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A música conecta

Alataj entrevista Pirupa

Por Alan Medeiros em Entrevistas 20.09.2018

As conquistas de Pirupa nos últimos anos são dignas de orgulho para qualquer player do cenário internacional. Tanto como DJ, quanto como produtor, este talentoso artista italiano quebrou suas próprias barreiras em direção ao sucesso e atualmente além de administrar sua própria carreira, também é a mente por trás do respeitado selo NONSTOP!

Desde 2009, quando lançou Sweet Devil, Pirupa é um nome quente nos charts do Beatport. Get Funky em 2010 e Party Non Stop em 2012 reforçaram esse perfil hitmaker das pistas. Desde então, selos como Drumcode, Crosstown Rebels, Desolat, Intec Digital, Get Physical, Defected, Noir Music, Snatch e Suara tem apoiado amplamente suas produções. Se pararmos para pensar, é realmente difícil manter tamanha consistência em selos com características tão diferentes, mas Pirupa parece ter encontrado o caminho certo para conquistar isso.

Ignorando a barreira impostas pelos gêneros e encantando desde medalhões da cena, até diferentes tipos de dance floor, Pirupa segue sua jornada de evolução. Seu mais recente lançamento, We Must Be (The Piano Track), comprova seu potencial singular de flutuar sob diferentes estilos e apresenta uma verdadeira masterpiece da house music. Confira nosso bate-papo exclusivo com ele e ouça o release abaixo:

Alataj: Olá, Piero! Tudo bem? Obrigado por nos atender. NONSTOP me parece um dos selos mais consistentes e interessantes da cena internacional neste momento. Como tem sido desenvolver essa jornada junto ao selo? Quais são os principais desafios que você tem enfrentado no comando da gravadora?

Estou muito satisfeito com o trabalho que estamos fazendo com o selo. Estamos indo muito bem e com o passar dos anos, temos cada vez mais apoio e valorização dos DJs e pessoas do negócio. Quando comecei, em 2015, pensei que era muito fácil gerenciar um selo, mas, na verdade, é muito mais desafiador e gasto muito tempo para mantê-lo em um bom nível. Estamos sempre buscando por músicas boas voltadas ao dancefloor e novos artistas, envolvendo também artistas já consagrados, mas nós gostamos muitos de descobrir novos talentos e novas músicas. Sempre tentamos acompanhar a música eletrônica e sempre trabalhamos para oferecer aos nossos consumidores bons lançamentos.

Na sua opinião, quais características de sua música foram decisivas para o sucesso de seu catálogo até aqui?

Acho que o sucesso se deve ao fato de que eu produzo diferentes gêneros da música eletrônica, não gosto de produzir só tech house. De fato meu catálogo é composto por lançamentos de techno, minimal, deep house e outros. Eu ficaria entediado se produzisse só tech house, então para continuar me divertindo, tento sempre fazer coisas diferentes. Não gosto de uma vida comum, sou um artista cheio de ideias e coragem para fazer diferentes tipos de música. Não concordo com muitos dos meus colegas que focam em apenas um gênero musical, eles são chatos. É muito bom enfrentar novos desafios no campo da música eletrônica, não é?

Sabemos que a Itália possui uma cena muito tradicional na música eletrônica. Como você avalia o atual momento do país? Internamente, vocês possuem algum “super ídolo” na dance music ou o contexto como um todo é mais importante?

A situação na Itália, no que diz respeito à participação nas festas, caiu e muitos clubes fecharam. Já a cena musical tem crescido muito, é uma pena que existam poucos clubes e poucos eventos para atuar e a maior parte dos nossos talentos são obrigados a viajar para tocar. Sinceramente, nunca me apeguei à cena eletrônica italiana, mas vários DJs italianos me ensinaram muito no passado, como Ralf, Claudio Coccoluto e outros.

Drumcode, Crosstown Rebels, Desolat, Intec Digital, Get Physical, Defected. A lista de selos com os quais você já colaborou é impressionante. O que você aprendeu de mais valioso liberando música para esses caras?

A coisa mais preciosa foi ter conhecido pessoas como Carl Cox, Loco Dice, Adam Beyer, Damian Lazarus, Simon Dunmore e outras pessoas ótimas que para mim ainda são uma fonte de inspiração e grande energia. Ter lançado música em seus selos foi ótimo, principalmente porque sou um grande fã dos labels e seus DJs sets. Música conecta pessoas!

Pessoalmente e profissionalmente falando, o que você considera indispensável no processo de construção de uma carreira na dance music?

Sou careta. Se eu começasse hoje como DJ e produtor, eu faria o mesmo caminho que fiz, ir no estúdio todos os dias e fazer música, treinar e sempre pensar sobre música apenas. Agora o jogo mudou completamente, as redes sociais tomaram conta de tudo, se tornaram mais influentes do que música boa e isso é uma pena para aqueles que, assim como eu, criaram o seu perfil trabalhando duro no estúdio. Mas eu continuo assim, estou praticamente todos os dias fazendo música, ao invés de tirar fotos e vídeos para aumentar meus seguidores. Não me importo e acho que a música sempre vence no final.

Percebo que você é um cara que costuma flutuar muito bem entre house, techno e minimal. Como você descreveria seu som neste momento?

Gosto muito de minimal, sou louco pelos sons romenos e os DJs do país, mas como DJ, eu toco com mais groove, um tech house levado e techno melódico. Também gosto de tocar disco e funky. Como eu disse antes, produzindo diferentes estilos de música eletrônica, eu acabo tocando diferentes estilos, porém tudo mesclado com tech house.

Eu ouvi seu novo EP pela Crosstown Rebels e [wow!] ele é realmente impactante. O que você pode nos contar em torno do processo criativo para esse release?

Comecei a trabalhar nessa faixa no começo de 2015, quando ainda morava em Londres, tomando o som de Chicago e Detroit nos anos 80 e 90 como inspiração. Foi um longo processo, mudei e adaptei a faixa diversas vezes até chegar no resultado desejado.

Foi testada em muitas pistas ao redor do mundo e cada vez a reação era algo que eu não estava esperando, eles enlouqueciam, cheios de felicidade, amor e a energia que cada pessoa sentia com a faixa.

Decidi enviar para Carl Cox e Damian Lazarus, pensando que se eles aprovassem, seria um bom trabalho, mas também para ver a reação e feedback deles. Eles não pararam de tocar a música em seus sets, desde o dia que enviei, Carl sempre fecha com ela. Estou muito feliz e animado por esse lançamento na Crosstown, é uma faixa muito especial para mim.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música me salvou.

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