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A música conecta

A paixão de Do Santos pela música

Por Alan Medeiros em Entrevistas 10.05.2016

Poucos são os produtores brasileiros que podem se orgulhar de terem trabalhado ao lado de algumas dos principais labels do mundo. O gaúcho Do Santos é um deles. Atualmente no casting da 24bit, de Curitiba, ele conquistou seu espaço no mercado através de lançamentos sólidos e uma agenda consistente. Suas faixas já foram lançadas por gravadoras do porte de Defected, Material, Suara e Toolroom. Atualmente, ele encara de forma animada e otimista, os novos desafios de sua carreira. Conversamos com ele, que nos contou detalhes do momento atual de sua carreira e de seu histórico na música também. A música conecta as pessoas! 

1 – Olá, Do Santos! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Acho que não poderíamos iniciar nossa conversa de outra maneira. Em 2009, você lançou a faixa “Menina”, que foi amplamente tocada por Richie Hawtin. Na sua visão, qual foi a real importância desse lançamento?

Oi Alan! Muito obrigado a vocês! A track “Menina” tem um sentimento muito especial na minha carreira por vários motivos. Foi minha primeira criação, foi meu primeiro Top10/Top100 no Beatport, com ela comecei a ganhar o respeito de artistas que eu sempre admirei, por ela fiz minha primeira tour internacional e foi com ela que o Richie Hawtin começou seu set em Córdoba/Argentina (Lugar aonde eu morava nessa época). Eu tenho um carinho enorme por essa track, hoje eu escuto ela e dou risada sozinho, pois ela é muito simples, com poucos elementos, mas lembro bem da forma que ela foi feita (equipamentos muito precários), e mesmo assim me abriu as portas pro mundo. Obrigado por me fazer lembrar desses momentos, fiquei muito feliz 🙂

2 – Entre 2009 e 2011, você adquiriu uma importante experiência em pistas fora do país. Qual é o principal vantagem de tocar em clubs relevantes de outras cenas? Qual o principal aprendizado que você adquiriu com essas experiências?

Qualquer viagem ou experiência fora do seu circulo habitual soma conhecimento para sua careira e vida pessoal. Viajar horas dentro de um avião, mudar teu fuso horário, tentar te comunicar em outras línguas, tudo isso são experiencias incríveis. Cada país ou clube vive a musica de uma forma diferente do outro. Cada lugar tem sua cultura musical e cada gig é  um desafio. É muito louco você tocar na França sexta e a acordar no sábado em Portugal… eu curto muito cada momento e aproveito para absorver o máximo de tudo!

3 – Em meio a tantos suportes importantes que você já recebeu na sua carreira, há algum que você considera mais especial? Se sim, por qual razão?

Alem do Richie Hawtin (que foi sem duvidas o suporte mais importante), posso citar o Carl Cox e o Pete Tong na BBC Radio 1. Quando eu vi fiquei sem saber o que fazer por vários minutos [risos]. A razão: eles são os caras!

4 – Suara , Material, Warung Records, Defected e Toolroom são algumas da principais gravadoras que você já trabalhou. Na tua concepção, qual a importância de entregar os trabalhos a labels que desempenham um papel mais profissional?

Não sei se mais profissional, pois existem labels “pequenos” que fazem um trabalham excelente, mas sem duvidas o suporte que você recebe por meio dos labels “maiores” é muito grande. Acho que os grandes artistas terminam dando um pouco mais de atenção para esses labels com maior prestigio, mas isso não quer dizer que eles não olhem também para selos menores. Acho que também soma muito para seu release e isso te da um suporte e credibilidade maior na hora de apresentar o seu trabalho no mercado.

5 – Fale um pouco sobre seu trabalho a frente dos selos Santos Music e Musique Records.

A Santos Music é uma gravadora mais versátil, com sonoridades que vão do indie ao techno,. Agora a Musique, a qual dirijo com meu grande amigo Who Else, é meu filho mimado. Nela estou editando exclusivamente sonoridades que eu toco e gosto muito. A Musique é uma label um pouco mais conceitual na questão musical.

6 – Sua recente entrada para o casting de artistas da 24bit parece ter sido um momento importantíssimo na sua carreira. Quais são as expectativas para essa nova etapa?

Antes de qualquer coisa, eu sou muito agradecido a todo o suporte que eu tive com a Hypno no começo da minha carreira, foi a primeira agencia a acreditar no meu trabalho e me abriu as portas para o mercado brasileiro! Trabalhar com artistas que você admira, respeita e por que não, artistas que você também é fã, é muito bom e desafiante. A 24bit é como uma família, somos poucos mas somos muitos ao mesmo tempo. Um grupo muito unido, todos na mesma direção e desde o momento fui muito bem acolhido em todos os aspectos. Sem dúvidas elas entraram na minha vida (profissional e pessoal) para somar ao máximo. O que mais me deixa feliz é ver o empenho que elas colocam dia a dia, não somente no meu trabalho, mas também no trabalho dos meus colegas. Estou muito feliz e me sinto muito bem nessa nova etapa! Sobre expectativas? Nossa… são muitas! Vejo tanto potencial e esforço no trabalho delas que as coisas não estão demorando para acontecer. Esse ano vai ser muito bom, recadinho pra elas… Meninas, muito obrigado por isso!

7 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música eletrônica representa em sua vida?

Musica eletrônica é tudo. Eu vivo dela e vivo com ela, já tentei me imaginar em um futuro sem a musica, mas não consegui. Sabe quando você gosta tanto que até as horas mal dormidas, o cansaço das horas de estúdio e viagens não incomodam? Então, é bem isso… quando você gosta tanto de algo, são tantos pensamentos e sentimentos ao mesmo tempo que não é possível descrever em palavras… acho que a única coisa que supera meu amor pela musica, é meu amor pela minha família <3

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