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Alataj entrevista Gabriel Evoke

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É realmente muito bacana quando conseguimos acompanhar o crescimento de um artista no cenário eletrônico nacional. O jovem paulista Gabriel Evoke começou o ano com uma matéria aqui no Alataj de seu EP Electrical Force e logo depois colaborou com a gente na coluna Papo de Estúdio. Desde então, sempre mantivemos um olho no trabalho que ele vinha realizando e, de forma indireta, fizemos parte de algumas conquistas que ele conquistou ao longo de 2019.

+++ Papo de Estúdio: a importância de criar produções mono compatíveis

Evoke celebrou muitos lançamentos importantes, uma de suas faixas, Ritual, alcançou mais de 70 mil plays apenas no Spotify, ele realizou mais uma vez seu projeto All Night Long em Atibaia, sua cidade base, recebeu diversos suportes importantes e, acima de tudo, se manteve consistente sem perder o foco de seu trabalho, característica importante para quem deseja ficar ativo na indústria. 

Equilibrando seu lado como DJ e produtor com sua escola de discotecagem, a EVK Studio, Evoke ainda recebeu mais uma grande notícia em 2019: a confirmação de seu nome no lineup do Universo Paralello, um dos festivais mais importantes e tradicionais do Brasil. Falamos sobre tudo isso e mais um pouco nesta que é a primeira entrevista de Gabriel Evoke ao Alataj:

Alataj: Olá, Gabriel! Obrigado por nos atender. Você é outro artista que lida com diferentes frentes profissionais, sendo além de DJ e produtor, proprietário do EVK studio. Como você tem dividido sua rotina de trabalho? O que é mais importante para manter a casa em ordem?

Gabriel Evoke: Olá, Alataj! É um prazer falar com vocês. Sim, sou proprietário do EVK Studio, onde ministro aulas de discotecagem e presto assessoria para produtores que estão em um nível intermediário, mas que ainda têm dificuldades em algum processo da produção de uma faixa. Hoje eu criei uma rotina, tendo em vista que não é todo dia que estamos inspirados ou motivados, a disciplina acaba sendo fundamental. 

As minhas manhãs são reservadas exclusivamente para trabalhos em estúdio, pois é o período que minha criatividade está mais aguçada. As tardes e noites são para aulas e tarefas administrativas, mas caso esteja livre eu volto para mais uma session. O mais importante é a sua vontade de fazer acontecer.

Acompanhamos todas as suas recentes conquistas, principalmente em 2019. Este tem sido um ano bem especial para você, certo? A quais pontos você relaciona essa ótima fase?

Sem dúvidas 2019 está me trazendo muitas alegrias. Eu acredito que seja o resultado de um trabalho de anos que venho desenvolvendo, focado, disciplinado, com planejamento e estratégias alinhadas, garra e muita determinação. Só eu sei o quanto me empenho e luto pelos meus objetivos, e creio que o segredo seja esse, me entregar de corpo e alma ao meu sonho.

Proper House Music, ERYN, Erase Records e Shake Recordings são algumas gravadoras que você alcançou neste ano. Sabemos que você gosta de estudar os labels antes de efetivamente começar a produzir. O que mais é fundamental para conseguir chamar a atenção de boas gravadoras?

Sim, esse ano eu vim com um ótimo ritmo de lançamentos. Meu objetivo foi lançar um EP por mês, não mais nem menos que isso, pois estou focando em uma estratégia de inserção no mercado, não apenas nacional, mas a nível mundial. Ter em mente qual gravadora vou direcionar um trabalho, e assim estudar suas características e estética, facilita bastante no meu processo criativo, pois já tenho uma ideia de onde quero chegar. 

Para chamar a atenção de boas gravadoras você precisa constantemente entregar músicas de alta nível no mercado, dando o devido valor a cada etapa do processo de criação de uma faixa. As labels estão de olho em novos produtores, que estão vindo com uma boa proposta criativa e com personalidade. Vejo que muitos artistas vão na onda do que está rolando “no momento” e esquecem que isso já existe, já está sendo lançado e que as grandes gravadoras já estão pensando lá na frente no que será a nova aposta, ou seja, pense adiante!

