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A música conecta

Alataj entrevista Kalil

Por Alan Medeiros em Entrevistas 25.09.2018

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Uma rápida análise nos destaques dos últimos anos na cena techno nacional nos leva a Kalil, um talento com forte ascensão dentro deste cenário. Dono de um estilo que mescla características melódicas com uma atmosfera mais dark, Kalil Carajeleascov (seu nome de batismo) conquistou importante projeção internacional graças a seus releases e suportes conquistados.

https://www.youtube.com/watch?v=6QAKkLA5VQA

Entre os nomes que já apoiaram suas produções, destacam-se Maceo Plex, Carl Cox, Thomas Schumacher, Monika Kruse e os brasileiros Victor Ruiz e Alex Stein. Na outra ponta, alguns de seus principais releases foram lançados por labels conceituados da comunidade global da dance music, entre eles Noir Music, Senso Sounds, Steyoyoke e Sprout. Sem dúvidas, um currículo de respeito.

Esse ano Kalil completa 10 anos de carreira e começa a colher os frutos que tem plantado desde 2008. Empenhando em melhorar suas habilidades técnicas no estúdio a fim de se tornar um artista mais completo, este promissor artista brasileiro segue encantando seu público com boa consistência de produção e atitude no dance floor. Nesse bate-papo exclusivo, conversamos sobre alguns dos principais pontos de sua jornada na música:

Alataj: Olá, Kalil! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Seu trabalho no estúdio tem rendido ótimos resultados, não é mesmo? Pessoalmente e profissionalmente, o que representa ter o suporte de nomes como Carl Cox, Maceo Plex, Marc Romboy e John Digweed?

Oi! Tudo ótimo por aqui! Eu que agradeço pela oportunidade! Sim, meu trabalho em estúdio está rendendo bem este último ano. Esses suportes incríveis que tenho recebido são como uma parte da minha missão estar cumprida! Há muito tempo sou fã desses artistas que hoje tocam algumas de minhas músicas e isso é a concretização de um sonho que virou plano e muita dedicação. Muito tempo de estúdio e terapia (risos) para centrar as ideias e chegar nesses resultados!

Nos últimos anos você tem lançado por labels do calibre de Sprout, Bar 25 Music, Senso Sounds e Noir Music. Quais foram os principais aprendizados que você obteve trabalhando com essas gravadoras?

Lançar com essas gravadoras trouxe, acima de tudo, um refinamento ao meu trabalho. Tive dicas importantíssimas e ótimos feedbacks dos artistas por trás de algumas dessas labels e, por isso, pude evoluir profissionalmente. Confesso que fiquei mais “chato” quando me pedem feedbacks também.

Algo que também tem se tornado mais comum nos últimos anos é a sua presença em pistas do exterior. De que forma o público de outros países tem recebido sua música lá fora?

Ir para o exterior me apresentar tem sido cada vez mais interessante porque descubro o quão longe minha música tem chegado. Nessa minha última passagem pela Alemanha toquei em uma cidade pequena no interior e tinham pessoas lá que até autógrafo me pediram. Isso é incrível! Em outro evento, um festival também na Alemanha, soltaram fogos enquanto eu tocava só porque a organização do evento curtiu muito minha apresentação. Quase chorei!

Seu perfil sonoro apresenta um mix interessante de pressão de pista e melodia. O que você pode nos contar sobre o processo de construção dessa assinatura musical?

Eu me considero um pouco free-style quando produzo porque minha inspiração me leva a caminhos bem diferentes as vezes. Por isso não me prendo só à esse estilo ou àquele. A música nasce de um determinado jeito e eu deixo ela nascer assim. Respeito sua alma, música sem alma não nasce, ela é cuspida. Tudo é influenciado pelo meu humor e momento de vida. Já fiz músicas quando estava nervoso e estas nasceram bem intensas e sons que fiz quando estava um pouco triste e saíram melódicas e mais leves, cheias de sentimento.

Como você enxerga a atual cena eletrônica do Brasil, quando comparada ao que existia quando você começou a tocar e produzir? Na sua visão, essa nova geração clubber está disposta a consumir algo com mais profundidade?

A atual cena eletrônica no Brasil está em uma constante mutação. Grandes eventos vem e movimentam os gostos das pessoas. Outros eventos pequenos com boa expressão movimentam as cenas locais com o resultado desses grandes. Os estilos mais populares e que ainda comandam grande parte do mercado brasileiro são importantes pra trazer cada vez mais gente nova e curiosa. Essa gente vai entrar por um estilo e ir abrindo o leque. Estes novos clubbers estão muito mais antenados no que está acontecendo ao redor de todas as cenas. Gosto é muito individual e isso é ótimo! As pessoas devem se respeitar e respeitar quem gosta de um estilo diferente do que você curte. O amor é a resposta pra tudo sempre.

Quais foram as maiores conquistas que a música eletrônica já te proporcionou?

Na minha vida a música sempre esteve presente. Ela me trouxe auto-confiança, determinação, paciência… realmente salvou minha vida. Além de me proporcionar oportunidades de conhecer lugares que eu sempre tive vontade de ir e outros que nunca imaginei um dia visitar. Sem a música na minha vida isso seria muito pouco possível. Conhecer pessoas incríveis e tornar alguns ídolos meus amigos também me traz uma satisfação muito grande! Amo meu trabalho!

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Música, pra mim, representa salvação, união, paixão e fidelidade. Sou fiel à minha música e ela é fiel à mim. Nunca me decepciona mesmo nos dias ruins. Ela transforma meus dias ruins e amplifica meus dias bons. Música me leva pra lugares dentro de mim mesmo que em silêncio eu não alcançaria. Música é amor. Amor é a resposta. Logo, música é a resposta!
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