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A música conecta

Mihai Popoviciu e sua busca constante por inovação dentro da dance music

Por Alan Medeiros em Entrevistas 23.08.2017

Original de Sibiu, cidade que é grande referência cultural do sul da Romênia, Mihai Popoviciu tem se afirmado como um artista inovador dentro do cenário da música eletrônica no leste europeu. O experiente DJ e produtor romeno é nome ativo na cena de seu país desde a década de 90 e produz suas próprias faixas desde 2001.

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Seu estilo é algo bastante híbrido e seus DJ sets e produções flutuam entre o house, techno e minimal – em diversas ocasiões com um pé nas atmosferas sombrias. Há mais de uma década ele vem construindo uma forte reputação no mercado que reflete em seu catálogo, com lançamentos em selos como Diynamic, Poker Flat Recordings e Still Hot, além de tours pelos principais países do mundo.

Após uma grande passagem pelo Brasil no ano passado, Mihai está de volta para mais uma série de shows. São Paulo, Passo Fundo e Joaçaba estão na rota do produtor, que reservou um tempo em sua agenda para um bate-papo exclusivo com nossa equipe – ele também assina a edição 298 do Alaplay Podcast. Confira abaixo:

1 – Olá, Mihai! É um prazer falar com você. Antes de mais nada, queremos saber como você enxerga as diferenças da música eletrônica que é tocada e produzida entre o leste e o oeste da Europa. Há realmente uma diferença de estética entre esses dois polos?

Olá! Eu não diria que existe uma real diferença no que está sendo tocado e produzido no leste e oeste da Europa. Há um som típico distintivo que vem da Romênia, mas esse som se tornou muito popular nos últimos anos e você encontra ele sendo produzido e tocado ao redor do mundo.

2 – Você começou a produzir música eletrônica em 2001, uma época onde a internet não era, nem de longe, tão popular quanto hoje. Quão difícil era chegar no público e nas gravadoras naquele período? Te agrada essa facilidade de contato que existe atualmente?

Comecei a produzir em 2001, mas só enviei minhas primeiras demos para as gravadoras em 2004 e nesse momento, a internet estava mais popular, então já não era um problema alcançar as gravadoras. Quando se tratava do público, era realmente mais difícil chegar às pessoas pela internet. Naquela época, eu estava usando MySpace, era a ferramenta de mídia social mais conhecida. Todos sabemos que as coisas mudaram muito desde então, agora há muitas maneiras de se tornar conhecido no mundo online e isso é bom.

3 – Muito se fala sobre o atual momento da música eletrônica na Romênia, especialmente por conta de festivais como o Sunwaves e artistas como Petre Inspirescu e Rhadoo. Qual é a sua avaliação pessoal da cena no país atualmente?

No momento, a cena da Romênia está melhor do que nunca. Há um movimento underground sólido e também há muitas festas e festivais acontecendo em todo o país. Existem DJs/produtores jovens e talentosos que sempre mantém a cena interessante. Eles colocam muita paixão na música e isso é algo que é refletido no público.

4 – Em sua bio, você cita um apreço pela inovação, algo bastante relevante dentro do cenário house/techno. Falando de seus útlimos trabalhos, como você procurou implementar uma abordagem criativa para as produções?

Inovação é algo que às vezes faz falta na música eletrônica de hoje. Claro que não é fácil ser original o tempo inteiro. Deve haver um bom equilíbrio entre ser original por qualquer meio e ser funcional ao mesmo tempo. Sempre tento ser eu mesmo, mas também ser interessante e atualizado. Não funciona sempre, mas pelo menos a intenção está lá.

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5 – Você é o tipo de artista que costuma alternar tours e períodos no estúdio para produção ou consegue conciliar bem essas duas funções enquanto viaja?

Eu nunca produzo enquanto viajo, só faço isso quando estou em casa. Durante o verão normalmente não sou muito produtivo, mas quando chega o outono, gosto de passar muitas horas trabalhando em música nova. Alterno entre momentos intensivos de produção no estúdio com momentos que estou longe de casa por semanas.

6 – O Brasil tem evoluído bastante musicalmente nos últimos anos e as nossas pistas estão cada vez mais interessadas em consumir música de qualidade e fresca. O que você está esperando dessa nova passagem por aqui e quais são suas atuais impressões sobre a cena brasileira?

Tive ótimos momentos no Brasil ano passado durante minha última tour. Realmente senti esse interesse e entusiasmo do público brasileiro por música e estou muito ansioso para voltar. Havia muita energia na pista e mal posso esperar pra sentir isso de novo. Tenho certeza de que será uma experiência incrível!

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7 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

No momento, toda a minha vida está gravitando em torno da música. Sinto-me muito sortudo por fazer o que mais gosto. Quando eu era adolescente, meu sonho era conquistar uma vida adequada vivendo da música e por cerca de 10 anos, posso dizer que vivo meu sonho.

A música conecta as pessoas! 

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