Nos últimos meses você tem focado em um estilo de produção mais conceitual. Explica pra gente sobre essa transição? O que te levou a fazer essa reflexão e, consequentemente, a mudar um pouco a sua linha sonora?

Eu sempre busquei entregar a minha verdade como artista. Produzir e tocar o que realmente acredito. Estou sempre estudando, pesquisando, testando e desenvolvendo novas ideias. Acredito que essa evolução musical para um som mais maduro acabou vindo naturalmente.

Entre seus últimos lançamentos está um single pela Swerve Digital, que tem alcançado boas posições no Beatport, além do EP pela Baikonur Recordings. Como é o seu processo criativo e como exatamente você busca estimular isso?

Eu costumo estudar as gravadoras e produtores que tenham a linha de som similar com o que estou buscando. Faço uma análise completa da estética, construção, timbragem, mixagem e tudo mais, o que me clareia o caminho que pretendo seguir. Assim, implemento a minha personalidade nesse processo criativo para desenvolver algo com identidade. 

Eu sou um artista que tem um bom ritmo de produção, então eu sento no estúdio e, normalmente, as ideias não demoram muito para aparecer. Acredito que quando nos mantemos em movimento as coisas fluem, e não é diferente com a criatividade, ela tem que ser estimulada o tempo todo.

Quais são os artistas e estilos musicais que estão mais forte no seu radar nesse momento? Você busca pesquisar coisas que nem sempre fazem parte do seu repertório também?

O Tech House e o Minimal são os estilos que mais tenho estudado e tocado. Artistas como Cuartero, Blackchild, Luca Donzelli, Darius Syrossian, Joseph Edmund, Seb Zito, Toman, entre muitos outros, estão me chamando bastante atenção. Mas, eu estou sempre buscando referências em outros gêneros também, como o Deep House, House, Melodic House & Techno, Afro. Primeiramente, porque gosto muito da musicalidade e acabam me servindo como fontes de inspiração, e segundo, porque tenho o projeto ‘All Night Long’ em que faço long sets e transito bastante entre os diversos gêneros da música eletrônica.

E dentro do cenário atual, quais são seus principais objetivos no momento? A ideia é apostar ainda mais em produções autorais no próximo ano ou desenvolver seu lado como DJ?

O meu trabalho como produtor é de extrema importância e sempre será o meu foco principal, já que é fundamental ter bons lançamentos para se manter no mercado. Quero fazer carreira internacional e é através da minha música que eu pretendo fazer isso acontecer. 

O trabalho como DJ também é essencial para que o público possa conhecer de perto o meu trabalho, além de ser uma ótima forma de testar as novas produções. No momento, meu principal objetivo é expandir a minha marca para esses quatro cantos do Brasil. Entrar para uma boa agência de DJs é algo que daria um ótimo suporte nessa expansão. Estar confirmado no line-up do Universo Paralello é uma grande conquista, diga-se de passagem.

Sem dúvidas! Como foi ao receber a notícia do Universo Paralello? Este era um objetivo que você já estava mirando ou chegando de repente? Que detalhes você pode compartilhar com a gente?

Mais que alcançar um objetivo, tocar no UP vai ser a realização de um sonho. Eu conheci o festival em 2004, há 15 anos atrás, e fiquei encantado com a sua magia. Naquele ano eu me prometi que um dia assumiria a cabine. Na época ainda não tinha o palco UP Club, o qual me apresentarei. Como o evento acontece de dois em dois anos, essa era uma das minhas metas para 2019. Joguei as energias para o universo e já em maio chegou o convite. Foi uma sensação surreal. Uma resposta para tantos anos de trabalho e dedicação, e um sinal de que devemos sempre acreditar que, em algum momento, nossa hora vai chegar.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música é o que move a minha alma e dá vida aos meus sonhos.

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