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A música conecta

Alataj entrevista Infinity Ink

Por Alan Medeiros em Entrevistas 21.03.2019

Luca Cazal e Ali Love são amigos de longa data e se uniram em meados de 2011 com o objetivo de criar algo que soasse diferente frente ao momento que a dance music estava atravessando na época. Ao lançarem uma série de releases que logo caíram nas pistas e no gosto da mídia especializada, Infinity Ink se estabeleceu como um projeto a ser observado de perto.

Do estúdio para as pistas, Luca e Ali seguiram apostando em uma mistura de soul, funk e traços psicodélicos para suas produções. Ao longo desta década, o duo emplacou trabalhos de sucesso em gravadoras do calibre de Crosstown Rebels, Exploited, Emerald City Music e Different. Paralelamente a isso, também vale destacar as colaborações em que estiveram envolvidos, com artistas que vão desde Joris Voorn e Lee Foss, até Brett Johnson e Seb Zito.

Entrevistamos outra referência da house music: Fred Everything.

No próximo dia 5 de Abril, Ali Love e Luca Cazal apresentam ao mundo o House of Infinity, full lenght de estreia do projeto que chega às plataformas digitais pela Cooltempo. Ao todo são 11 faixas originais que trazem composições solo e parcerias com nomes como Yasmin, Mr V., Tim Fuller e Cedric Gasaida. Na entrevista abaixo, aprofundamos esse e outros assuntos em torno do projeto:

Alataj: Olá, Luca e Ali! Obrigado por falarem conosco. Desde 2011 vocês formam o Infinity Ink. Da criação do projeto até aqui, quais foram os grandes aprendizados que vocês obtiveram um com o outro?

Infinity Ink: Não acho que aprendemos muita coisa. Continuamos malucos, mas quando trabalhamos juntos precisamos encontrar um meio termo, pois eu naturalmente aprendo mais sobre sons e ganchos, enquanto Luca é um artista muito mais do minimal. Isso contribui para uma dinâmica interessante.

Infinity, lançado em 2012 pela Crosstown Revels, é um dos grandes hinos do underground nesta década. Letra, melodia, linhas de baixo… como vocês chegaram a este resultado tão impactante?

Luca apareceu com a batida e a linha de baixo, eu apenas fingi cantar como Backstreet Boys! Começou como uma brincadeira, no entanto, fiquei impressionado com o que ele conseguiu naquele primeiro momento. Entreguei a demo a Damian Lazarus em Nova York e ele acabou tocando uma semana depois no Robot Heart no Burning Man… E foi isso.

Como vocês organizam os períodos de maior dedicação ao projeto tendo em vista que ambos possuem carreiras consolidadas fora do Infinity Ink?

Quando Luca morava em Londres era fácil, pois ele estava em Hackney e eu em Shoreditch. Quando ele se mudou para Ibiza, foi bom também, eu moro lá no verão. Estamos surpresos que nós finalmente conseguimos um álbum juntos, considerando o quão ocupados estamos. A melhor coisa é que gostamos muito da vibe do disco.

Ao longo desses quase 10 anos, grandes artistas trabalharam em releituras para as faixas do Infinity Ink. Vocês possuem algum trabalho preferido ou mais importante neste sentido?

No momento, gosto muito do remix de Seb Zito para Rushing Back ft. Yasmin. O remix de Todd Edward para Infinity também é insano.

Quais são as principais referências de vocês fora da dance music? Essencialmente, quais foram as influências que ajudaram efetivamente vocês a formarem o projeto?

Nos conhecemos anos atrás, quando sair em Londres era muito rock ‘n’ roll. Nós dois estávamos em bandas com cortes de cabelo indie, tentando parecer os Ramones. Então, naquela época, era tudo sobre música e guitarras, bandas como LOVE, The Faces e The Strokes estavam em alta. Até que nós dois entramos no Italo disco, aquele que Daniele Baldelli toca… Conheci o house quando me mudei com James Priestly, da Secret Sundaze. Foram Jamie Jones e Damian Lazarus que nos trouxeram para a cena house.

Sempre fui muito curioso sobre o workflow de duplas e trios de música eletrônica. Como isso funciona exatamente pra vocês?

Ambos somos músicos. Luca é ótimo nos teclados e na produção de bateria, eu toco baixo e guitarra… Tentamos tocar ao vivo o máximo possível ao invés de usar MIDI, etc., que muitas vezes parece perfeito e limpo, sem nenhum swing ou sentimento. Para este projeto, o som, no geral, é bem lo-fi. Usei um gravador antigo de 24 faixas para fazer algumas músicas do início, o que levou muito tempo, mas que deu um sentimento que não seria possível alcançar usando Ableton ou outro programa.

Após uma longa jornada, House of Infinity está próximo de ser lançado – fiquei sabendo que há uma série de colaborações nesse debut álbum. O que levou vocês a convidar outros artistas para participar deste momento tão importante? Qual a mensagem central que o álbum possui?

Tudo acontece quando tem que acontecer, e sim, olhando para trás, suponho que tenha sido uma jornada. É bom ter tempo para fazer música sem prazo, mas gostei tanto de terminar o álbum que acho que deveríamos lançar um por ano a partir de agora. Os artistas com quem trabalhamos surgiram, principalmente, através de Luca. Eu estava muito consciente de que seria demais cantar em todas as faixas, então é incrível ter lendas como Mr.V e Elbee Bad no álbum. Adorei fazer a faixa “Situation” com S.Y.F, pois eu tocava baixo e guitarra com a minha boca fechada. Yasmin também é uma das melhores cantoras com quem já trabalhamos, ela é realmente completa.

Para finalizar. Nós enxergamos a música como uma forma de conexão entre as pessoas. Na opinião de vocês, qual o grande significado dela em nossas vidas?

Não poderia concordar mais, música é a chave. Muito amor!

A música conecta.

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