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A música conecta

Alataj entrevista Mat Playford

Por Manoel Cirilo em Entrevistas 19.06.2019

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O universo da música eletrônica reúne artistas criados sob as mais variadas facetas. Existem aqueles com o tão falado dom, que já criavam sonoridades profundas mesmo antes de entender exatamente o que estavam fazendo, os que estudaram muito e traduziram os conhecimentos aliados ao seu bom gosto em um produto de trabalho, ou ainda os que deram voz ao sonho e, a partir de tentativa e erro, chegaram à excelência e construíram uma carreira. Porém, poucos possuem uma combinação de todas elas, como Mat Playford.

O DJ e produtor nascido em Londres apresenta aptidão musical desde os 5 anos de idade, quando ele se colocou como operador das fitas de som das aulas de ginástica de sua mãe. Durante a adolescência, Mat criou o próprio estúdio musical em casa onde investiu horas em imersão musical, entre testes e curadoria de faixas. Certo da decisão de se tornar artista e da importância se aprimoramento constante, estudou Produção e Gestão Comercial de Música na Universidade de Leeds durante 5 anos, onde foi convidado para lecionar enquanto ainda estava no quarta ano de curso.

+++ A paixão de Sascha Dive pela música é um símbolo de seu grande sucesso.

De lá pra cá já se passaram mais de 20 anos de uma carreira repleta de bons momentos, com relevância internacional. Tivemos a oportunidade de conversar com Mat para conhecer mais sobre sua jornada na indústria. A entrevista abaixo antecede seu álbum, Solar, que será lançado dia 5 de Julho pela Awesome Soundwave, gravadora comandada por Carl Cox. Confira:

Alataj: Olá, Mat! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Solar, em sua natureza, pode ser considerado um álbum. Dito isso, qual foi o momento chave em que você decidiu dar início a sua criação? De fato ele existiu?

Mat Playford: Esse momento certamente existiu. Era segunda-feira de manhã em janeiro de 2016. Eu estava no estúdio com Steve Berty Burton e nós criamos Last Perihelion. Essa é a última faixa do álbum e por si só foi a faixa base para o design do disco como um todo.

Sabemos que o estúdio utilizado para produção do álbum é alimentado por painéis solares. De onde vem essa preocupação especial com questões ambientais? É possível dizer que isso te impulsiona do ponto de vista criativo?

Adoraria dizer que me impulsiona do ponto de vista criativo, mas não acho que impulsione. Eu estava convencido de que queria criar um ambiente autossustentável para mim em 2010, senti que era algo que todos deveriam estar fazendo. Vendi meu setup em 2011 para comprar os equipamento que faria isso acontecer. Isso me atrasou alguns anos, mas consegui comprá-los novamente quando recuperei o investimento da energia solar.

Da residência na Space Ibiza até a concepção de sua própria fazenda de pimenta, também mantida através da energia solar. Como explicar as transformações de sua vida? De que forma tem sido possível organizar cada uma de suas paixões?

A transição veio de forma totalmente natural, quando eu senti que estava crescendo. Com o crescimento você se torna mais consciente do seu ambiente e essas paixões cresceram dentro de mim desde a infância. Acho que há uma dualidade entre o cultivo de plantas e o uso da tecnologia. Quando você trabalha com máquinas o dia inteiro, por algumas décadas, é realmente um alívio cultivar a criatividade em um nível natural, em vez de usar a tecnologia mecânica. E molhar as plantas é terapêutico, assim como tocar piano e não gravar.

Como você conseguiu levar sua música até Carl Cox para ter a aprovação e o aval do lançamento deste álbum? Na sua visão, em quais aspectos ele se destaca?

Conheci Carl originalmente em 2000. Sentei em seu carro e toquei um disco que eu tinha produzido. Minha amiga, Karen Young, da Music Mag nos apresentou. Karen é incrível e Carl sempre escutou minha música, desde aquela introdução em 2000. Ele apoiou muitos dos meus lançamentos desde então, gosto de pensar que foi Karen quem abriu a porta há uns dezenove anos.

Kic 8462852, uma dos destaques de seu novo álbum conta com um remix do lendário duo de Detroit, Octave One. Como foi pra você ter sido remixado por eles?

Conheci Octave One na Space Ibiza, onde éramos residentes em 2009. Eles sempre foram meus residentes preferidos e sendo um jovem iniciante nas performances ao vivo, sempre fiquei hipnotizado pelo trabalho deles. Eles pegaram meu álbum em 2014 e deram apoio real nas mídias sociais. Seu próximo single com Ann Saunderson estava pronto para ser lançado e eles me perguntaram se eu gostaria de remixar. Quando eles me perguntaram o que eu queria para fazer o remix eu disse que não queria nenhum tipo de pagamento, já que eles tinham sido tão legais em apoiar minha música anteriormente. Ter sido remixado por eles é muito especial!

A forma como o público consome música mudou muito nos últimos anos e ao meu ver parece que os álbuns que realmente contam uma história estão cada vez mais raros. De uma maneira geral, você vê o público interessado nesse tipo de lançamento?

Atrás das cortinas é impossível dizer o que as pessoas pensam, mas eu particularmente me divirto fazendo álbuns, gosto de ser esquisito.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Absolutamente tudo.

A música conecta.

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