marcas com big names (acho que é o que falta nesse momento).

Outro ponto é que também devemos valorizar mais os nossos DJs (e aqui eu me incluo). Vejo muitos DJs vindo do Brasil inteiro tocar aqui e infelizmente vejo muito poucos DJs do RS tocando no restante do Brasil. Isso não é saudável pra nossa cena e pro momento de amadurecimento que estamos com ela. É fundamental termos nossos protagonistas em grandes palcos pelo Brasil todo, não somente aqui. Muitas vezes me parece que agências e DJs enxergam a gente na hora de tocar e vender, mas não na hora de contratar. Se temos um ótimo cenário hoje em dia, a maior parcela disso tudo é por conta da galera que trabalha aqui. No que diz respeito a Colours em relação a isso, pretendemos priorizar e oportunizar cada vez mais os talentos que temos aqui.

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8 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que música representa em sua vida?

A música na minha vida é tudo, é até meio louco, mas eu vivo música o tempo todo.
Escuto música, toco música, trabalho com música, faço amigos por conta da música (alguns dos melhores que conheci foi através dela), me divirto com música, penso com música. As minhas melhores conversas são sobre música, e além disso, eu sinto que estou constantemente aprendendo sobre ela e me tornando uma pessoa melhor. Uma frase que resume bem a música e a relação dela com a minha vida, é a clássica do Nitzche: “Sem a música a vida seria um erro”.

A música conecta as pessoas! 

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