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A música conecta

Alataj entrevista Leo Janeiro [Cocada Music]

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Talvez você ainda não conheça o projeto Cocada, mas pode ter certeza que ele tem muito a ver com o que prezamos aqui no Alataj: respeito às diferenças, valorização da cultura artística e expansão do talento latino-americano para diferentes partes do mundo. O projeto surgiu em 2017 como uma coletânea assinada pela Get Physical, valorizando produtores da América Latina. Hoje, tornou-se um sub label da renomada gravadora alemã e já tem seu primeiro release confirmado: dia 25 de outubro, com original mix por Bruce Leroys e remixes de Ricardo Villalobos e Trepanado.

Liberdade EP – Ilustração por Paula Dornelles

Além da equipe da Get Physical — que conta principalmente com a participação do headlabel Roland Leesker — o Cocada também possui outro personagem fundamental que faz essa roda girar: Leo Janeiro, um dos ícones da música eletrônica nacional e entusiasta que já fez e ainda faz muito pela cena brasileira através de outros projetos. Nesta entrevista exclusiva, Leo nos contou um pouco mais sobre as novidades do Cocada, uma ótima oportunidade para você conhecer e acompanhar esta belíssima iniciativa musical:

Alataj: Olá, Leo! Tudo bem? Obrigado por nos atender. Mais uma fornada de Cocada sairá muito em breve, desta vez em digital e vinil, o primeiro release como sublabel da Get Physical. Este é mais um projeto seu crescendo e ganhando forma… O que isso representa para você?

Leo Janeiro: Olá, eu que agradeço! Na verdade é algo natural estar envolvido em projetos que envolvem música, este é meu ambiente desde sempre. Desta vez como fui envolvido em toda concepção — além de ser sócio — funciona um pouco diferente, pois exige ainda mais foco neste início, principalmente nos detalhes. Queremos muito poder fazer da melhor maneira possível a ideia ganhar cada vez mais espaço.

Leo Janeiro tocando em uma das primeiras gigs do Cocada Tour

Este trabalho chega com a versão original de Bruce Leroys, além de remixes de Trepanado e Ricardo Villalobos. Há também a presença da Paula Dornelles ilustrando a capa do release. Como foi a tomada de decisão até chegar nestes nomes para o primeiro lançamento?

Esta música em especial tem uma mensagem muito importante e atual, apesar de ser originalmente da década de 60. Liberdade é algo fundamental para todos e por isso sempre temos de tempos em tempos lembrar disso de várias maneiras, nós estamos fazendo da nossa. A escolha dos remixes deste primeiro lançamento foi algo que conversamos bastante, queríamos algo que pudesse atingir em cheio e representasse o nosso conceito.

Num papo com o Roland, dei a ideia do Ricardo Villalobos, ele me disse que poderia funcionar e acabou dando certo por conta da amizade entre eles, sem contar toda a história da música. O Trepanado foi um papo com o Augusto, convidei ele para fazer o remix e contei um pouco da ideia do label. Ele ficou bem animado e rolou de fazermos este trabalho.

Outro aspecto importante, como você lembrou, é a presença de artistas visuais envolvidos no processo criativo do material gráfico de cada release, a ideia é integrar diferentes áreas da arte em prol de um projeto original; queremos algo especial que possa evidenciar o olhar de cada artista e que realmente transmita o sentimento que nós buscamos com o Cocada.

Neste momento, a artista escolhida é a Paula Dornelles, um novo talento, nascida no Sul do país, que vem construindo um trabalho de pesquisa visual e projetos de arte incríveis. Neste primeiro lançamento, ela retrata muito bem o que queremos, tanto que, na edição com vinil, vamos ter uma cover especial desenvolvida por ela também. Bom demais ter todos a bordo!

Identidade e originalidade são duas características que percebemos presente desde o início dos trabalhos com o Cocada. Imagino que isso tenha uma ligação com as raízes do povo da América Latina… você concorda?

Sim, na verdade nos temos muitos talentos espalhados por toda América Latina, isso em diversas áreas das artes, nossa cultura chama atenção por diferentes aspectos e por isso escolhemos trabalhar com artistas locais, não estamos limitando e sim criando um foco maior e mostrando um pouco desta cultura que tem muito a oferecer. Do aspecto geográfico, é importante conectarmos cada vez as culturas dos diferentes países, este foi o ponto mais importante do projeto.

Quem te conhece sabe que o sangue carioca corre em suas veias… Você acredita que as influências e referências adquiridas ao longo da sua carreira na cena do Rio de Janeiro são fundamentais para o trabalho realizado no Cocada atualmente?

Acho que por viver numa cidade que tem a diversidade cultural tão grande eu acabo entendendo um pouco de como é importante estar conectado com outras ideias e pessoas, sempre respeitando pontos de vistas diferentes. No Cocada Music queremos esta diversidade através dos nossos lançamentos, temos um longo trabalho pela frente!

E apesar de ter se tornado uma sublabel da Get Physical, ainda poderemos ver lançamentos no formato de compilações, assim como no início? 

Sim, super importante termos esta continuidade nas compilações, reunir músicas e trabalhar com novos artistas no repertório, isso é algo que o público reconhece automaticamente e se tornou uma marca registrada.

Quais os planos para o futuro do Cocada? O que de mais ambicioso você todo o time trabalhando por trás do projeto imaginam?

Nos estamos com muitas ideias, mas precisamos ir devagar, passo a passo, primeiro fazer um trabalho em cima do que planejamos e depois seguir com as ideias que acreditamos e que nos trouxeram aqui. Olhando para o futuro, meu desejo é estarmos cada vez mais perto dos diversos artistas e das diferentes culturas, mostrando tudo isso através do Cocada.

Para finalizar: já podemos esperar um segundo lançamento ainda para este ano? Obrigado!

Podemos dizer que é algo que estamos extremamente felizes, posso adiantar que será um lindo poema. Muito em breve vocês irão ficar sabendo!

A música conecta.

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