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A música conecta

Ellie Ka está seguindo suas verdadeiras influências

Por Alan Medeiros em Entrevistas 04.09.2015

A americana Ellie Ka é o tipo de artista que não se atém a apenas uma frente de atuação. Por isso, ela desenvolveu seus trabalhos como DJ, produtora e cantora. No cenário nacional participou de uma série de collabs e agora mira uma caminhada de trabalhos mais sólidos, guiados pelo suas verdadeiras influências. Nós fomos conversar com a artista da Hypno que falou um pouco mais sobre sua história e gravou um mix exclusivo para o Alaplay Podcast. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Ellie! Muito obrigado por falar conosco. Você é americana mas possui uma relação muito especial com o Brasil. Como a cultura distinta desses dois países contribuiu para sua formação musical? Aproveite e fale um pouco mais sobre sua trajetória…

Eu que agradeço o espaço! Sim, tive a sorte de estar em lugares com culturas distintas, e o Brasil sempre foi especial pra mim, tenho alguns familiares brasileiros também. É um país rico em sonoridades, mas não me influenciou diretamente. Cresci ouvindo Jazz e Blues em casa. O primeiro contato com a música profissionalmente foi aos meus 13 anos, com uma banda de Jazz trabalhei e fiquei um bom tempo envolvida com bandas, mas sempre achei que faltava alguma coisa, nesse período conheci um produtor musical com quem tive oportunidade de assinar um contrato com a gravadora Warner, aliás, quase assinei, fiquei meio sem saber o que fazer, porque se eu assinasse já teria uma música minha em uma minissérie, mas estava em dúvida se era isso que eu gostaria de passar para as pessoas. Pedi um tempo e fui viajar pra refletir um pouco, não estava certa da música que gostaria de seguir, foi aí que tive oportunidade de ir a Londres e nesse meio tempo que estive lá, foi o ponto de partida para absorver minha identidade musical. Andava sempre com um microfone na bolsa, literalmente, foi aí que conheci um DJ que iria se apresentar na Fabric, me convidou para cantar no mesmo dia e foi a primeira vez que me diverti com que estava fazendo e consegui me encontrar. Comecei a entrar nesse universo. As coisas foram caminhando. Assim como nós somos inconstantes, nossa música também é.

2 – Em sua biografia você cita o micro house, minimal e techno como suas principais bases. Quais são os artistas desses gêneros que mais te influenciam até hoje?

Quando mais jovem, a influência imediata dessa época foi o Techno: The Hacker, Kraftwerk, Vitalic , Miss Kittin e uma infinidade de artistas incríveis que me inspiram naquele tempo e continuam me inspirando, mas atualmente com a transição do Techno, me influencia bastante os artistas Musumeci, DJ Kot e Agents of Timecom seus sintetizadores e osciladores mais viajantes. No Minimal, tenho dado atenção aos produtores e selos que fazem um som mais cru e analógico como Hadrien Harry Axt, Sebo K, David Divine e Rekorder, o meu preferido até então. No Brasil tem me chamado atenção produtores como o Nato Medrato, L_cio, Art in Motion e o Alexandre Allegretti.

3 – Um dos grandes diferenciais de sua apresentação é a inserção de sua voz ao vivo durante os sets. Como isso funciona e como você tem elaborado esse “live”?

A experiência que eu tenho com o vocal, busco usar de forma improvisada em cima do meu DJ set criando uma segunda atmosfera. Normalmente uso o vocoder para mesclar o orgânico com o digital, podendo proporcionar momentos surpresa, de renovação da pista. Não fic refém de um padrão de música que seja feita exclusivamente para “funcionar”.

4 -Você já realizou algumas collabs e teve outros lançamentos reconhecidamente importantes. Há algum EP ou track que você considera mais especial em sua carreira?

Fico feliz em ter trabalhado com artistas brasileiros talentosos e isso de alguma forma contribuiu que eu chegasse até aqui. Cada faixa teve um significado especial. Não conseguiria citar uma só. Mas por agora tenho investido em parcerias que me identifico mais, nessa nova etapa. Afinal, uma collab não é apenas “colar dois logos em uma camisa”.

5- 2015 está caminhando para sua reta final nos próximos meses, assim logo estaremos pensando no verão e no começo de 2016 mas até lá muita coisa pode acontecer. O que vem de novidades por aí?

Estar em uma agência esse ano foi uma realização pessoal, e com um time competente que acredita no seu trabalho como a Hypno, foi algo fundamental.

Quero focar a full nas minhas produções autorais e nas gigs. Acho que a partir daí os que me acompanham conhecerão melhor a verdadeira essência da Ellie Ka (risos)

6- Para encerrar, uma pergunta bem pessoal. O que a música eletrônica representa na sua vida?

É o momento em que desligo do cotidiano e conecto com as frequências.

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