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A música conecta

Entrosamento que vem de berço.

Por Alan Medeiros em Entrevistas 30.01.2015

Os irmãos gêmeos Diego e Guilherme, formam o Duo Lookalike. O projeto é um dos responsáveis pela crescente evolução da cena gaúcha. Seja nos palcos ou na curadoria artística da Beehive a dupla tem vivido importantes capítulos no mercado da música eletrônica do Rio Grande do Sul. Trabalho que vem sendo coroado, o duo já dividiu cabine com nomes do porte de Marco Carola, Sthe Troxler e Lee Foss. Esse último, na estreia da dupla no lendário Warung Beach Club, em janeiro desse ano. 2015 por sinal começou com tudo, além da apresentação no Templo, eles foram confirmados no Warung Day Festival em Curitiba e assinaram contrato com a Hypno, uma das principais agências do país. Fase boa fez com que eles chegassem aos nossos canais, para ume entrevista exclusiva aqui na On Air e podcast, também exclusivo para o nosso querido Alaplay Podcast. Som na caixa, que disso eles entendem e muito.

1 – Em 2014 vocês estrearam na D-EDGE e em 2015, no Warung. Conta pra gente como foi a experiência de tocar em 2 dos principais clubs do mundo.

É difícil descrever o sentimento em palavras.

Parte do princípio que são dois clubs onde o artista não está lá por acaso. Por participar da curadoria artística de um club como a Beehive Club de Passo Fundo/RS, sabemos o quanto é necessário ter o seu trabalho sólido o suficiente pra chamar a atenção desses empresários.
Além da sensação de dever cumprido, ansiedade e responsabilidade tomam conta até termos a certeza que deixamos uma boa impressão para público e contratantes, na expectativa de retornamos o mais breve possível.

Infelizmente devido a distância de onde moramos até São Paulo, não tivemos a chance de conhecer o D-edge antes da nossa estreia lá. No caso do Warung, tivemos a felicidade de poder freqüenta-lo há dez anos, desde a nossa adolescência. Chegar naquela cabine definitivamente deu um gostinho especial a nossa estreia.

2 – A discotecagem em dupla reserva algumas peculiaridades. Vocês tocam sempre em formato de b2b ou durante o set cada um tem o seu espaço? Como funciona esse entrosamento?

Diferentemente de muitos projetos em dupla espalhados Brasil afora, nosso entrosamento iniciou nos primeiros segundos após o nosso nascimento. É comprovadamente assegurado pela ciência que o irmãos gêmeos tem uma conexão diferenciada, e nós somos a prova viva disso em todas as esferas da nossa vida.

Nossa sintonia vem se aguçando ao passar dos anos, vencendo juntos os desafios do dia-a-dia e não poderia ser diferente na nossa carreira profissional, em quase nove anos de carreira, somamos menos de cinco apresentações individuais. Desde crianças gostamos do mesmos estilos de som, esportes, comida e etc. Nossa personalidade, por outro lado, parece ser a única coisa que nos difere, dando um toque especial as nossas apresentações e mais “movimento” ao nosso Dj set, mesmo quando estejamos fazendo warm up.

A ambiguidade aliada a nossa sintonia pode ser hoje a nossa principal característica. Você tem duas visões diferentes de pesquisa de som, de referências musicais e de técnicas de mixagem, porém sem perder a identidade e usado a nosso favor.

3 – Vocês são residentes da Beehive e da Sunset Sessions, duas das principais pistas do Rio Grande do Sul. Como vocês enxergam o amadurecimento da cena por lá e o que ainda falta para chegar ao ideal?

Ser Dj residente de um club respeitado na cena eletrônica é primordial nos dias de hoje, principalmente para aqueles que não se consolidaram ainda como produtor. Em 2015 completamos 9 anos como residentes da Beehive Club, isso representa desde a sua primeira edição em Setembro 2006 até hoje. Já no caso da Sunset Sessions de Santa Maria/RS, há 3 anos, desde 2012, na ocasião era a sua segunda edição.

Talvez a nossa relação duradoura com esses clubs sejam reflexo do nosso entendimento em o que é ser um Dj residente.
Na nossa visão, hoje ele é o principal vínculo entre público e club e somente eles podem expor solidamente a identidade e proposta do club que representam.
Acreditamos que tal responsabilidade, quando bem exercida, faz desse Dj um operador da cena eletrônica onde ele atua.

No RS a cena eletrônica tem muita força no interior. Na capital nota-se uma renovação de tempo em tempo.
Em 2006, por exemplo, Porto Alegre recebia nomes como Richie Hawtin e muitos outros. Os clubs em atividade naquele tempo marcaram época e toda uma geração, que acabaram influenciando muito a nossa. Impossível não lembrar de clubs como Fim de Século e Spin, além de festas como a Fulltronic. Hoje novos projetos estão nascendo na capital e litoral gaúcho, com equipes que acreditam na música trabalhando nos seus bastidores.
Em suma: Temos orgulho em fazer parte de uma cena que vem se consolidando cada vez mais como uma das cenas mais fortes do país.

4 – Quais as principais referências musicais do projeto Lookalike?

Por mais controverso que pareça, não seguimos as mesmas referências em todos os nossos sets.
Já tivemos a oportunidade de tocar em diversas situações diferentes nas quais nos exige uma grande versatilidade e flexibilidade, tudo vai depender da pista. É possível notar essa diferença nos set’s ao vivo que estão disponíveis no nosso SoundCloud.

Se colocar no papel todas as “fases” que já tivemos, poderíamos citar nomes como: Tidestar, Xpansul, Ante Perry, Jesse Rose, Wollion, Tomboy, Zoo Brazil, Frivolous, Will Saul, Nightmares on Wax e Kolombo para os mais antigos.
Há uns 2 anos que nossas principais referências são os artistas brasileiros como HNQO, Fabo, Gabe, Volkoder e Fabricio Peçanha, não apenas por suas produções, mas sim pela sua musicalidade como um todo.
Sonoridades como a de Lee Foss, Miguel Puente, Slow Motion e Format B integram nossos Dj sets não apenas com suas obras próprias mas também o que esses artistas representam como Djs. Em 2015, a intenção é integrar ao nossos sets produções próprias também.

5 – Para encerrar, gostaria que vocês falassem o que representa esse anúncio da dupla no Warung Day Festival e o que mais tem de novidade em 2015.

Ficamos perplexos com a notícia. Nunca imaginávamos, mesmo no cenário mais otimista possível, que o nosso retorno ao templo seria no Warung Day Festival. O mais gratificante é ter a confirmação de que fizemos um bom trabalho na nossa estreia no começo do mês.
A agenda para os próximos meses está bem legal, acabaram de nos confirmar em um Warung Tour que vai rolar no carnaval do Bali Hai em Garopaba/SC no dia 15, junto com os Savages Albuquerque e Ale Reis, além de Diogo Accioly, Fabricio Pecanha e Phonique. Nesse mesmo dia tocaremos no Sky Beach a tarde. No final de Janeiro estaremos tocando na tenda eletrônica do Planeta Atlântida, um dos maiores festivais de música do RS, além da segunda edição de verão da Beehive Club em Fevereiro e também na abertura da temporada 2015 em Março.
Uma novidade super bacana também, é a nossa recente entrada na Hypno, acabamos de assinar contrato com a agência paulista e estamos muito entusiasmados com os frutos que poderão ser gerados dessa nova etapa.

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