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A música conecta

Alataj entrevista Marcos Deon [House Culture]

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Estar em contato com pessoas que tenham o mesmo objetivo que você é algo sempre muito positivo. Uma das iniciativas que acompanhamos desde o surgimento é o programa House Culture, comandado pelo DJ gaúcho Marcos Deon, que já possui uma história sólida no cenário eletrônico do Rio Grande do Sul e celebra neste momento 15 anos de carreira. No ano passado, ele deu início a transmissão de podcasts através da Ghost Radios, plataforma que transmite diversos conteúdos relacionados à música em geral. Desde então, o House Culture vai ao ar todos os sábados das 22h às 23h recebendo artistas locais e outros nomes importantes do Brasil.

Prestes a completar um ano no comando da curadoria do programa, Marcos Deon cedeu um tempinho de sua rotina para conversar com a gente e dar mais detalhes desta iniciativa, bem como adiantar algumas novidades que estão por vir, como a festa em celebração a data especial do House Culture, que acontece neste sábado, dia 12 de outubro, na pista Hija da Beehive. Além da entrevista, Deon também nos concedeu um mix exclusivo que estampa a edição 403 do Alaplay Podcast. Confira abaixo:

Alataj: Olá, Marcos! Tudo bem? É um prazer falar com você. Iniciativas em prol do conhecimento e da disseminação da cultura eletrônica são sempre bem-vindas. Conta pra gente, de onde exatamente surgiu essa ideia de construir um programa de rádio? Por quê a aposta neste formato?

Marcos Deon: Olá, tudo ótimo, é uma grande honra participar dessa entrevista aqui para o Alataj, um portal que acompanho quase que diariamente e é referência em informação sobre música eletrônica conceitual no Brasil. A ideia do programa House Culture veio de um convite dos sócios-proprietários da Ghost Radios logo que decidiram colocar em prática a proposta dessa nova plataforma de broadcasting independente. O Juarez Missel e o Rafael Spada na época me chamaram para uma conversa, apresentaram o projeto e disseram que gostariam de contar comigo para um programa de House Music semanal.

Há uns 10 anos eu vinha pensando em produzir algo nesse sentido, um programa de rádio/podcast convidando DJs que eu admiro para sets exclusivos, então topei na hora. Sobre o formato, sempre fui de ouvir muitos radio shows/podcasts de música eletrônica exclusivamente musicais, e, hora ou outra, sentia falta de alguém apresentando, falando um pouco mais sobre um artista que eu até então não conhecia, sua história, suas conquistas, etc. Então optei por trazer isso no meu programa, sets exclusivos com a minha apresentação.

Marcos Deon — Estúdio [Foto por Guto Linhares]
Indo mais a fundo no projeto… além de oferecer música de qualidade aos ouvintes através de DJs nacionais, quais os outros objetivos do House Culture?

Nosso principal objetivo com o House Culture é difundir ao máximo de pessoas possíveis a música desse gênero que amamos: a House Music. Também queremos evidenciar ainda mais o trabalho de artistas já consagrados da música eletrônica brasileira, mas ao mesmo tempo apoiar o trabalho de DJs talentosos de todo o país, que estão no início das suas caminhadas ou que já estão no mercado há algum tempo batalhando para fazer a cena acontecer e tentando se destacar nesse competitivo mercado atual.

O House Culture é um dos vários programas que o Ghost Radio abraça. Como surgiu essa parceria entre vocês? Há algum outro programa voltado à música eletrônica por lá?

Tenho uma parceria de longa data com os sócio-proprietários da Ghost, somos grandes amigos, eles me acompanham desde o início da minha carreira e também já trabalhamos juntos em outros projetos, então foi tudo muito natural. Durante os programas diários, rolam pontualmente algumas faixas eletrônicas mais comerciais na trilha sonora, mas o House Culture é o único programa voltado 100% a música eletrônica conceitual na grade de programação da rádio.

Uma festa está sendo organizada para celebrar um ano desta iniciativa, certo? Alguma novidade sobre o evento já pode ser adiantada? O que o público pode esperar?

