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A música conecta

L_cio celebra momento na carreira e a possibilidade de levar sua música para novos lugares

Por Alan Medeiros em Entrevistas 05.07.2017

O paulista L_cio é um dos grandes símbolos do movimento independente que tem transformado a cena de São Paulo. Seu projeto solo e suas colaborações com outros artistas da capital (TETO PRETO, Gaturamo e Lacozta) despontaram para o mercado nacional há alguns anos atrás e chamaram a atenção de muita gente, incluindo o mestre Gui Boratto que logo viu potencial em L_cio e o convidou para ser parte do time da DOC Records e posteriormente para o acompanhar no casting internacional da Kompakt.

Após um longo trabalho em parceria com a D AGENCY e D-EDGE, L_cio agora respira novos ares na Entourage, uma das principais agências de management e bookings do Brasil. Além disso, segue como um dos heads da Carlos Capslock e curte um novo momento de sua carreira e vida pessoal, já que recentemente trocou o caos apaixonante de São Paulo pelas belezas irresistíveis de Florianópolis. Intensificando os trabalhos de estúdio, Laércio promete um novo álbum em breve – via DOC – e mudanças significativas em seu live act, que já está sendo apresentado de maneira diferente.

Após um bate-papo via Troally em Setembro de 2015, muita coisa mudou e se transformou na realidade de um dos artistas mais importantes do cenário brasileiro. Agora, L_cio é de fato uma realidade, rodou o país, passou por algumas pistas importantes da Europa e está pronto para seguir sua caminhada de evolução. Para entender um pouco mais sobre esse momento, encontramos o simpático produtor para um bate-papo sobre os principais pontos atuais de sua jornada. Confira abaixo:

1 – Olá, Laércio! Obrigado por nos atender novamente. Desde que falamos com você em 2015, muita coisa mudou na sua carreira. Apesar de você ser um cara experiente, essa caminhada intensa de 2 anos viajando constantemente com seu live certamente trouxe alguns aprendizados. Quais são os principais?

Oi! Obrigado pelo convite! Sim, algumas situações novas me deram alguma experiência em situações que começam a ser cotidianas e também a resolver probleminhas que aparecem de vez em quando. Mas o principal foi me manter bem próximo ao que sempre fui, chegando cedo pra acompanhar a festa, ficando na pista e também aprendendo muito a conduzir meu live em diferentes contextos.

2 – Com o Gui Boratto chegou na sua música? De que forma a DOC tem te ajudado a ser um artista mais consistente?

O Gui Boratto conheceu meu som através do Ale Reis, que apresentou a ele a People Talk – meu primeiro lançamento pelo DOC. O selo tem um trabalho essencial nesses últimos anos na minha carreira, pois tenho tido suporte do Gui, da equipe toda e dos artistas que realmente são uma família. Produzir com o Gui é, sem dúvida, uma das experiências que tem me tornado mais maduro a cada dia.

3 – Falando um pouco sobre seu debut album que sairá justamente pela DOC… como foi o processo criativo dele? As faixas são um fiel retrato do momento que você se encontra na produção musical?

Tenho 11 anos de carreira e esse período tocando e produzindo me conduziram, juntamente com a orientação do Gui Boratto, a produzir meu primeiro álbum. O processo se deu em dois ambientes bem diferentes: meu antigo apartamento no centro de São Paulo (em frente ao Minhocão) e também, na minha nova morada em Florianópolis, em meio a natureza. As faixas tem bastante influência da minha carreira, com bastante flauta, e alguns interlúdios – como a Breaking – lançada pelo JR86 e a faixa Complet, lançada pelo DOC em Junho – além de também faixas com orientação de pista.

4 – Você permaneceu por um bom tempo no D-EDGE mesmo sendo um dos grandes símbolos do movimento independente de São Paulo – especialmente da Capslock. Como você enxerga esse atual momento de debate e concorrência entre os dois cenários? Quais caminhos devem ser tomados para que haja um crescimento sustentável da cena?

Sim, participo das diferentes “cenas” na música eletrônica. O que acho bem estranho são essas discussões que, na minha opinião, estão tomando um caminho às vezes de oposição, sendo que todos (clubs, festas, festivais, etc.) estão na mesmo “lado”. Todos queremos situações e leis que estejam dentro de um novo contexto – desburocratizando, atualizando por exemplo as leis de alvará.

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5 – Sua recente mudança para Florianópolis certamente trouxe uma mudança significativa em seu estilo de vida. O que te levou a tomar essa decisão? O charmoso caos de SP te deixa com saudades?

Mudei pra uma cidade que é razoavelmente perto de São Paulo. Nasci e morei 30 anos da minha vida lá, e 10 anos no interior (de SP) – tenho essa vontade de morar num lugar com mais natureza e Floripa foi a cidade que me motivou a mudar. Continuo indo a São Paulo tocar e também trabalhar com amigos.

6 – Sua entrada para a Entourage pegou muita gente de surpresa. Conta pra gente como foi essa negociação e quais são os planos que você tem planejado junto a agência para o futuro

Acho que não deveria ser tanta surpresa, já que eu realmente gosto de ter meu trabalho “espalhado” em diferentes cenários e plataformas. O Lacozta está trabalhando super bem com a Plus Network, o Gaturamo também na Liminal e meu projeto solo na Entourage. O trabalho com a agência envolve bastante pessoas que tem trabalhado de forma muito bacana, moderna e pensando realmente em crescer junto comigo nesse projeto que envolve planejamento, pesquisa e conversa. Tenho tocado no projeto Só track Boa e tem sido uma experiência bem diferente, mas que pode mostrar meu trabalho pra um público completamente diferente do que tenho me apresentado nos últimos anos – parece um “recomeço” que está me motivando muito.

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7 – Qual é a sua visão sobre o posicionamento político-social de artistas? Isso deve acontecer? Como você tem lidado com esse assunto?

Acho que meu posicionamento é mostrado com meu trabalho na música e nos projetos que colaboro.

8 – Quando você é um artista que alcança certo grau de reconhecimento, é natural que você passe parte do ano viajando, esperando horas em aeroportos, dormindo mal e comendo o que é mais prático. Como você faz para conciliar sua saúde mental e física, em meio as viagens?

É bem difícil, mas tento descansar e ter uma rotina mais “saudável” durante a semana. Tenho caminhado 1h por dia e acho que a palavra “temperança” resume como lidar com o rolê.

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9 – Para finalizar, uma pergunta bastante pessoal. Como você avalia sua caminhada na música até aqui? O que você quer fazer diferente para o futuro?

Avalio como uma caminhada bem orgânica, sem saltos, sem muitas pretensões que me proporcionaram produzir e apresentar minha música em diferentes lugares. Acho que tenho colaborado com a cena em diferentes situações e tenho muito a colaborar ainda.

A música conecta as pessoas! 

foto capa por Lucas Adriano Assis

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