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A música conecta

As lentes de Ebraim Martini estão captando momentos únicos da cena eletrônica brasileira

Por Alan Medeiros em Entrevistas 29.08.2016

Finalmente, parece que chegamos a um consenso geral no que diz respeito a importância de uma boa cobertura fotográfica, seja para clubs ou artistas. O que durante muito tempo foi um ponto fraco muito evidente do nosso mercado, agora é uma área em evolução. Prova disso é a quantidade de bons profissionais que o mercado tem revelado nos últimos anos. Um deles é o curitibano Ebraim Martini, que clica em clubs e festivais de renome como Warung, Tomorrowland, Amazon e Vibe, além de trabalhar com importantes artistas da nova geração brasileira. Você já viu o trampo do Ebraim algumas vezes por aqui, ilustrando nossos reviews de algumas noites memoráveis no Warung. Agora, pode conferir um bate papo exclusivo com esse que é um dos grandes nomes da fotografia na música eletrônica brasileira. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Ebraim! Muito obrigado por falar conosco. A gente tem acompanhado seu trabalho já há algum tempo e conseguimos perceber que você tem o poder de imprimir uma identidade própria nos clicks. É possível apontar os fatores que possibilitam isso no seu trabalho?

Opa, tudo bem pessoal? É um prazer muito grande falar com o Alataj. Eu ainda não defini todos esses fatores, mas com certeza a vibe, público e iluminação contribuem bastante para um olhar mais apurado na hora das fotos.

2 – Warung, Vibe, Tomorrowland, TribalTech, Amazon… A lista de clubs e festivais que você tem trabalhado em parceria é grande e não para por aí. Qual a importância de ter seu trabalho rodando junto a marcas tão importantes?

Eu acho isso incrível, nunca pensei chegar tão longe em tão pouco tempo. Fico realizado em meu nome estar associado a marcas importantes como essas, sinal de que estou em sintonia com o mercado de entretenimento e com os valores dessas marcas. Por mais que tenha minha visão artística é importante registrar cada evento de acordo com a essência do que eles representam.

3 – É quase um senso comum que fotografia é feeling, certo? Entretanto, muitas vezes os melhores fotógrafos precisam “salvar” noites que não possuíam uma atmosfera tão bacana quanto a registrada nas imagens. No seu ponto de vista, é realmente possível fazer isso?

Sim, nessas horas os detalhes fazem toda a diferença. Sempre tem alguém que se destaca na noite ou uma situação especial que só a gente consegue percebe estando em tantas festas. Em noites como essas, procuro sempre treinar novos ângulos e perspectivas. É bom, pois é um aprendizado constante.

4 – Você é um cara que vive na noite, fotografando alguns dos melhores DJs do mundo, muitos deles certamente, ídolos seus. Ao longo de todos esses trabalhos, qual foi o artista que mais te “encantou” e surpreendeu fotografar?

Não consigo dar um nome, mas sempre me sinto a vontade fotografando os brasileiros no Warung, onde sou residente. Alguns já são amigos e isso torna o trabalho mais fácil. Fico a vontade para saber quando fotografar sem “interferir” no desenvolvimento do artista enquanto toca. Fora que é mais fácil descobrir o feeling de cada um, que tipo de foto os agradam mais, afinal todo mundo tem uma preferencia diferente. Acho que mais importante do que se surpreender é saber respeitar o momento do artista, tentar captar os melhores momentos da sua apresentação, sem ser alguém invasivo demais.

5 – Fora do ambiente de trabalho, em casa, o que você mais curte ouvir?

Incrivelmente eu tenho mais ficado no silencio do que com os fones de ouvido. Prefiro escutar músicas durante as viagens para entrar no clima. Mas eu tenho me ligado muito nos Podcasts da Defected e da Pacha, que tocam mais house. Alias, tem alguma rádio pra me indicar? [risos]

6 – Falar sobre referências muitas vezes pode soar repetitivo, mas consideramos importante essa pergunta. Quais são suas grandes fontes de inspiração dentro da fotografia?

Com toda a certeza, hoje, minhas referencias são meus amigos. Todos eles brasileiros. Criei um grupo de whatsapp que demos o carinhoso nome de ”TETA OU TRETA”. Adicionei um, que foi adicionando outro e já somos 26 hoje, todos especializados em fotografia de baladas e festivais que viajam pelo país, É incrível essa interação, todo inicio de semana é uma enxurrada de fotos que parecem pinturas. Uma fonte muito grande de inspiração e referencias.

7 – A fotografia é uma das formas mais bonitas de arte, mas também é parte fundamental no business. Quando você trabalha fotografando festas, é preciso encontrar um meio termo entre algo artístico e comercial, certo? Esse é um dilema seu? O fotógrafo de festas precisa sempre estar pensando em imagens interessantes que promovam a casa?

Acho que buscar o meio termo é importante. Normalmente uma casa ou festa te contrata para ter uma visão diferente do que o fotografo residente já tem, e nisso você acaba fazendo um trabalho conjunto com outro fotografo e conhecendo mais sobre a casa e dessa forma fazer um trabalho que seja artístico mas ainda assim valorizando onde ele acontece.

8 – Qual é o seu grande sonho/objetivo dentro da fotografia?

É uma pergunta difícil, mas reconhecimento é talvez o objetivo maior de todos que trabalham. Espero que minhas fotos sejam sempre associadas a algo de qualidade e percepção únicas, seja por artistas, público ou donos de eventos.

9 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a fotografia representa na sua vida?

Hoje eu posso falar que fotografar é minha vida. É ótimo poder representar em fotos momentos inesquecíveis das pessoas , dos lugares , e eternizar momentos especiais para muito gente. Isso é gratificante. Eu já vivi tantas coisas fotografando que não penso mais só em dinheiro, mas sim em surpreender sempre.

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