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A música conecta

Marcow fala sobre os projetos da Cream junto ao interior de Santa Catarina

Por Alan Medeiros em Entrevistas 14.08.2017

Trabalhar com música eletrônica no interior pode ser uma tarefa um tanto quanto ingrata algumas vezes, mas muito gratificante na maioria dos casos. Isso por que construir um público do zero – como acontece em muitas ocasiões – é difícil, mas dá a possibilidade de moldar o mercado de maneira mais livre e direta.

Na região de Mafra, Marco Antônio aka Marcow desenvolveu um trabalho inovador com a Cream ao levar a chamada “música conceitual” para a região. Por lá, realizou sunsets com nomes como Junior C, Albuquerque e Traffic Jam e contribuiu de forma significativa para desenvolver a visão do público sob a música eletrônica além do entretenimento. O coletivo apesar de jovem, mostra que tem potencial para chegar longe e levar seus ideais para novas cidades.

A imagem pode conter: 8 pessoas

Esse mês será dado o passo mais importante da marca até aqui. Em uma parceria com o Chakra Club a Cream apresenta seu primeiro evento em São Bento do Sul, cidade que já desempenha papel chave no crescimento da dance music em Santa Catarina. No line up, Anhanguera, Tássio, Tunge Tune, Seu Zé b2b Guerreiro e, claro, Marcow, idealizador de todo projeto. No clima desse fim de tarde que certamente será lindo e ensolarado no club catarinense, conversamos com o criador da Cream sobre os planos da festa para o futuro:

1 – Olá, Marcow! Tudo bem? Após uma série de eventos nos últimos anos, a Cream chega ao Chakra Club em Agosto. Fale um pouco sobre os detalhes dessa parceria e expectativas em torno desse evento:

Olá, Alan. Tudo bem sim! Primeiramente gostaria de agradecer o convite e o espaço cedido pelo Alataj. Acompanho e admiro muito o trabalho de vocês desde o começo. Vamos lá! Tenho contato com o club e toda a equipe há alguns anos e entre gigs e como parte da pista, acabamos nos aproximando com o decorrer do tempo. Eu já tinha planos de levar a Cream a algum club e a idéia acabou saindo do papel após o convite do Cleber. Ele estava presente em nosso último evento, acabou se identificando com a nossa proposta e a Cream também se identifica com a essência do Chakra. O club possui uma estrutura invejável e o lugar é magnífico. Tenho certeza que será um dos melhores sunsets que vão passar por lá. A pista e o público são antenados, receptivos e muito quentes!

A imagem pode conter: pessoas sentadas e área interna

2 – Para se trabalhar com música eletrônica no interior há alguns anos, era necessário fazer um trabalho bem forte de base e quase que apresentar novas sonoridades ao público. Isso foi necessário no começo do trabalho da Cream? Como vocês construíram a base de fãs de vocês?

Foi e muito! Quem mora no interior e frequenta festas em grandes centros, como Curitiba, São Paulo e Balneário Camboriú, sabe como é difícil apresentar música eletrônica que não seja mainstream em cidades pequenas. A ideia principal da Cream é oferecer a experiência e com isso a música acaba impondo seu espaço. O crescimento da festa se deve a soma de alguns fatores, como o apoio de todos os amigos, locações diferenciadas, estrutura de qualidade e é claro, muita música boa! Percebo que o ambiente em nossos sunsets tem uma energia incrível, e uma conexão muito forte entre as pessoas. Lembrando também da importância do momento em que o sol se põe, criando duas atmosferas diferentes em uma só festa. Esse é um ponto muito criterioso na hora de desenvolver o line up e conseguir encaixar na transição entre o dia e a noite.

3 – A identidade visual da Cream é bastante conectada com algumas festas tradicionais de Ibiza, entre elas a Paradise da Hot Creations. É possível afirmar que a gravadora é um referência para o trabalho de vocês? Falando em gravadoras… vocês tem planos para se tornar uma?

Realmente a nossa ID visual é muito conectada com a Paradise. É a referência não só visual, mas também musical da Cream. Buscamos transmitir através das cores e formas a natureza, o ambiente aonde será o evento e a estação do ano em qual a festa irá rolar. Musicalmente falando, creio que a Cream esteja cada vez mais tomada pela house music e suas vertentes, de forma espontânea e natural. Porém, não rotulamos um padrão, pois já passaram por aqui artistas de todos os estilos. Em relação a se tornar uma gravadora, no momento o foco é outro. Mas a possibilidade disso acontecer é grande e vem nos acompanhando há um tempo. Creio que quando formarmos uma base sólida em relação a marca e residentes, o núcleo irá além de uma label party e se desdobrará em novas áreas.

4 – Fale um pouco a respeito da relação da Cream com o duo Anhanguera. Como vocês chegaram nesse nome para o evento no Chakra?

Além de sermos fãs, o nome vinha sido constantemente citado em conversas e reuniões. Como nossa label tem a presença muito forte da House Music, e nosso público ama isso, vemos um potencial enorme no Anhanguera. Há algum tempo vem sido discutido a questão de se ter big names no line up, e percebemos que o trabalho tem que ir muito além disso! Então queremos aproveitar que conseguimos entregar um evento pela experiência, e dar espaço a artistas em que realmente acreditamos, e apreciamos sua arte. E por muita coincidência, quando decidimos pelo Anhanguera, na primeira reunião com o Chakra, eles estavam com a idéia muito parecida, e acabamos optando pelo Duo.

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5 – Como um produtor de festas itinerantes, quais são as principais dificuldades que vocês encontram? Na sua opnião, qual foi a melhor festa de vocês até hoje?

A primeira e maior dificuldade, é a burocrática. Apresentar o projeto e conseguir a liberação para que ele seja realizado dentro de todas as normas e leis é um trabalho duro, e requer muita paciência [risos]. Mesmo quando você atende a todas as solicitações, aquele frio na barriga de que aconteça algum empecilho de última hora está sempre presente. Outra, é a de encontrar um lugar que seja especial, fazer ele sair do zero, tornar apto a receber pessoas e fazer uma festa de qualidade. É muito diferente do que chegar em um club que está com seu espaço físico pronto, com sua estrutura, soundsystem, banheiros, bar… tudo montado. Porém, apesar de muito cansativo, aquele momento em que você olha para a pista e vê tudo fluindo é a melhor recompensa. Até hoje não ouvi qualquer comentário que não fosse elogios a Cream e isso nos da força para crescermos cada vez mais e melhor, isso mostra que estamos no caminho certo, então é difícil escolher a melhor festa. Para mim, todas foram as melhores.

A imagem pode conter: nuvem, céu e atividades ao ar livre

6 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na vida de vocês?

É uma pergunta complexa, poderia ficar horas discorrendo sobre a música. Particularmente, considero a mais completa forma de arte e expressão. É uma linguagem universal, uma conexão entre as pessoas. A música diz muito sobre tudo e sobre todos. Desde o momento em que nascemos ela nos acompanha. A música desperta sentimentos, aflora novas idéias e se adapta a todas as formas. Música é tudo aquilo que somos em cada momento.

A música conecta as pessoas! 

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