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A música conecta

Residência no Fosfobox, boat parties e projeto de incentivo a jovens DJs: os 7 anos da Me Gusta no RJ

Por Alan Medeiros em Entrevistas 24.08.2017

Esse fim de semana a cena eletrônica do Rio de Janeiro celebra o aniversário de um dos mais importantes movimentos da cidade dentro do segmento: a Me Gusta, festa capitaneada Fernando Deperon, completa sete anos de história e uma rica caminhada até aqui. Durante esse período, ótimos nomes já passaram pelo palco da festa, alguns bastante expressivos como ANNA, Danny Daze, Mau Mau, Renato Ratier, Super Flu, Victor Ruiz e Wehbba.

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No próximo sábado o soundsystem da festa fica sob comando de Art in Motion, Iagon b2b Vkira, Rafael Mazonni b2b Saulo Ferrano e Toucan. Essa será quase que uma celebração em família, visto que a crew da MG possui um relacionamento especial com os artistas presentes no line up – todos eles residem na cidade maravilhosa. A festa rola a partir das 23h no Studio Line, bairro do Botafogo e mais informações podem ser colhidas aqui.

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Às vésperas do evento, recebemos Fernando para um bate-papo exclusivo, aonde ele fala sobre as características de um evento itinerante no Rio de Janeiro, novidades para 2017 e planos para o futuro da Me Gusta. Confira a seguir:

1 – Olá, Fernando! Tudo bem? Esse ano a Me Gusta completa seu 7º aniversário, algo bem representativo para um evento de música eletrônica. Como você avalia essa caminhada até aqui? Quais são os principais aprendizados que você pode extrair desse período?

Remar contra a maré não é fácil, mas quem persevera alcança. O importante é ter foco e disciplina, ao longo desses anos aprendemos que cada evento tem a sua lição e o trabalho em equipe é fundamental. Precisamos extrair o que cada um tem de melhor em sua posição. Também aprendemos que é necessário saber escutar e compreender as opiniões dos profissionais que estão com a gente.

2 – O Rio de Janeiro é uma cidade famosa por seu rico legado musical, mas ainda hoje não é uma grande referência para música eletrônica brasileira – apesar de ter grandes artistas e profissionais vivendo e trabalhando na cidade. O que falta para o Rio conquistar essa posição dentro da cena nacional?

Mais união e menos ego! Dentro do mesmo segmento existem diversos núcleos e poucos se falam. Em resumo é como se dentro do RJ tivessem varias cidades e cada uma com a sua festa. Outro ponto negativo é a falta de apoio da prefeitura, a burocracia para certos tipos de evento e a falta de clubs.

3 – Após 7 anos de experiências, certamente você tem algumas lembranças inesquecíveis dos dias e noites de Me Gusta. Quais você destacaria num formato retrospectiva dos melhores momentos?

Os momentos inesquecíveis foram muitos, fica difícil listar um a um, mas podemos dizer que trazer o Super Flu para a Fosfobox em 2012 foi maravilhoso, ficou estampado na cara da galera a felicidade de ver o artista. No ano seguinte, trouxemos o Andreas Henneberg para a Fosfobox e no Barco Me Gusta, ele tocou como The Glitz e espancou! Fizemos a primeira edição do Me Gusta Labs em casa para os amigos e foi o ponta pé inicial para um projeto de sucesso que tem a intenção de incentivar a nova geração de DJs cariocas. Além disso, ser o bloco pioneiro de musica eletrônica do Rio não tem preço, foram mais de 15h de festa com mais de 2500 pessoas curtindo o carnaval. Essa sim foi uma das experiências mais gratificantes que tivemos até hoje.

https://www.youtube.com/watch?v=LHcD9gks5WI

4 – Eventos itinerantes oferecem a possibilidade de adequar a proposta do evento a diferentes cenários, mas em contra partida dificultam uma periodicidade mais regular. Na sua visão, quais são as principais vantagens e desvantagens desse formato? A Me Gusta tem planos de ter uma residência fixa ou o modelo itinerante é o que mais agrada realmente?

Ser residente em club como a Fofosbox trás conforto porque não é preciso ir atrás de legalização, staff de bar, som e tudo mais. Ou seja, você trabalha bem mais tranquilo precisando ficar atento apenas com a sua produção. Partindo para um evento de rua/bloco de carnaval o assunto é outro, porque precisamos nos adequar as exigências da prefeitura no intuito de fazermos tudo que a lei determina. O que mais me agrada é trabalhar no formato de parceria com a Fosfobox, devido ao profissionalismo da sua equipe. Já são 06 anos de uma história de sucesso.

5 – Quais são as novidades que o público pode esperar para essa edição de aniversário? O que vocês estão preparando?

Estamos negociando o Andreas Henneberg, DJ e produtor alemão, para lançar o seu novo álbum. O Andreas é um fenômeno, porém, não é muito conhecido por aqui. Mas, por se tratar de Me Gusta acreditamos no conceito que vende, ou seja, se a musica é boa vamos trazer para a festa. Outro ponto positivo será a dobradinha entre Andreas Henneberg e Art in Motion. A galera vai pirar.

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6 – Falando um pouco dos planos a médio/longo prazo: o que podemos esperar da Me Gusta para o futuro?

Continuaremos trabalhando na linha de som que buscamos, saindo do eixo e lobby que existe entre as principais cidades e clubs do Brasil. Acreditamos que existe muito mais do que o mercado tem para oferecer. O conceito sempre estará em primeiro lugar e continuaremos nos dedicando ao bloco de carnaval Me Gusta, Barco Me Gusta e ao projeto Labs – celeiro de novos talentos/DJs. Além disso, também teremos eventos em clubs e em 2018, uma novidade que atingirá os produtores e DJs locais.

7 – Como é o relacionamento da Me Gusta com os artistas do Rio? Vocês conseguiram construir relações positivas com alguns nomes? Se sim, quais?

A relacao é otima porque atraves da Me Gusta Labs conseguimos alavancar alguns nomes do cenário local como BCX, que esta na fase final do Burn Residency em Ibiza, Beranger, VKIRA, Uncloak e outros nomes que vem despontando nas festas locai. Além disso, temos uma relação bem aberta e ampla com os DJs já consagrados da cidade, como Flow & Zeo, Toucan, Art in Motion, Nytron, Saulo Ferraro e outros.

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8- Para finalizar, uma pergunta pessoal. Qual a importância da Me Gusta em sua formação enquanto profissional?

A Me Gusta me ensinou a respeitar cada vez mais o público com um bom atendimento. É fundamental termos disciplina e organização em nossos projetos para que tudo possa sair como programado. O que mais me agrada como produtor de eventos é poder oferecer musica de qualidade, bom atendimento e receber o muito obrigado no final da festa de um cliente satisfeito.

A música conecta as pessoas! 

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