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A música conecta

Konishi tem feito a diferença nas pistas e comandando a After Music & Clothing. Conversamos com ele!

Por Alan Medeiros em Entrevistas 08.11.2016

Konishi é o nome por trás da After Music & Cloting, principal marca brasileira de roupa focada no universo da música eletrônica. Sua paixão pelo empreendedorismo e pela música foi capaz de formar um profissional que se destaca em suas duas frentes de trabalho, algo raro no atual mundo acelerado e opressor em qual vivemos.

Enquanto o pioneirismo e qualidade de seus produtos fazem da After referência no assunto, a musicalidade de Konishi é o que torna seus sets tão especiais. Apaixonado pela cultural do vinil, ele é um grande adepto dos discos assinados por nomes como Tom Trago, Floating Points e Barnt, e costuma levar para suas gigs uma estética avançada e moderna de dance music.

As vésperas de anunciarmos mais uma grande parceria com Konish e a After, apresentamos uma entrevista exclusiva com ele, fundador da marca e DJ apaixonado pela evolução que só a música eletrônica é capaz de proporcionar. Confira abaixo. A música conecta as pessoas! 

1 – Olá, Andre! Obrigado por falar conosco. A After é uma das pioneiras no Brasil, no sentido de unir a moda a música eletrônica, certo? Como tem sido a trajetória da marca até aqui? Qual o balanço que vocês fazem em relação a aceitação do público?

É verdade, somos um dos pioneiros do segmento, mas nosso conceito underground é o que realmente nos torna autênticos. A união entre a música e a moda ainda é novo aqui no Brasil, o que nos permite trabalhar com muita liberdade, tendo possibilidade de criar sem se preocupar em ser mais do mesmo. Estamos muito satisfeitos com o que fizemos até agora, ter ultrapassado todos os desafios impostos nos deixa repletos de orgulho e extremamente motivados para evoluir cada vez mais. Quanto ao público, tem sido sensacional, desde o início tivemos uma alta aceitação, mesmo quando não tínhamos toda a estrutura pronta que temos atualmente. Muitos estão podendo acompanhar a evolução da marca bem de perto, as avaliações que tivemos até agora estão sendo positivas, acreditamos que o público estava carente de uma marca que falasse a língua de toda essa galera que segue seriamente a música eletrônica, estamos honrados representar tudo isso.

2 – Recentemente vocês lançaram uma coleção chamada Minimal Techno, que chegou ao mercado com um apelo visual bastante legal. Como foi essa criação?

A Minimal Techno realmente ficou muito legal, chegamos a um resultado que nos agradou muito, conseguimos trazer estampas não tão óbvias, tivemos um apelo educativo bem interessante, falamos sobre o nascimento do Techno em Detroit, lembrando dos DJs pioneiros, do The Belleville Three, sobre a época, teve algo relacionado a Berlin, o crescimento do Minimal com essa nova leva de DJs da Romênia. Toda essa criação é fruto de muito estudo e pesquisa, fizemos algo bem diferente do que havíamos feito na primeira coleção.

3 – Desde que você entrou na After, algumas mudanças foram fundamentais para o crescimento da marca. Fale um pouco a respeito desse trabalho que você implementou.

Realmente, a ideia veio de outra pessoa, após algum tempo acabei acreditando e comprando essa ideia, algum tempo depois assumi ela oficialmente com mais uma sócia. A primeira coisa que fizemos foi ajustar o nome da marca, nos enquadrar em todas as burocracias, criar uma nova logo e rever todas as estampas. Resumindo, começamos ela praticamente do zero. Além dessa mudança na personalidade, profissionalizamos e investimos para sermos uma marca realmente séria. Hoje somos em 3 sócios e toda uma equipe de fornecedores por trás disso.

4 – Como nós sabemos, atualmente o techno vive um grande momento no Brasil. O boom do estilo por aqui exerce influência nas decisões que são tomadas entre vocês?

Acredito que não, se o Techno está presente com força na nossa marca é pelo que o gênero representa na história da música eletrônica, não pelo momento atual. A marca tem basicamente três pilares, o House, Minimal e o Techno, que acreditamos ser as grandes vertentes da música. Sem dúvidas esse boom é importante para as vendas, dessa maneira não precisamos apelar para estampas mais comerciais, conseguindo fazer com que a marca se mantenha fiel a identidade.

5 – Como você concilia sua vida de artista e frontman da After Music Clothing?

A After Music & Clothing realmente demanda muita atenção e tempo, sendo assim é o meu grande foco, mas consigo conciliar os dois de maneira tranquila, durante a semana trabalhamos na parte institucional, que se faz necessário nos horários comerciais. Minha carreira de DJ acontece nos finais de semana, são meus momentos de prazer, de reforçar minhas amizades e me expressar musicalmente. Na segunda-feira volto carregado e pronto para lidar com todo resto da semana

6 – Quais são os planos e novidades para o futuro da marca? Há uma coleção de verão vindo por aí?

Estamos já desenvolvendo uma coleção cápsula para dezembro, antecipo que dessa vez vamos focar na House Music. Também já estamos pensando no mercado externo, acreditamos muito no potencial da marca. Outra coisa que estamos olhando com carinho é para o público feminino, ainda temos poucas opções para elas, mas vamos reverter isso, afinal as meninas estão acompanhando tudo que rola dentro da música eletrônica, tanto quanto os homens. Uma loja física também é um objetivo a médio prazo.

7 – Por vezes, pode parecer redundante falar de referências, mas num caso específico como esse, acreditamos que ser importante. Quais são as referências de trabalho para o desenvolvimento das peças e life style da After?

As nossas maiores referências são os 3 gêneros principais, House, Minimal e Techno, gostamos muito da história da música eletrônica, como tudo surgiu, de Chicago e Detroit para o mundo, as motivações sociais e o momento vivido na época torna tudo muito significativo e interessante. Esse interesse pela história faz com que tenhamos como referência esses percussores, a galera do The Belleville Three, da Underground Resistance, a segunda leva de produtores de Techno em Detroit também nos chama atenção; Richie Hawtin, Carl Craig, Robert Hood e toda essa galera. Já na House Music e impossível não pensar no movimento LGBT, nos verões do amor, no saudoso Godfather of House, Franckie Knuckles, no Club Warehouse. Enfim, toda a história nos serve de referência, muitas dessas referências já estão disponíveis no nosso site, e outras delas estão pra vir em breve, na nossa coleção cápsula em homenagem a House Music.

8 – Por fim, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música eletrônica é a maior parte da minha vida, está presente tanto na minha carreira como DJ bem como na grife, felizmente consegui unir a minha paixão pela música com o meu trabalho, isso é muito gratificante e torna tudo mais leve e prazeroso. Além dessa dedicação mais profissional, em minhas horas vagas procuro pesquisar bastante, escutar novas sonoridades, enfim, vivo e respiro isso diariamente.

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