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A música conecta

Para Joyce Muniz, a música é uma mistura de luz e cura

Por Alan Medeiros em Entrevistas 08.09.2016

A paulistana Joyce Muniz é uma daquelas artistas que rodou o mundo e muita gente não sabe ao certo que na verdade, ela nasceu no Brasil – nós mesmos tínhamos uma dúvida em relação a isso. Com um som original e repleto de groove, Joyce conquistou pistas de respeito na cena internacional. Sua identidade marcante como artista, faz dela um verdadeiro furacão dentro da cabine.

Atualmente, ela é um nome forte e respeitado entre labels de renome na comunidade Europeia, como 2020 Vision e Exploited. Em meio a sua tour pelo Brasil, Joyce falou conosco sobre a importância das mulheres terem mais espaço nos line ups, lançamentos futuros, relação com os países que ela cresceu e a representatividade da música em sua vida. Confira abaixo. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Joyce! Muito obrigado por falar conosco. Você nasceu em Vienna, mas possui uma relação muito forte com o Brasil, certo? Como a cultura desses 2 locais tão diferentes contribuiu para sua formação artística?

Olá! Bem, primeiramente eu nasci em São Paulo e aos 12 anos meus pais decidiram voltar morar na Europa. Comecei a consumir musica eletrônica em Viena aos 16 anos, quando eu comprei meus primeiros turntables. Na época, Viena era a capital do downtempo e existiam muitos selos e festas que foram importantes para minha educação musical, principalmente para o inicio da minha carreira como DJ. Isso foi no final dos anos 90. Minhas raízes musicais enquanto criança foram descobertas no Brasil através de minha mãe que é uma grande fã de MPB. Tive o privilégio de herdar toda a coleção de vinil dela que eu guardo com muito carinho até hoje.

2 – Seus lançamentos são entregues a labels de respeito na comunidade internacional, entre eles Exploited e 2020 Visions. Na sua visão, qual a importância de trabalhar com gravadoras que possuem uma sistemática de trabalho profissional?

Quando uma gravadora possui um estilo e características próprias, ajuda muito não somente para o artista como para consumidor, pois ele realmente sabe o que vem dali. Pra mim como produtora ajudou muito também. A Exploited tem um estilo mais soft e deep e eu lancei muito mais coisas com vocais. A 2020 vision ja tem uma pegada mais dark e tech e foi onde eu lancei uma pegada mais underground e mais cabeçaa. Esses 2 selos me deram a liberdade de desenvolver duas características diferentes como produtora.

3 – No último fim de semana, você iniciou mais uma tour no Brasil, que passará por algumas das principais pistas do país. Como está sua animação para esse retorno e o que você tem preparado em especial para o público brasileiro?

A turnê começou em São Paulo e seguiu para Brasília . Toquei Nos Trilhos, que é um pico que eu sempre quis tocar e foi demais. No 5uinto é como voltar para casa e rever a família. Eu amo tocar no Brasil e cada ano que passa é como um revival de boas memórias. Todo ano entra uma pista nova, como por exemplo esse ano, que toquei pela a primeira vez no Terraza (Floripa), El club (Goiânia) e no Festival Alternativo (Maringá). Também volto para duas pistas que estão marcadas no meu coração como a do Club Vibe (Curitiba) e a do Chakra (São Bento do Sul). Esse ano eu tenho comigo muita coisa nova minha e muito dark groove. Até agora a galera curtiu 😉

4 – Quando você é um artista que alcança certo grau de reconhecimento, é natural que você passe parte do ano viajando, esperando horas em aeroportos, dormindo mal e comendo o que é mais prático. Como você faz para conciliar sua saúde mental e física, em meio as viagens?

Existem varias maneiras, eu tento não comer mal. Isso nem sempre é fácil, mas tirei fast food totalmente na minha lista . Comecei fazer Pilates e isso esta me ajudando muito. Tenho vários colegas de trabalho que também fazem Pilates. Super recomendo!

5 – Certamente você possui mulheres incríveis como referência dentro do mundo da música… quais são?

Existem muitas mulheres como Nina Simone, Roisin Murphy ou Betty Davis, que fizeram história. No mundo eletrônico eu posso falar que minhas amigas e colegas estão sendo minha referencia hoje. É muito lindo ver mulheres amigas crescendo na cena como Maya Jane Coles, Alinka, ANNA, Anja Schneider, Honey Dijon ou La Fleur. A lista esta crescendo a cada dia.

https://www.youtube.com/watch?v=VlFjf1pWk2c

6 – Esse é um assunto importante e acreditamos que devemos tratá-lo sempre com muita clareza. Na sua visão, falta espaço para as mulheres nos line ups? O que pode ser feito para melhorar esse quadro?

Sim, totalmente. Não só no brasil mas no mundo. É só olhar para os line ups não só de festivais mais de clubes também. Acho que isso tem que vir dos promoters e do publico. Tem muita mulher boa no mercado, é só abrir espaço e dar oportunidade. Claro que em comparação hpa alguns anos, eu posso falar que alguma coisa mudou a esse respeito, mas mesmo assim tem muita a fazer. Pra mim, os line ups deveriam ser 50% mulheres 50% homens!!


7 – Seu último release foi um remix para o German Brigante, que saiu pela Wow! Recordings. Quais são as novidades que você pode adiantar pra gente em termos de lançamentos?

Esse ano eu lanço meu primeiro album MADE IN VIENNA pela a Exploited, 2 singles já foram lançados e o primeiro foi o “Daydreaming” com remixes de Simon Baker e Jozif. O segundo foi o “Cover Me Up” feat. Kat Vinter, com remixes de ANNA e Waifs & Strays. Dia 3 de outubro vem o terceiro single antes do lançamento do álbum completo. Ele é muito especial pra mim, é uma musica que na verdade já foi lançada em 2104 pelo Warung Recordings. Joyce Muniz & Wehbba – “Sleepless”, vem agora com 3 remixes diferentes de DJ T, German Brigante e Russ Yallop. Dia 21 de Outubro, lançamos o álbum oficialmente.

https://www.youtube.com/watch?v=YkyVMj2hkbk

8 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Música pra mim é uma mistura de luz e cura. A musica pode te levar a grandes alegrias e também ser sua melhor companhia em um momento triste e melancólico.

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