Neste sábado, dia 12, celebramos o primeiro aniversário do House Culture na pista Hija da Beehive, junto a segunda edição do Jacking, novo projeto focado em House Music do club encabeçado pela promoter Fabiele da Rosa. O line-up conta com o DJ Mau Mau como atração principal, eu, que também comemoro meus 15 anos de carreira, relembrando várias faixas que marcaram essa minha trajetória na música eletrônica até aqui, e ainda duas revelações locais, Kiko Biazi e Echoes. O público pode esperar uma noite de muita energia, alegria, nostalgia e claro, excelente House Music na pista. Vamos gravar também os sets ao vivo para uma sequencia de edições especiais comemorativas de 1 ano do House Culture.

Marcos Deon — Jacking [Foto por Cassiano Vargas]
Falando um pouco mais sobre você. Já são 15 anos de carreira, muita coisa mudou desde que você começou a construir sua jornada. Você em algum momento precisou se adaptar ao cenário?

Parando para analisar musicalmente, acredito que a minha essência desde o início continua sendo a mesma, voltada ao House e ao Progressive House. Em alguns momentos meu som foi mais profundo, melódico, hipnótico, já em outros mais funky, alegre, mas em meus sets sempre explorei praticamente a mesma linha de som e sigo bastante fiel a isso. Profissionalmente sim, precisei evoluir ao longo dos anos para continuar ativo no mercado. Quando comecei a tocar, tudo era muito diferente, desde o cenário até o comportamento do público e bastava apenas ser um bom DJ para se destacar. Hoje manter uma carreira sólida exige muita dedicação, disciplina e profissionalismo.

 

https://open.spotify.com/episode/3RXiFzo3t8pIkN2nWwb6g4?si=DzDBLVnNT32V1_cb2CNe8Q

Seu nome já figurou em alguns dos principais lineups das festas do Sul do Brasil, Beehive, Warung… Há algum momento que você guarda com um carinho especial? Quais outros highlights da sua carreira você destacaria?

Sem dúvidas o convite para tocar no Warung está entre as conquistas mais importantes da minha carreira até aqui, mas guardo com muito carinho também as duas vezes que pude tocar em Buenos Aires, na Argentina, principalmente a primeira que foi a convite do Ricky Ryan, grande amigo e referência musical pra mim desde o início. Tive também noites incríveis em 10 anos de residência no extinto Moinho Lounge, casa noturna que marcou história na noite do norte do RS, e tantas outras memoráveis no comando do pistão da Beehive ou na intimista pista da Hija.

Marcos Deon — Jacking [Foto por Cassiano Vargas]
Quais são seus planos tanto no comando do House Culture como para sua própria carreira? Como você se imagina daqui a 10 anos? 

Quanto ao House Culture, os planos são de continuar apresentando excelentes artistas para a nossa audiência. Tenho o desejo de contar com DJs internacionais também, mas acredito que temos ainda inúmeros bons DJs no país para convidar e que tem muito a contribuir conosco antes disso. Paralelo ao programa, temos outros projetos em mente, como uma label party, com lançamento programado para o primeiro semestre de 2020.

Quanto a minha carreira, ainda esse ano estreio oficialmente um projeto em b2b com o meu grande amigo e talentoso DJ gaúcho DBeat, e nossa primeira data já está confirmada em um big club no RS. Estamos muito animados com essa nova empreitada. Também quero colocar em prática a ideia de produzir música, coisa que já tentei me focar algumas vezes, mas ainda não consegui tirar do papel da maneira que gostaria.

Além disso, cada vez mais quero continuar compartilhando conhecimento através da Be a DJ, minha plataforma de ensino, onde ministro cursos de discotecagem e também promovo outros cursos e workshops relacionados ao universo da música eletrônica no norte do RS. Seja daqui 5, 10, 20 anos ou mais, sempre me imagino ativo no mercado e fazendo o que eu mais gosto, que é compartilhar e fomentar a música que eu acredito.

Marcos Deon — Estúdio [Foto por Guto Linhares]
Para finalizar, uma pergunta pessoal: o que a música representa na sua vida?

Confesso que é um pouco difícil expressar em palavras o que a música representa pra mim. Embora seja uma paixão desde a minha infância, a música tornou-se parte de praticamente todos os aspectos da minha vida: me proporcionou uma profissão, me trouxe amigos especiais, momentos incríveis, conquistas e muitas felicidades. Não consigo me imaginar vivendo sem ela! Obrigado pelo convite.

A música conecta.

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