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A música conecta

Alataj entrevista Jimi Jules

Por Laura Marcon em Entrevistas 19.12.2019

Se existe algum artista que é capaz de conquistar a todos ao seu redor dentro e fora das pistas de dança esse alguém é definitivamente Jimi Jules. O suíço, além de ter um currículo musical respeitável que vai do domínio de instrumentos como tuba, trompete até um mestrado na Universidade de Artes de Zurique, integra times de muito respeito dentro do mercado como a lendária marca da Watergate e o gigante Innervisions, comandado por Dixon e Âme.

Fora das cabines, Jimi surpreende a todos com sua personalidade carismática e sempre bem humorada, bastando uma passada rápida em suas redes para notarmos que a vida que escolheu envolto à música é tudo o que ele sempre sonhou e ele aproveita cada momento dela. A gente teve o prazer de trocar uma ideia com esse artista que está em sua melhor fase pra saber um pouco mais sobre as escolhas da sua carreira, produção musical, parcerias e mais:

Alataj: Olá Jimi, como está? É muito legal ter você aqui com a gente! Você nasceu na Suíça e, diferente de muitos artistas que migram para os centros mais famosos da música, voltou às suas raízes e mantém-se em Zurique até hoje. Como foi a relação com a música na sua região desde o início da sua carreira? Como é sua relação hoje?

Jules: Oi! A situação em Berlim era complicada, minha namorada e eu acabamos de terminar a Universidade de Zurique e nos tornamos pais, pensamos que isso seria fácil e que conseguiríamos. Mas, na verdade, você não consegue se não tiver sua família e amigos, que também estão ajudando a cuidar das crianças. Então, tivemos que decidir por uma vida melhor na Suíça.

Sua caminhada como músico é realmente impressionante! Desde a sua descendência peculiar vinda do Caribe, passando por habilidades com trombeta, tuba, integrando banda e a conclusão do mestrado na Universidade de Artes de Zurique. Você consegue reunir cada um desses atributos e expertises em suas faixas? Tem alguma fonte para criatividade fora do comum?

Adoro músicas com significado, expressar meus sentimentos com ela é muito mais fácil para mim do que ter uma conversa. Então, acho que a principal fonte de criatividade são pequenas histórias da vida cotidiana ou tópicos que me deprimem. Quando se trata de instrumentos e músicas, eu realmente não sei como terminá-las, isso acontece. Começo, brinco com coisas diferentes e, mais cedo ou mais tarde, a ideia está concluída. Ou não.

Você foi abraçado por uma das gravadoras de maior prestigio no mundo, a Innervisions, pela qual lançou seu último EP há poucos dias. Como aconteceu essa aproximação e como isso impactou a sua carreira?

Há alguns anos enviei umas demos para eles, mas nunca consegui chamar a atenção do selo. Depois que lancei meu primeiro álbum, Equinox, na Zukunft Recordings, tudo mudou. Dixon e Kristian da Âme começaram a tocar muitas das minhas produções e isso facilitou o envio de algumas demos novas, que eles finalmente lançaram. Fool é meu terceiro lançamento na Innervisions e sempre sinto o poder do label após o anúncio. Estou muito feliz com essa colaboração.

Ainda sobre seu último lançamento, o EP Fool traz três faixas dentro de uma linha melódica, porém cada uma com uma característica diferente, uma mais suave e melancólica, outra mais sombria e assim por diante. Como foi o processo de criação desse álbum? Qual o feedback que tem recebido da pista e artistas?

O Fool é na verdade uma ideia antiga em que eu estava trabalhando há vários anos. Uma vez eu mostrei para o meu querido amigo Kalabrese, mas ele não gostou, então pensei ‘foda-se’ e eu meio que esqueci a ideia. Quando ela apareceu no meu laptop, alguns anos depois, minha namorada me perguntou se eu já havia mandado essa música para Steffen (Dixon). Então eu fiz e funcionou. Acho que Fool é a música mais forte do EP e a reação é sempre ótima, mas as outras duas também estão funcionando bem na pista de dança, se você tocá-las no momento certo.

Outro selo que te acolheu fortemente foi o lendário Watergate, em que você lançou diversas faixas, é residente do club e também viaja pelo mundo levando a marca consigo, uma parceria que deu muito certo. Como essa parceria começou? Como são as viagens com a crew da Watergate?

Estou muito feliz com o relacionamento com Watergate. Lembro que eles me convidaram para tocar no clube seis anos atrás e tivemos uma noite e uma manhã super engraçadas. Quando finalmente toquei a última música por volta do meio-dia, eles me ofereceram uma residência imediatamente. Eu realmente amo a equipe porque eles estão trabalhando em família, todo mundo conhece todos, desde o porteiro até o barmen, as pessoas que trabalham no escritório, os motoristas ou Alex, que dirige a gravadora. É um assunto de família e estamos crescendo juntos. Eu sou realmente me sinto sortudo e grato por isso.

Você é conhecido por ter uma personalidade muito leve e divertida, conquistando a todos por onde passa, o que é realmente impressionante em uma profissão onde se viaja muito, enfrenta jet lags, poucas horas de sono, comidas diferentes, estar longe da família e tantas outras questões. Honestamente, como manter todo esse humor incrível? Alguma dica neste sentido para artistas que almejam chegar onde você está?

Vivo o meu sonho e sou muito grato por isso! Estou em um relacionamento com a pessoa mais bonita que já conheci, temos três filhos saudáveis ​​e ganho dinheiro viajando pelo mundo conhecendo muitas pessoas interessantes enquanto me diverte e toca minha música. Poderia ser pior!

Você já veio para o Brasil antes e recebeu ótimos elogios pelas pistas de dança por onde passou. Como foi sua experiência com o público brasileiro? Alguma situação especial ou engraçada que ficou gravada em sua memória? E claro, já tem alguma previsão de voltar?

Sim, eu fiz uma turnê pelo Brasil durante um período de duas semanas no ano passado e foi a melhor turnê que já tive, me divertindo muito em todos esses lugares especiais e conhecendo todas essas pessoas adoráveis.

A música conecta.

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