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A música conecta

Alataj entrevista PAJI

Por Laura Marcon em Entrevistas 18.12.2019

Quando Pajwan imaginaria aonde chegaria quando encostou suas mãos no primeiro violino, aos cinco anos de idade? O alemão de descendência iraniana que conhecemos como PAJI cresceu e passou do violino para o piano, do piano para uma diversidade de instrumentos iranianos, e o resultado é uma experiência sonora distinta, que ultrapassa as barreiras entre oriente e ocidente de uma forma harmônica e muito interessante. No seu projeto live que percorre o mundo, ele carrega o violino consigo e tem se destacado em todas as pistas de dança por onde passa, incluindo o Universo Paralello.

PAJI no Universo Paralello de 2017

Com um álbum recém lançado que leva seu próprio nome, lançado pela gravadora Katermukke, PAJI buscou uma roupagem diferente das produções direcionadas à pista de dança, curtindo sua liberdade criativa, mas sem perder sua identidade, a fusão bem equilibrada de instrumentos orgânicos e sons vindos dos sintetizadores. A gente bateu um papo com o artista sobre o novo álbum, tours, sonhos e mais:

Alataj: Olá Paji, obrigado por nos receber! Você tem um relacionamento muito especial com instrumentos musicais, especialmente violino, mas curiosamente instrumentos do Oriente Médio. Como ou com quem surgiu essa paixão? Como você usa esses instrumentos mais peculiares em sua produção?

PAJI: Olá, obrigado por me receber! Sim, isso é verdade, o violino é o meu principal instrumento, aprendi desde a infância. Mas basicamente eu gosto de todos os instrumentos com um som agradável. Minhas raízes são do Oriente Médio e gosto bastante de música tradicional. Foi por isso que aprendi e ainda quero aprender instrumentos dessa região. Eu os uso de maneira muito diferente em minhas produções. Às vezes, eles emitem apenas um som percussivo ou se escondem ao fundo. Eles também podem criar a textura em uma música ou serem realmente o instrumento principal, depende de qual humor você deseja criar.

Berlim é um fantástico centro cultural para artistas em geral, principalmente música eletrônica. Sua mudança para a capital influenciou sua capacidade criativa de alguma forma? Houve alguma mudança no seu processo de produção musical?

Berlim é um lugar bonito para se viver. Especialmente como músico. Você conhece muitos outros artistas talentosos e pode trabalhar junto com eles. Não tenho certeza se Berlim mudou alguma coisa no meu processo de produção musical, mas as coisas estão indo mais rápido. Quando tudo ao seu redor está acontecendo você se motiva.

Aproveitando o assunto, seu novo álbum ‘PAJI’ foi lançado no dia 6 de dezembro pela gravadora Katermukke. Quais foram suas inspirações para esta produção e como foi seu processo criativo?

Eu fiz muitos EPs ou singles antes e sempre tive que pensar nas pistas de dança. As faixas eram todas entre 118 e 124 bpm e de alguma forma produzidas para a pista de dança. Eu queria dessa vez ser musicalmente livre e apenas criar músicas que eu gostasse. Então surgiu a ideia de um álbum. Eu fui inspirado por muitas coisas ao longo deste ano de processo. Lugares, pessoas, boa música.

[Compre pelo Beatport]

Sua agenda de shows está cada vez mais cheia, com viagens e tours pelo mundo que acabam levando a noites sem dormir, jet lags, comidas diferentes, entre outros fatores. Como você faz para manter o equilíbrio físico e emocional com gigs, viagens e rotina de estúdio?

Sim, é verdade. A turnê é realmente cansativa, mas a energia que você recebe da multidão devolve muita positividade. Eu acho que esse é um fator muito grande. Se eu viajasse tanto com pouco descanso, jet lags, comida diferente e não recebesse algo de volta por tudo isso não poderia fazer isso por muito tempo. Mas ainda tento dormir algumas horas após cada show e tento me alimentar de forma saudável durante minha turnê.

Você veio ao Brasil mais de uma vez e se apresentou em grandes eventos, especialmente o Universo Paralello, um dos festivais mais respeitados do país. Conte-nos, como foi sua experiência tocando para o público brasileiro?

Estreei no Brasil tocando no Universo Paralello… ainda fico arrepiado quando penso nisso. A multidão, o local, era simplesmente inacreditável! Felizmente eu pude tirar alguns dias de folga antes do meu show e ficar no festival. As pessoas eram tão gentis, a vibração era incrível, a comida muito boa…

Você tem algum sonho em sua carreira musical que ainda não realizou? Qual seria?

Um dos meus sonhos é produzir música para tocá-la ao vivo no palco com outros músicos. É bom ficar no palco sozinho, mas é mais divertido fazer música com outros grandes artistas. Para mim, música é algo para compartilhar. Você pode criar conexões através da música e contar uma história. Isso é realmente algo, alguém não deve fazer sozinho!

Finalmente, uma pergunta pessoal. O que é música para você?

A música pode ser muitas coisas diferentes para mim. Eu acho que há uma diferença entre fazer música e ouvir música. Mas, no final, é uma linguagem com uma expressão muito forte. Pode levá-lo a diferentes modos, pode acalmá-lo, pode empurrá-lo para cima, pode ser uma forma de comunicação. Tantas coisas diferentes…

A música conecta.

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