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A música conecta

Inspirações da moda e da música se fundem para formar a identidade artística de Dai Bohn

Por Alan Medeiros em Entrevistas 08.03.2017

Dai Bohn é uma artista conectada com o mundo e sua variedade cultural e tal característica a credencia a entrega de algo contemporâneo e rico musicalmente. Suas experiências em países como Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Austria, Espanha e Holanda, deram-lhe a bagagem necessária para construir sets com atmosferas repletas de elegância e muito bom gosto – esse último fruto de sua pesquisa musical interrupta.

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Sua vocação artística não permitiu que optasse apenas por uma de suas duas paixões – moda e música – e Dai então, resolveu se aprofundar em ambas, decisão que rendeu um diploma do curso de Moda na Faap e a conclusão do curso de produção musical na Point Blank. Apesar de suas contínuas viagens pelo velho continente e pela América do Norte, Bohn procurou não desconectar-se das pistas brasileiras e por conta disso mantém uma relação bem próxima ao D-EDGE, principal expoente da música eletrônica na maior cidade do país – São Paulo.

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Ainda como parte da celebração pelo Dia Internacional da Mulher (confira matéria especial aqui), convidamos Dai para assinar o mix 274 do Alaplay Podcast e responder algumas perguntas para uma rápida entrevista. Confira abaixo:

1 – Oi, Dai! Obrigado por nos atender. Em sua bio, você cita sua ligação com o mundo fashion. De que forma isso influenciou a maneira como você enxerga e trabalha com música eletrônica?

Muito obrigada à vocês por me convidarem a participar e eu poder falar um pouquinho mais de mim. Bom, com 13 anos de idade comecei a trabalhar como modelo em Santa Catarina, em meio à roupas e desfiles, sempre teve a conexão moda e música. Eu sempre ficava muito entusiasmada ao pisar na passarela, o grave da música, os grooves impactantes sempre faziam meu coração bater mais forte a cada passo ligado com o estilo da roupa que eu estava desfilando.

Para mim a moda e a música são dois meios ricos de expressão que me influenciam, desde a maneira de escolher um look para quando eu vou tocar em determinado lugar até a seleção das músicas para tocar em determinada festa ou evento de moda. Tudo isso está conectado para mim, assemelho a música de acordo com o público que vai frequentar, sabendo como estará vestido, qual a vibe e energia vai ter neste lugar. Vejo o contexto como um todo, conectado.

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2 – Além das cenas techno de Berlim e Detroit, quais são os outros movimentos que formaram sua personalidade artística ao longo dos últimos anos?

Em 2010 morei em Londres e lá tive diversas influências que agreguei aos meus sets. Selos como Minus, BPitch Control, Mute Records, Dirtybird Records, Paradigma Musik, Mood Hut, Rush Hour Recordings, PIV Records entre outros fizeram parte dos meus repertórios. Em 2011 foi a primeira vez que fui ao ADE ( Amsterdam Dance Event ), e lá realmente minha visão sobre a música ficou ainda mais relevante. O ADE, sendo um festival que reúne mais de 2.200 artistas, e diversas festas tornaram a minha visão ainda mais extensa, misturando diferentes estilos, influências e públicos. Daí para frente fiz diversos contatos e comecei a tocar anualmente na Europa, e vejo que este continente foi, e ainda está sendo, de suma importância para minha carreira.

3 – De que forma o curso de produção musical da Point Blank contribuiu para a sua formação enquanto artista? É possível dizer que você passou a enxergar a música de uma outra maneira após isso?

Contribuiu de uma maneira abrangente, desde os ótimos professores que tive até a busca de outras fontes de informações sobre música, festas com grandes Dj’s, frequentando lojas de discos e todo o cenário de arte e história que Londres tem contribuíram para eu enxergar a música com outros olhos, um olhar mais nítido e definido sobre a cena.

4 – Você tem planos de integrar, em algum projeto, música eletrônica e moda? Na sua opinião, esses dois movimentos poderiam caminhar de forma mais próxima?

Sim, quero conectar meu nome de DJ com a moda. No momento estou criando uma capsule collection com a inspiração nos anos 80, no empoderamento feminino, e também estou dedicada à minha carreira de DJ. Assim que minha coleção estiver pronta, que vai ser em junho deste ano, quero começar a conectar estas duas áreas e acredito muito que esses dois meios podem caminhar juntos sim, pois para mim, um complementa o outro.

5 – Aqui no Brasil sua carreira possui uma conexão com o D-EDGE, não é mesmo? De que forma o club tem sido importante na evolução de seu trabalho em território nacional?

Sim, o D-EDGE sempre prestou grande suporte para a minha evolução e meus sonhos na música. Renato Ratier, que é um grande expoente da música eletrônica, sempre está presente me ajudando com meu crescimento e conquista dos meus ideais, tanto quanto os bookers da D AGENCY também. Me sinto muito grata por ter uma história nesse club que possui grande importância e influência na cena do Brasil e do exterior.

6 – De que forma você enxerga o mercado da música eletrônica para as mulheres que estão começando agora e para as que já alcançaram o sucesso?

Vejo que a carreira de mulheres na cena eletrônica vem crescendo a cada dia, embora ainda exista um certo preconceito, e estamos constantemente sendo comparadas aos homens, sendo este um mercado predominantemente masculino. Não acho que apenas um rostinho bonito faça a diferença no palco, sem dúvida por trás disso tem que ter uma bagagem, um estudo, para assim nós mulheres sermos valorizadas e lembradas. Estudar, pesquisar é muito importante para que se possa fazer a diferença. Para as mulheres que já alcançaram o sucesso, percebo que conseguiram porque trabalharam muito para isso acontecer, e continuam sempre trazendo novidades em seus sets e produções.

7 – Quais foram as principais influências utilizadas para construção do set que lançamos hoje?

Este set teve grande influências da House Music e Deep House, desde artistas da Europa, Estados Unidos até Japão, tornando este um mix com diferentes timbres, grooves e variações.

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8 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música para mim representa amor, conexão, diversão, sentimento, vida. A música tem o poder de mudar o nosso humor, de fazer nos lembrar do passado, histórias, memórias, momentos. É difícil imaginar a vida sem um fundo musical. Ela me traz vida, serve de impulso para meu dia ser ainda mais feliz, basta escolher a música certa para o momento certo.

A música conecta as pessoas! 

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